O Corredor Proibido

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 John sabia que estava com grandes chances de chegar atrasado para a aula de Poções nas masmorras, tudo porque aquela escola era um verdadeiro labirinto. E pra piorar, a escada pela qual ele descia às pressas resolveu mudar de lugar justamente naquele minuto.

– Mas que droga!

Dane-se. Precisava chegar logo à aula de Poções. Ouvira os veteranos comentarem que o professor Severo Snape não tolerava atrasos e quando resolvia eleger um aluno para infernizar, fazia isso até o dia da formatura, isso se a vítima não fosse expulsa antes. John ajeitou a capa com forro interno vermelho e brasão da Grifinória e continuou correndo. Estava tão apressado que acabou se esbarrando em alguém que andava apressadamente pelo corredor perpendicular. Por pouco não caíram no chão, embora a colisão tivesse machucado ambos.

– Ops! Desculpe. - John ergueu as sobrancelhas ao perceber quem era - Holmes!

– Sherlock. E acho que você ficou tão maravilhado com a escola que se esqueceu de olhar por onde anda.

– Desculpe, é que preciso ir pra aula de Poções.

– Hn. Estou indo pra lá também.

– Está atrasado?

– Bom saber que deduziu isso sozinho. Vamos.

Seguiram o caminho apressadamente e até tentaram ser discretos ao abrirem a porta de madeira, mas o ranger das dobradiças fez o professor parar a explicação e lançar um olhar mortífero a eles. Severo Snape tinha cabelos pretos oleosos, um nariz adunco e uma expressão de quem queria se deliciar torturando calouros.

Ele cruzou os braços e mirou os recém-chegados com desprezo:

– Atrasados.

– Desculpe. – Pediu John – Foi a escada.

– O senhor Watson não teria problemas com a escada se tivesse saído mais cedo. E qual é a sua desculpa, senhor Holmes?

– Digamos que o despertador é frágil demais. Quem diria que um exemplar de Hogwarts, Uma História fosse o suficiente para silenciar aquilo?

Snape crispou os lábios:

– Parece que estamos diante de alguém que se dá ao luxo de não sair da cama. Vejamos, Holmes, o que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna?

– A poção do morto-vivo - rebateu.

Silêncio sepulcral.

John mirou Sherlock com os olhos arregalados. Não só ele. Todos da classe estavam abismado. Até o próprio Snape se viu desarmado.

– Sentem-se agora. - Ordenou entredentes.

Os dois meninos se sentaram na primeira mesa com dois lugares que encontraram. Quando o professor virou-se de costas para continuar explicando sobre a poção Wiggenweld, John sussurrou para Sherlock:

– Isso foi incrível!

– Deixe pra me elogiar depois ou a próxima pergunta será pra você e duvido que conseguirá respondê-la.

– Ok, ok...

John voltou sua atenção para frente e não pôde deixar de notar um menino de olhos pequenos, um pouco juntos, e cabelos escuros, penteados pra trás, mirar Sherlock por cima do ombro. Era da Sonserina e sussurrava alguma coisa para uma colega da mesma casa.

Em outra mesa, Sally olhava para John discretamente e depois sacudia a cabeça, comentando alguma coisa com Henry. O jovem Watson quase podia ouvi-la dizer "ele vai se dar mal andando com aquele esquisito".

Potterlock - A Pedra FilosofalOnde histórias criam vida. Descubra agora