capítulo 18

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Cada degrau da escada parecia ter dois metros de altura

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Cada degrau da escada parecia ter dois metros de altura. Leslie se arrastava lentamente para o quarto após o almoço, e estava exausta por ter sido acordada mais cedo que o normal naquele dia. Os outros também estavam, mas Leslie em especial por não ter conseguido simplesmente deitar-se na sua cama e dormir, na noite anterior. Ela pensava sobre as coisas que Sara havia revelado: a sua história com o diário de Elias Puckett e sobre o seu plano, que Leslie não fazia a menor ideia do que se tratava.

Após a escada terminar, ainda havia o corredor do segundo andar, que também parecia ter quadruplicado o seu tamanho. O barulho que seus pés faziam no chão era insuportável, e Leslie jurou estar ficando louca. Talvez estivesse mesmo.

Mas, apesar de tudo, ela chegou ao seu quarto. Fechou a porta ao entrar, para que tivesse completa e absoluta paz, e, como se tivesse sido mandada ao mundo para isso, despencou no colchão e desejou não precisar levantar nunca mais. Até que precisou, pois começou a ouvir aquela voz.

— O que você acha que ela vai fazer?

Lá estava Tom novamente, da mesma maneira que aparecera alguns dias antes.

— Meu Deus, eu estou doente? Eu usei drogas e não me lembro? O que tá acontecendo?!

— O quê? — perguntou o espírito, sonho, alucinação, ou o que quer que estivesse usando o corpo e a voz de Tom para se comunicar com Leslie.

— Nada. Sai daqui.

— Você tá mesmo fazendo isso? Você vai mesmo me abandonar de novo?

— Há! De novo: o Tom de verdade jamais diria esse tipo de coisa. Você não é ele — Leslie cruzou os braços e sorriu vitoriosa. — Aliás, nem tem como você ser ele. O Tom de verdade... ele não poderia aparecer aqui.

Por mais que Leslie soubesse que o que havia dito era verdade, o que mais desejava era que não fosse, e então ela poderia correr e abraçar o seu irmão pelo máximo de tempo possível. Aquilo, porém, não iria acontecer.

— Que seja — a figura sentou no chão e cruzou as pernas, apoiando-se na parede. — Eu só vim aqui pra te dar um aviso.

— Que aviso? — perguntou Leslie, confusa.

— Bem, como você mesma diz, eu sou um produto da sua mente. Então você já sabe.

Leslie observou como a luz do sol passava pela janela do quarto e batia no rosto daquela figura. Observou como o tecido de sua roupa era tão nítido quanto sua pele, e como ambos tocavam o chão tão perfeitamente que parecia impossível aquilo tudo ser uma alucinação.

E tinha também o olhar. O olhar da figura era tão profundo, tão verdadeiro. Tão real.

Então, de repente, Leslie endireitou a postura e ficou mais séria do que já estava.

— Guilherme, é você? — ela desviou o olhar e pensou por um segundo. — Não, Guilherme não faria isso. Alex? Alex, se for você, eu juro que vou ter o maior prazer em te dar um murro nessa sua cara.

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