capítulo 32

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O caminho até a delegacia foi lento e silencioso, mas Guilherme sabia que teria de responder infinitas perguntas ao chegar

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O caminho até a delegacia foi lento e silencioso, mas Guilherme sabia que teria de responder infinitas perguntas ao chegar. Ele encostou a cabeça na janela se dando conta de que tinha sua liberdade de volta. Sorriu.

Algumas gotas de chuva caíram na janela, e Guilherme as observou. Escolheu uma que achou que chegaria primeiro ao fim da janela, e assistiu à corrida imaginaria de gotas. A que ele havia escolhido não ganhou, mas isso não importava.

Observou a parte de trás do cabelo loiro grisalho de Vera. Tinha certeza que ela estava muito irritada, mas feliz por ter Guilherme de volta.

— Os meus irmãos vão estar na delegacia? — ele perguntou, sentindo um aperto no peito de ansiedade por não aguentar mais ficar longe de Alex e Leslie.

— Não. Você vai — Vera respondeu friamente.

— Que dia é hoje?

— Dez. Dia dez.

Guilherme arregalou os olhos ao perceber quantos dias ficou em cativeiro. Perdeu dez dias do ano preso no porão de uma casa.

Estava frio dentro do carro, e Guilherme vestia apenas bermuda, camiseta e chinelos. Colocou as mãos no bolso, e seus dedos direitos tocaram algo lá dentro. Tirou um papel. Havia um recado e número de telefone escrito nele.

Tomara que você queria continuar falando comigo. Elisa <3.

Guilherme riu baixinho.

Como é que ela fez isso sem eu perceber?, pensou.

Colocou o papel de volta no bolso. O carro então parou em frente à delegacia, e Guilherme se preparou para a sessão infinita e torturante de perguntas sobre o sequestro.

— Venha. Não vão ser tantas perguntas, eu prometo — Vera pousou gentilmente a mão no ombro de Guilherme. — Só precisamos saber sobre a casa que você ficou, e se você sofreu algum tipo de agressão.

Os dois entraram, e Guilherme ficou extremamente desconfortável com o ambiente ao seu redor. Não gostava nem um pouco daquele lugar. Um ventilador se direcionou a ele, fazendo seus pelos se arrepiarem. Abraçou a si mesmo, e então Vera o fez andar novamente.

Chegou até em frente a um homem de cabelos pretos e cacheados muito alto e forte. Pensou se deveria ter medo dele, mas o homem abriu um sorriso simpático e lhe estendeu a mão. Guilherme a apertou.

— Meu nome é Luis — disse o homem, dando-lhe tapinhas nas costas. — Venha, vamos conversar um pouco.

Guilherme sabia que "conversar" seria um interrogatório, e não respondeu nada. Luis o levou até sua sala, e ambos se sentaram um em frente ao outro. O delegado pegou um caderno e uma caneta.

— Preciso que me fale sobre a casa — Luis observou Guilherme encolher os ombros aflito. — Não se preocupe, você não vai precisar voltar lá. Já temos mais ou menos a localização, mas precisamos saber qual é exatamente a casa.

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