5. Can't control it

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Scorpius estava mais nervoso do que o normal quando parou na frente do prédio de tijolos laranjas naquele sábado. Era ridículo, pois seus pais sabiam que eles não estavam namorando de fato, contudo pareciam se divertir com a situação e conspirar para que aquilo se tornasse real. O que certamente não o deixava tranquilo.

Rose Weasley também não ajudou muito a acalmá-lo com um vestido preto com estampa de flores brancas. Estava elegante, mas não menos bonita do que qualquer outro dia, fazendo-o gemer baixinho em frustração. Se a achava extremamente sexy mesmo não estando trajando nada muito revelador, era porque a coisa estava mais séria do que havia pensado.

Ela abriu um sorriso amigável, os lábios vermelhos convidativos como sempre. Scorpius limitou-se a acenar, arrancando com o carro para que acabasse logo com tudo aquilo.

— Uma noite de sono fez bem a você — ele não se controlou em comentar. Rose suspirou assentindo, acomodando-se no assento e virando-se para observar Scorpius com um sorriso divertido no rosto.

— Gostaria de dizer o mesmo sobre você.

Ela não estava sendo maldosa ou implicante, porque, deveras, Scorpius aparentava não ter pregado o olho, o que realmente fora o que acontecera. Passou a noite revirando-se na cama, pensando no selar de lábios dos dois, nos toques sugestivos com a desculpa das pessoas estarem olhando, nas conversas e em seus malditos pensamentos em torno de Rose Weasley nua debaixo dele. Ou, para ser mais honesto, em cima, de lado, de quatro... Sua mente andava sendo bem criativa nesse quesito, o que não lhe dava paz alguma, pelo contrário. No entanto, mais do que isso, sua mente não parava de pensar na aplicação de Rose para a promotoria.

— Acho que só vou conseguir dormir direito quando esse caso acabar — falou honesto, tanto por conta das dificuldades que estavam enfrentando quanto por seu dilema pessoal envolvendo sua colega de trabalho. Rose assentiu, oferecendo-lhe um incomum sorriso de apoio que o fez suspirar pesadamente e optar por ligar o rádio para não precisar sustentar uma conversa ao longo do caminho.

Observou, com um certo desespero, sua mãe parecer extremamente íntima de Rose ao cumprimentá-la, enquanto Draco aparentava se divertir com aquela situação. Só piorou quando Astoria resolveu exibir fotos de Scorpius quando era pequeno, com Rose gargalhando sem pudor de todas as histórias que ouvia. Estava encostado no batente da porta, tomando uma dose de uísque antes do jantar ser servido e pensando que, talvez, pudesse se acostumar com aquilo – o que estava assustando-o consideravelmente –, quando percebeu a presença de seu pai ao seu lado, observando com curiosidade a cena.

— Conheço esse olhar de quem parece estar frente a frente com seu maior pesadelo — iniciou tranquilamente e Scorpius o encarou, na expectativa pelo que estava por vir, até porque não sabia muito bem sequer o que estava achando de tudo aquilo. — Coisas complicadas se tornam extremamente simples quando nos permitimos. Talvez você devesse pensar menos e... Agir mais.

Quem sabe Draco não tivesse consciência do que estava dizendo para Scorpius, praticamente empurrando-o para o precipício com aquelas palavras. Se agisse, talvez nunca mais conseguisse retornar ao que era antes. Estaria perdido, por completo rendido por Rose Weasley, a qual provavelmente o trataria apenas como mais um.

Era certo que não poderia se recuperar daquilo. Entretanto, era uma possibilidade que estava consumindo-o, a ponto de mal conseguir acompanhar a conversa no restante do jantar, não que fosse necessário, já que sua mãe fazia todo o trabalho ao questionar a Weasley sobre os mínimos detalhes da sua vida.

Só voltou a ficar alerta quando Draco sugeriu que ele mostrasse a casa para Rose e Astoria fez menção de indicar que o quarto de infância dele era um bom local.

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