3. It was on St. Patrick's Day

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A primeira aparição pública de Rose e Scorpius como um casal gerou mais comentários do que ele gostaria. Enquanto estavam no escritório, longe dos elogios estridentes de Hannah Wilson, não haviam sequer tentado sustentar a mentira, já que ninguém estava realmente ciente daquela história. Entretanto, quando o aniversário de Narcisa se aproximou e a presença dos Wilson e de metade do escritório estava confirmada em uma festa ainda mais luxuosa que os jantares mensais oferecidos pela matriarca Malfoy, não puderam mais continuar evitando-se, já que inevitavelmente todos ficariam sabendo do suposto relacionamento.

Para evitar eventos consecutivos de constrangimento pela revelação da notícia, resolveram fazer de uma vez durante a festa de aniversário e, a fim de não levantarem desconfianças sobre a veracidade da novidade estrondosa – pois tinham consciência de que muitos achariam tudo uma loucura completa –, Scorpius resolveu que seria melhor se já chegassem juntos.

Quando estacionou o carro na frente do simples, porém muito elegante, prédio de tijolos laranjas, aguardando que a Weasley descesse, pensou em como poderiam disfarçar toda a raiva que sentiam um pelo outro por uma noite inteira, com tantos olhos sobre eles. No trabalho, poderiam trocar possíveis gritos por sussurros raivosos ou alegar que não eram amorosos a todo instante - ou em nenhum, para serem sinceros - por serem estritamente profissionais, mas ali... Já não tinha tanta certeza.

Sabia que precisariam explicar o porquê de terem ficado juntos, tendo em vista todo o show de desavenças que protagonizaram por anos, e como esse milagre havia acontecido, porém só o que vinha à sua mente era uma resposta curta e mais próxima da realidade do que ele gostaria: "um dia estávamos discutindo, como sempre, e eu simplesmente não conseguia parar de pensar em uma forma mais efetiva de calar a boca dela". O problema seria manter as aparências por tanto tempo, considerando que ele e a Weasley não sabiam o que era conviver amigavelmente por mais de meia hora há muito tempo.

Ao vê-la, no entanto, pensou que, se ela ficasse de boca fechada, talvez ele pudesse deixar sorrisos saírem naturalmente ao olhá-la e os olhos brilharem em admiração. Rose Weasley era linda, isso não era segredo algum, todavia, naquela noite, estava mais do que linda. Estava deslumbrante. O vestido azul-royal tinha as alças caídas no ombro, o que atraiu os olhos dele de imediato para o amontoado de sardas na região da clavícula, e apresentava um decote singelo, além de possuir uma fenda na altura da metade da coxa dela, formando o equilíbrio perfeito entre uma peça elegantemente adequada e provocante, o que o deixou inquieto. Os longos fios ruivos ondulados, presos somente de um lado, pareciam ter um brilho próprio hipnotizante, em um tom acobreado belíssimo. Certamente não seria difícil convencer os outros de que ele estava caidinho por ela, já que ali mesmo no carro não conseguia tirar os olhos dela.

— Menos, Malfoy. Menos — comentou com o canto dos lábios repuxado, depois de colocar o cinto de segurança, dando tapinhas no queixo dele, que deveria estar caído.

Scorpius apenas resmungou, coçando a região onde os dedos finos e quentes de Rose roçaram e virou-se bruscamente para a frente, arrancando com o carro.

A noite parecia possuir uma aura potencialmente agradável, mas Scorpius começou a duvidar que fosse conseguir manter aquela sensação por muito tempo quando entraram pela porta e uma onda de burburinhos tomou conta do ambiente. A Weasley apenas se virou para ele, enroscando-se em seu braço e sorrindo de uma forma tão sedutora que o fez prender a respiração.

— Diante dessa comoção, acredito que nossa responsabilidade seja dar ainda mais o que falar.

Depois da declaração, Rose inclinou-se para depositar um beijo no canto dos lábios dele, o suficiente para quem observasse de longe pensasse que haviam, de fato, beijado-se e também para que Scorpius sentisse uma vontade incontrolável de mover o rosto alguns milímetros para mais perto.

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