Capítulo 3

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(Melissa)

Me olhei no espelho para conferir se estava tudo no lugar, antes de sair do quarto.

Desci as escadas e já vi as pessoas pela sala. Cumprimentei algumas pessoas e fui até o jardim, lá vi Micael e meu pai. Eles parecem discutir.

(Micael)

– Filho, precisamos conversar. - meu pai falou ao se aproximar.

– Pode falar. - respondi sem olhar pra ele. Antonella está digitando.

– Você sabia que os novos sócios tem uma filha?

– Não.

– Ela é da sua idade.

“Estou saindo, você pode me esperar na entrada?”

Li a mensagem de Antonella.

– Micael? - meu pai me chamou.

– Desculpa, o que você disse?- olhei pra ele.

– Você sabia que a filha dos novos sócios tem sua idade? - repetiu a pergunta.

– Não, pai, não sabia que eles tinham uma filha. Na verdade, não sei nada sobre ela!

– Queria que você a conhecesse. Talvez até goste dela. - colocou uma das mãos no meu ombro.

– Sei o que está tentando fazer. E, não! Eu não vou ficar com ela! - falei.

Não é a primeira vez que ele me empurra para as filhas dos sócios dele. Não sei qual é o problema dele.

– Só conhecer. Não mata ninguém. - tentou usar o tom brincalhão.

– Por que você fica fazendo isso?

– Ela é uma boa moça! - deu uma piscadela de olho com um sorriso de lado.

Que saco.

– Você sabe que eu namoro, pai. - revirei os olhos.

– E eu já falei que ela não é mulher para você! - ele olhou em volta e continuou. - Ela pode ser boa na cama, mas vamos ser francos...

– Cala a boca... - o interrompi.

– Eu sei como é, também adoro uma virgem...

Tá de brincadeira, né? Só pode.

– Pai, por favor.

"Se controla, caralho", pensei, com os punhos cerrados.

Olhei em volta e vi Melissa perto da porta. Ela estava nos olhando. Fiz um sinal com a cabeça, a chamando pra sair dali. Ela entendeu de imediato e começou a andar.

– Aonde você vai? - questionou quando comecei sair do seu lado.

– Buscar a mulher da minha vida! - falei com ironia e sai.

(Rebeca)

Acordei novamente horas mais tarde, minha mãe está sentada ao meu lado usando o celular.

– Mãe… - a chamei.

– Que bom que acordou, querida. - levantou-se e segurou minha mão.

– Cadê meu pai?

– Foi no jantar do qual te falei mais cedo.

O silêncio reinou no quarto.

– Querida… - ela começou quebrando o silêncio. - você…

– O que? - questionei confusa.

– E a gravidez? - falou de uma vez fazendo meu coração bater mais forte.

– Mãe… - engoli em seco.

– Quem é o pai? - ela está com uma expressão de decepção e raiva que me dá medo.

– Não importa. - falei apenas.

– Quem é o pai, Rebeca? - repetiu, um pouco mais brava.

– Não vou levar essa gravidez a diante.

– Ótimo! Que bom que pensa assim.
Sabemos que é a melhor coisa a se fazer. - soltou a minha mão e saiu do quarto.

(Melissa)

Parei de frente a entrada e vi Micael vindo atrás de mim. Ele parou ao meu lado e deu uma arrumada no terno.

– Vocês estavam discutindo? - perguntei.

– Ele quer que eu conheça outra menina.

Revirei os olhos.

– E o que você disse?

– O de sempre! Eu não vou ficar com ninguém por interesse. Parece que ele não entende… caralho.

– Então quando eu fizer 18 ele vai querer arrumar um marido pra mim. - falei e ele deu uma gargalhada.

– Aproveite agora então. - falou ainda sorrindo.

– Antonella vem?

– Sim. Já está chegando.

(Vicente)

Desci do carro e vi Melissa e Micael em frente a casa.

– E aí. - Micael falou quando cheguei perto dele.

– E aí, irmão. - o abracei. - Nossa, tá gata, em?! - falei olhando para Melissa.

– Eu sei, eu sei. - sorriu e me abraçou.

– Que modesta. - sorri também.

– O que estão fazendo aqui?

– Esperando Antonella. - Micael respondeu.

– Acabou de chegar. - Melissa falou.

(Antonella)

Sai de casa rumo a casa de Micael. Vi ele na porta de entrada assim que cheguei.

– Oi, amor. - o beijei.

– Ainda bem que chegou. - ele falou.

– Não fala com os amigos não? - Vicente perguntou.

– Oi, Vicente, tudo bem? - falei sorrindo. Nos abraçamos.

– Vamos entrar. - Melissa falou.

(Ester)

Avisei Micael entrar no Jardim ao lado de Antonella.

– O que essa morta de fome está fazendo aqui? - falei baixo.

Micael olhou para mim e desviou o olhar. Esse menino me afronta de uma maneira absurda.

– Não acredito. - Jorge falou parando ao meu lado.

– Você falou com ele? - questionei.

– Ele falou o mesmo de sempre.

– Não podemos perder essa oportunidade. Ele já é maior, se ele sair de casa…

– Ele não tem como sair, não tem dinheiro! Não sabe fazer nada da vida.

– Não posso confiar. Ele tem que conhecer essa menina logo.

(Mauro)

– Olá, boa noite. - falei parando de frente a Sra Ester e o Sr Jorge.

– Como vai? - Sra Ester falou me cumprimentando. - e sua esposa e filha?

– Elas ficaram no hospital.

– Hospital? - ela falou como se estivesse preocupada.

– Sim. Minha filha teve um mal estar hoje, provavelmente por conta da mudança. Mas já está bem.

– Ah, que ótimo. - ela falou.

– Espero que fique bem logo. Meu filho estava ansioso para conhece-la. - o Sr Jorge falou animado.

Perdão pelos erros de ortografia.

Micael - assassinato ou suicídio?Onde histórias criam vida. Descubra agora