Capítulo 2

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- Você sabe que economizaria muito tempo se você me contar por que vocês discutiram, na verdade já sabemos, mas quero ouvir de você.

- Eu tinha bebido muito. Não me lembro de nada e nem porque discutimos. - falei com voz calma.

(Melissa)

Gabi trouxe a minha cerveja, peguei e fui até a mesa da garota.

- Posso sentar?

Ela me olhou surpresa e disse com uma voz calma:

- Pode.

Eu sentei de frente para ela. E, só assim, pude ver o quanto ela é bonita.

- É nova por aqui? - questionei

- Sim, acabei de me mudar.

- Tá gostando da cidade?

- Cheguei ontem. - sorriu. - Não deu tempo de conhecer muita coisa.

- Se quiser posso te mostrar um pouco da cidade, dos lugares maneiros de ir. - me ofereci.

- Eu ia adorar. - sorriu.

"Rebeca"

Essas pessoas. Meu Deus.

- Qual seu nome? - ela perguntou.

- Rebeca e o seu?

- Melissa. - esticou a mão para me cumprimentar. - Prazer.

Sorri, apenas, e apertei de leve a mão dela.

Nesse instante, a garçonete veio com o meu pedido.

- Sorvete e cerveja? - questionou com uma pequena expressão de suspensa no rosto.

- Eu gosto da combinação. - dei um gole na cerveja.

- Você é estranha...

"Não mais do que você", pensei com um sorriso forçado.

Assim que percebeu meu silêncio, começou falar sobre coisas aleatórias, até que o pago tá legal. Acabdei de tomar o sorvete e a cerveja e, enquanto ela já ia na terceira garrafa de cerveja.

- Tenho que ir. Preciso arrumar meu quarto. - falei já levantando.

- Tá, foi um prazer conhecer você. - sorriu.

- O prazer foi meu. - sorri de volta e deixei o dinheiro do que consumi em cima da mesa e sai.

Peguei um táxi e fui para casa. Assim que cheguei, entrei e me deparei com um monte de caixas da mudança.

Fui até o meu novo quarto e comecei tirar as coisas das caixas.

- Oi querida, quer ajuda? - minha mãe apareceu na porta.

- Quero sim.

- Aonde você foi hoje mais cedo? - questionou assim que entrou no quarto.

- Fui em uma lanchonete aqui perto, eu estava com vontade de tomar sorvete. - tirei meus livros de uma das caixas.

- Desde quando você gosta de sorvete?

- Deu vontade de tomar hoje. - tentei mudar de assunto. - E como estão as coisas com o papai?

- Bem. Hoje mais cedo fomos na casa dos nossos sócios.

- Legal. - falei.

É estranho conversar com ela depois de tanto tempo. Ela não queria vim morar aqui, nem eu. Então nos "aproximamos" depois disso.

- Hoje a noite terá um jantar de negócios, e quero que você vá.

- Fazer o que? Não conheço ninguém lá, mãe.

- Eu sei, querida. Eu também não, mas temos que fazer de tudo para isso da certo. O seu pai precisa de nós nesse momento.

- Tá bom. - respondi, apenas.

Que saco.

(Antonella)

- Meu pai quer dar um jantar hoje lá em casa pra conhecemos os novos sócios dele. Você quer ir?

- Não acho que seja uma boa ideia, sua mãe não gosta de mim!

- Por favor, amor. Não quero aguentar aquilo sozinho. - segurou na minha mão.

- Não sei. Por que não vamos fazer outra coisa?

- Tipo?

- Ir ao cinema. - sugeri. - Como um casal normal, sem ter que nos esconder dos seus pais!

- E desde quando nós somos um casal normal? - falou sorrindo.

- Estou falando sério, amor.

- Então a gente vai nesse jantar e ficamos um pouco e depois vamos no cinema, pode ser? - pediu com um sorrisinho lindo que eu não aguento.

- Pode sim.

(Rebeca)

Tomei um banho depois de desempacotar um monte de caixas, enquanto Maria (a nova governanta) ficou acabando de arrumar meu quarto.

Olhei meu reflexo no espelho e me deparei com uma figura horrível, cheia de olheiras.

(Verônica)

Entrei no quarto de Rebeca e vi que já está tudo em seu lugar.

- Rebeca? - a chamei mas ela não respondeu. - Rebeca, querida.

Ela não respondeu. A essa hora, ela já deveria estar pronta para irmos ao jantar.

Abri a porta do banheiro e a vi deitada no chão usanso apenas roupão.

- Rebeca. Rebeca. - a sacudi. - Acorda, Rebeca. Maria. - gritei.

Em pouco tempo Maria entrou no banheiro e me ajudou a por ela na cama.

- Vai chamar o Mauro. - ordenei e ela saiu do quarto na mesma hora.

[...]

Chegamos no hospital mais próximo e ela logo foi atendida.

- Vocês são parentes de Rebeca Amorim? - o médico questionou assim que se aproximou.

- Sim. - Mauro e eu ficamos de pé.

- Bom, ela desmaiou porque está fraca. Há dias que o corpo dela não recebe nutrientes. Ela tem se alimentado mal?

- Provavelmente foi por conta da mudança. - Mauro falou.

- Podemos vê-la?

- Ela está no soro. E tem mais uma coisa...

- O que? - questionei.

- Parabéns, vocês são ser avôs. Ela está grávida de quatro semanas.

- Aí meu Deus. - senti minhas pernas ficaram bambas.

- Calma. - Mauro falou e me segurou.

Uma gravidez com 16 anos, estraga tudo!

(Rebeca)

Abri os olhos e vi que estou no hospital, com um soro pregado na minha veia. Olhei em volta e vi o médico perto da porta.

- O que aconteceu?

- Que bom que acordou.

- O que aconteceu? - questionei novamente.

- Você desmaiou. Você está a muitos dias sem se alimentar direito?

- Não, - tentei sentar. - hoje tomei sorvete.

- Isso só a deixou mais fraca.

Tentei colocar os pensamentos no lugar quando o ouvi falar de uma só vez:

- Você sabia que está grávida?

- O que? Como assim?

Meu coração quase parou.

Grávida?

Caio.

Caio não pode saber disso. Nem meus pais.

- Sim. Parabéns. - falou e saiu da sala.

Não! Não! Não! Não! Não! Não!

O que vou fazer agora?

Micael - assassinato ou suicídio?Onde histórias criam vida. Descubra agora