- Você sabe que economizaria muito tempo se você me contar por que vocês discutiram, na verdade já sabemos, mas quero ouvir de você.
- Eu tinha bebido muito. Não me lembro de nada e nem porque discutimos. - falei com voz calma.
(Melissa)
Gabi trouxe a minha cerveja, peguei e fui até a mesa da garota.
- Posso sentar?
Ela me olhou surpresa e disse com uma voz calma:
- Pode.
Eu sentei de frente para ela. E, só assim, pude ver o quanto ela é bonita.
- É nova por aqui? - questionei
- Sim, acabei de me mudar.
- Tá gostando da cidade?
- Cheguei ontem. - sorriu. - Não deu tempo de conhecer muita coisa.
- Se quiser posso te mostrar um pouco da cidade, dos lugares maneiros de ir. - me ofereci.
- Eu ia adorar. - sorriu.
"Rebeca"
Essas pessoas. Meu Deus.
- Qual seu nome? - ela perguntou.
- Rebeca e o seu?
- Melissa. - esticou a mão para me cumprimentar. - Prazer.
Sorri, apenas, e apertei de leve a mão dela.
Nesse instante, a garçonete veio com o meu pedido.
- Sorvete e cerveja? - questionou com uma pequena expressão de suspensa no rosto.
- Eu gosto da combinação. - dei um gole na cerveja.
- Você é estranha...
"Não mais do que você", pensei com um sorriso forçado.
Assim que percebeu meu silêncio, começou falar sobre coisas aleatórias, até que o pago tá legal. Acabdei de tomar o sorvete e a cerveja e, enquanto ela já ia na terceira garrafa de cerveja.
- Tenho que ir. Preciso arrumar meu quarto. - falei já levantando.
- Tá, foi um prazer conhecer você. - sorriu.
- O prazer foi meu. - sorri de volta e deixei o dinheiro do que consumi em cima da mesa e sai.
Peguei um táxi e fui para casa. Assim que cheguei, entrei e me deparei com um monte de caixas da mudança.
Fui até o meu novo quarto e comecei tirar as coisas das caixas.
- Oi querida, quer ajuda? - minha mãe apareceu na porta.
- Quero sim.
- Aonde você foi hoje mais cedo? - questionou assim que entrou no quarto.
- Fui em uma lanchonete aqui perto, eu estava com vontade de tomar sorvete. - tirei meus livros de uma das caixas.
- Desde quando você gosta de sorvete?
- Deu vontade de tomar hoje. - tentei mudar de assunto. - E como estão as coisas com o papai?
- Bem. Hoje mais cedo fomos na casa dos nossos sócios.
- Legal. - falei.
É estranho conversar com ela depois de tanto tempo. Ela não queria vim morar aqui, nem eu. Então nos "aproximamos" depois disso.
- Hoje a noite terá um jantar de negócios, e quero que você vá.
- Fazer o que? Não conheço ninguém lá, mãe.
- Eu sei, querida. Eu também não, mas temos que fazer de tudo para isso da certo. O seu pai precisa de nós nesse momento.
- Tá bom. - respondi, apenas.
Que saco.
(Antonella)
- Meu pai quer dar um jantar hoje lá em casa pra conhecemos os novos sócios dele. Você quer ir?
- Não acho que seja uma boa ideia, sua mãe não gosta de mim!
- Por favor, amor. Não quero aguentar aquilo sozinho. - segurou na minha mão.
- Não sei. Por que não vamos fazer outra coisa?
- Tipo?
- Ir ao cinema. - sugeri. - Como um casal normal, sem ter que nos esconder dos seus pais!
- E desde quando nós somos um casal normal? - falou sorrindo.
- Estou falando sério, amor.
- Então a gente vai nesse jantar e ficamos um pouco e depois vamos no cinema, pode ser? - pediu com um sorrisinho lindo que eu não aguento.
- Pode sim.
(Rebeca)
Tomei um banho depois de desempacotar um monte de caixas, enquanto Maria (a nova governanta) ficou acabando de arrumar meu quarto.
Olhei meu reflexo no espelho e me deparei com uma figura horrível, cheia de olheiras.
(Verônica)
Entrei no quarto de Rebeca e vi que já está tudo em seu lugar.
- Rebeca? - a chamei mas ela não respondeu. - Rebeca, querida.
Ela não respondeu. A essa hora, ela já deveria estar pronta para irmos ao jantar.
Abri a porta do banheiro e a vi deitada no chão usanso apenas roupão.
- Rebeca. Rebeca. - a sacudi. - Acorda, Rebeca. Maria. - gritei.
Em pouco tempo Maria entrou no banheiro e me ajudou a por ela na cama.
- Vai chamar o Mauro. - ordenei e ela saiu do quarto na mesma hora.
[...]
Chegamos no hospital mais próximo e ela logo foi atendida.
- Vocês são parentes de Rebeca Amorim? - o médico questionou assim que se aproximou.
- Sim. - Mauro e eu ficamos de pé.
- Bom, ela desmaiou porque está fraca. Há dias que o corpo dela não recebe nutrientes. Ela tem se alimentado mal?
- Provavelmente foi por conta da mudança. - Mauro falou.
- Podemos vê-la?
- Ela está no soro. E tem mais uma coisa...
- O que? - questionei.
- Parabéns, vocês são ser avôs. Ela está grávida de quatro semanas.
- Aí meu Deus. - senti minhas pernas ficaram bambas.
- Calma. - Mauro falou e me segurou.
Uma gravidez com 16 anos, estraga tudo!
(Rebeca)
Abri os olhos e vi que estou no hospital, com um soro pregado na minha veia. Olhei em volta e vi o médico perto da porta.
- O que aconteceu?
- Que bom que acordou.
- O que aconteceu? - questionei novamente.
- Você desmaiou. Você está a muitos dias sem se alimentar direito?
- Não, - tentei sentar. - hoje tomei sorvete.
- Isso só a deixou mais fraca.
Tentei colocar os pensamentos no lugar quando o ouvi falar de uma só vez:
- Você sabia que está grávida?
- O que? Como assim?
Meu coração quase parou.
Grávida?
Caio.
Caio não pode saber disso. Nem meus pais.
- Sim. Parabéns. - falou e saiu da sala.
Não! Não! Não! Não! Não! Não!
O que vou fazer agora?
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Micael - assassinato ou suicídio?
Misteri / Thriller1⃣6⃣Não recomendado para menores de 16 anos por conter consumo de drogas ilícitas, agressão física média, uso de bebidas alcoólicas e sexo. Um jovem de 18 anos é encontrado morto dentro da própria casa durante uma "ação solidária" . Agora a polícia...