Capítulo 4

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- O Micael sofria de algum distúrbio mental?

- Claro que não! Meu irmão não era louco.

- Melissa, sei que é difícil lidar com isso, mas preciso que seja sincera...

- Vai se fuder! - levantou-se rapidamente e saiu da sala.

"Vicente"

Vi Micael e Antonella dançando no meio do gramado, vi minha tia Ester parado do outro lado olhando fixamente pra eles.

- Oi, querido. - ouvi minha tia Emília falando ao tocar meu braço.

- Oi, tia. - sorri e a abracei.

- E como vão as coisas com a sua mãe?

- Ela estar bem. Não veio porquê está trabalhando muito, como sempre. - sorrir forçado.

- Ah, querido. Sei que ela trabalha tanto assim pra que não falte nada pra você.

- Não faltar o físico, não é?! Porque o resto... - resmunguei.

- Sei que é difícil, mas... - parei de prestar atenção no que minha tia falava quando vi Melissa perto da mesa de bebidas. Ela está com um taça de champanhe em uma das mãos.

Ela sorriu de lado quando minha tia me cutucou.

- Ai, tia. - reclamei. - Desculpa, estou com a cabeça cheia.

"Melissa"

- Que saco essa merda de festa. - falei para Vicente parando ao lado dele depois que minha tia se afastou.

- Vamos sair daqui? - ele sugeriu com um sorrisinho no rosto.

- Só se for agora... - segurei na mão dele e o puxei para longe dali.

Entremos no banheiro e ele fechou a porta atrás de si.

- Eu estou com saudade.

- A gente não pode... - ele se aproximou e encostou sua testa na minha. - Vicente...

- Mas que caralho... - se afastou. - Por que me trouxe até aqui então?

- Pra gente conversar melhor... sem todo o barulho.

Ele soltou minha mão.

- Você não sente minha falta?

- A gente prometeu que não iríamos falar sobre isso. - falei, apenas.

- Já faz dois meses que não nos tocamos direito. - ele olhou para minha boca.

- E é melhor assim. Daiana não merece isso.

- Caralho - socou a parede - Você não pensou nisso quando me beijou pela primeira vez. Ou você esqueceu que foi você quem quis primeiro.

Engoli em seco, ficando sem respostas.

- Por favor. - falou baixo se aproximando novamente a ponto de sentir sua respiração.

O que esse menino tem que me atrai dessa maneira?

Ele segurou minha cintura com uma mão e puxou de leve o meu cabelo com a outra mão, fazendo eu inclinar um pouco a cabeça pra cima.

- Eu sei que você também quer... - falou antes de tentar me beijar.

Afastei a cabeça para trás e, imediatamente, ele começou depositar vários beijos em meu pescoço, me fazendo arrepiar.

O olhei e não resisti a esses olhos verdes grandes e o puxei para um beijo.

Fomos obrigados a parar por falta de fôlego.

- Como eu sentir saudade disso.. - falou tentando recuperar o fôlego.

- Eu também. - ouvi o meu celular tocar.

- Quem é?

- Daiana. - respondi quando li o nome dela.

- Não atende!

- Oi. - atendi.

Ele se afastou revirando os olhos em frustação.

- Amiga, onde você estar? - ouvi vários barulhos.

- No banheiro e você?

- Aqui no jardim! Estou te esperando...

- Estou indo. - encerrei a chamada.

- Mas que merda. - ele segurou meu rosto e me beijou novamente.

Meu Deus. Que homem!

- Sua amiga estar te esperando. - falou abrindo a porta.

Sai do banheiro e fui em direção ao jardim.

De longe, avistei Daiana com uma taça conversando com Micael e Antonella.

- Amiga. - falou me abraçando.

- Como você estar? - questionei.

- Ótima. - sorriu.

- Não sabia que você já tinha voltado de viagem.

- Cheguei hoje mesmo e sua mãe já me mandou mensagem me convidando para esse jantar.

- Claro. Minha mãe. - olhei pra Micael.

- Onde você estava? - ele questionou.

- Depois falamos. - sorri e voltei minha atencão pra Daiana.

- Foi super incrível la. - ela começou. - Eu estava falando para eles como é perfeito lá. Eu já havia ido lá outras vezes mais eu era pequena e não me recordava direito, mas agora - suspirou - foi uma das melhores viagens da minha vida. Sabe...

Parei de olhar ela quando vi Vicente do outro lado do jardim pegando um copo com bebida. Ele bebeu tudo em um gole só e pegou outra e, novamente, bebeu tudo em um gole.

- Eu até trouxe isso para você. - Daiana tocou meu braço.

- An? O que?

- É só uma lembrancinha. - me deu uma caixinha.

Assim que abri, Vicente se aproximou dela e a beijou.

- Amor. - pulou em cima dele. - Que saudade.

Olhei o que tinha dentro da caixinha e vi uma mini Torre Eiffel toda feita de minis diamantes.

Nossa, que exagero!

- Gostou?

- Adorei. - sorri.

- Foi feita a mão por um joalheiro super renomado da França. Ele colocou cada pedrinhas de diamantes, uma por uma.

- Perfeita. Obrigada. - ela me abraçou.

- Eu só trouxe pra você por que você é minha melhor amiga e eu sei que sou a sua também. - fez questão de falar.

Olhei pra Antonella e ela sorriu discretamente. Por que todo mundo sabe que Antonella é a minha melhor amiga.

"Vicente"

- Como você estar, amor? - Daiana falou puxando meu rosto para a olhar.

- Bem e você?

- Estou ótima! Você não sabe o que aconteceu na minha viagem... - começou a falar sem parar.

"Micael"

- Vamos ali? - falei para Melissa.

Nos afastamos das pessoas antes de eu falar:

- Aonde você estava?

- No banheiro com Vicente. - sorriu.

- Você não tem jeito, não é?!

- O que posso fazer! Ninguém resiste ao meu charme. - falou sorrindo.

- Isso não vai acabar bem!

- Eu gosto do perigo... - gargalhou e logo parou quando percebeu que eu estou falando sério. - Relaxa, isso não vai mais acontecer.

Nos juntamos ao grupo novamente e logo pude ver meu pai "fuzilando" Antonella com os olhos. E, quase que no mesmo segundo, coloquei meu braço sobre os ombros dela e ela segurou em volta da minha cintura.

Perdão pelos erros de ortografia.

Micael - assassinato ou suicídio?Onde histórias criam vida. Descubra agora