Flowers • NamJin

A promise for something bigger

Provavelmente Kim Taehyung nunca se sentiu tão ansioso e nervoso quanto ao percorrer os metros que o separavam do quarto onde Jeon Jungkook está se recuperando da cirurgia e o quarto em que estava, o 121. Sentia o seu coração ainda batendo de forma desesperada dentro do peito, como se quisesse sair dali e encontrar primeiro o alfa que tanto está ansioso pra ver. Suas mãos estão tremendo demais devido a ansiedade, e só consegue pensar em como será a reação de Jungkook ao vê-lo pela primeira vez.

"Será que ele vai me achar tão bonito quanto naquele dia, ao tentar desenhar os meus traços? E se ele nem me achar bonito? Aliás, será que o meu cabelo está muito bagunçado agora?", pensamentos desse tipo passam rapidamente pela mente de Taehyung enquanto anda, seguindo o ritmo rápido do médico andando ao seu lado, que não deixa de sorrir ao ver o quanto o ômega parece nervoso em ver Jeon Jungkook.

- Não se preocupe tanto, Kim Taehyung. Se ele me achou bonito, tenho certeza de que vai achar você bonito também - Baekhyun diz em um tom de voz brincalhão enquanto coloca uma das mãos no ombro direito de Taehyung, um gesto simples de conforto.

- Ele já te viu, então? - Taehyung pergunta, curioso, chegando a olhar pro rosto do médico, mas ainda evitando um pouco encarar os olhos alheios.

- Já sim. Fora o cirurgião que cuidou dele, as enfermeiras do quarto e ele mesmo através de um espelho, eu fui a primeira pessoa que ele viu das que convive no dia a dia aqui no hospital - o médico responde, abrindo um sorrisinho. - Ele está muito fascinado, não para de olhar pra todos os lados e ficar maravilhado com qualquer coisinha que ele vê. Você tinha que estar lá no quarto dele pra ver quando uma borboleta acabou entrando pela janela, eu achei que ele fosse enfartar!

Taehyung, mesmo rindo com o comentário alheio, acaba suspirando logo em seguida. Desde que conheceu Jungkook, começou a agradecer por ter nascido perfeito, ouvindo e, principalmente, enxergando, diferente não só do alfa mas de muitas outras pessoas ao redor do mundo também. Não consegue se colocar no lugar de Jungkook neste momento porque simplesmente não consegue imaginar como seria não enxergar nada, não ver o mundo e as cores dele ao seu redor e as pessoas que lhe são queridas. E também começou a pensar no quanto Jungkook também tem sorte, pois ele faz parte da parcela pequena dessas pessoas que não enxergam que conseguiu um transplante que o possibilitou passar a enxergar.

Por estar pensando em tudo isso, Taehyung praticamente nem nota que ele e o médico já alcançaram a ala de quartos perto da ala de cirurgias do hospital até que Baekhyun para em frente a uma das portas dos quartos, olhando pra ele com um sorriso sapeca no rosto.

- Eu disse a ele que ou você ou Kim Namjoon viria visitar ele agora, mas como eu não sabia qual de vocês dois viria primeiro, eu não consegui avisar que seria você primeiro - o médico diz ainda com o sorrisinho sapeca nos lábios. Colocando uma mão na maçaneta da porta do quarto e a outra nas costas de Taehyung, complementa: - Mas acho que ele vai gostar dessa surpresa!

Quando Baekhyun abre a porta do quarto, Kim Taehyung só tem tempo de respirar fundo antes de ser empurrado gentilmente pra dentro, vendo logo de cara que o quarto em que Jungkook está agora é muito diferente do quarto 121, o que ele divide com Kim Namjoon. Esse quarto, apesar de ser um pouco menor, parece ser mais claro que o outro e mais aconchegante também, tendo até mesmo uma pequena televisão perto da porta de entrada e uma grande janela do lado direito, bem perto da cama que está posicionada no centro do cômodo. E, ao olhar pra ela, o ômega vê Jungkook se olhando em um espelho, inicialmente sem notar a sua presença por estar muito distraído se olhando.

Porém, assim que sente o inconfundível cheiro doce que lembra torta de maçã adentrando o quarto e escuta passos se aproximando da cama, Jeon Jungkook desvia o olhar na mesma hora do próprio reflexo e passa a encarar a pessoa que está se aproximando, e sua primeira reação é soltar o espelho que estava segurando no edredom que o cobria.