Na sociedade alfa, beta e ômega, é de conhecimento geral que os betas são os trabalhadores da sociedade. Representariam a "classe média", ou seja, o dentista, o professor ou o dono de um mercado pequeno. São raros os casos de betas que alcançam um status social de um alfa, como sendo um líder de uma grande corporação ou empresa. Isso não por falta de esforço dessa classe da sociedade, mas, na verdade, muito mais pela maneira como as "hierarquias" foram montadas, levando em conta apenas os rótulos e os interesses dos alfas, "os mais fortes e merecedores de status de prestígio na sociedade".
Com Kim Namjoon, não foi diferente.
Sua relação com os "rótulos" começou já logo ao nascer. Sua mãe, uma beta doce e de coração enorme, morreu para que ele pudesse nascer. Apesar de todos os avisos que os médicos fizeram pra ela sobre continuar com a gravidez, se manteve forte em sua decisão de trazer seu filho ao mundo.
E ela sabia que essa decisão custaria sua vida...
...mas não sabia que custaria a felicidade de mais uma: a de seu próprio filho.
O pai de Namjoon, Kim Heechul, nem mesmo tivera tempo de sentir tristeza pela morte de sua mulher. Quando o médico lhe trouxe a notícia de que seu filho era um "simples" beta, um "ninguém", como ele gostava de se referir à essa classe; seu sangue ferveu em ódio. Ódio de sua falecida esposa, por ter lhe dado um filho "inútil".
Seu casamento com a mãe de Namjoon só acontecera porque ela era de uma rica família de betas, sócios da empresa de seu pai na época. Resumindo: seu casamento fora arranjado. E nem pra lhe dar um filho alfa sua esposa beta foi capaz.
E, principalmente, ódio de seu filho, por ter nascido um beta. Um "ninguém".
Ali mesmo, naquele hospital, Kim Namjoon foi abandonado pelo próprio pai apenas por nascer um beta, a classe excluída na sociedade alfa, beta e ômega.
No fim de tudo, a avó materna de Namjoon, sabendo de todo o ocorrido, ficou com a guarda dele. Ela sabia muito bem que sua falecida filha nunca a perdoaria se deixasse Namjoon sozinho, abandonado, como Kim Heechul fizera com ele.
Bae JooHyun fez todo o possível e o impossível pra criar Namjoon da forma mais "normal" possível. Mesmo sozinha, já que seu marido falecera alguns anos antes de Namjoon nascer, conseguiu criar muito bem seu neto, tão bem que realmente parecia o seu filho. O pequeno beta até mesmo começou a chamá-la de "mãe" quando começou a falar.
Porém, quando Namjoon começou a ir à escolinha, as coisas começaram a ficar mais complicadas.
Todos os dias, ele via seus colegas de classe irem embora da escolinha acompanhados de seus pais. Sempre um homem e uma mulher. E eles eram, em sua maioria, jovens ainda.
Namjoon começou a ficar cada vez mais desconfiado. Primeiro a pessoa que ele chamava de "mãe" não era tão jovem quanto as outras mães que ele via todos os dias. Além disso, ainda tinha o fato de que era apenas uma mulher, e não uma mulher e um homem...
Onde estava seu pai...?
Quem buscava Kim Namjoon na escolinha era seu tio, Bae Jin Young, o outro filho de Bae JooHyun e agora único filho vivo. Além de ajudar sua mãe com várias outras coisas relacionadas à Namjoon e ao sustento deles, ele também buscava o pequeno beta na escolinha pra não fazer sua mãe andar oito quadras sozinha de casa pra escola, e depois mais oito acompanhada do neto de volta pra casa. Por morar apenas a três casas de distância da mãe, na mesma rua, Jin Young fazia esse favor à ela.
Em um desses dias em que foi buscar seu afilhado na escolinha, Namjoon começou a perguntar porque ele não tinha um pai. Nesse primeiro dia e em alguns dos próximos que se seguiram à ele, o tio conseguiu desviar facilmente o assunto e até mesmo fazer o sobrinho esquecer da pergunta.
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Flowers • NamJin
Fanfic[EM HIATUS] Bullying. Há três opções: se tornar o agressor, pedir ajuda ou sofrer em silêncio. Hanahaki. Há três opções: ter seu amor correspondido, cirurgia ou morrer por amor. Em ambos, qualquer uma das opções trará consequências, sejam elas boas...