Quando Mon finalmente foi chamado, havia uma carruagem toda decorada, com lindos cavalos brancos e algumas pessoas que ele não conhecia o esperando, ele deu um último abraço em Magh prometendo a si mesmo que logo que pudesse iria voltar para vê-la e entrou na carruagem.
A cada passo que os cavalos davam se aproximando do portão, seu coração se acelerava, passaram pela pequena floresta de carvalhos que havia logo a frente, e quando o caminho pela floresta se acabou, dando lugar a um belíssimo campo de flores lavanda, Mon ficou boquiaberto, um mix de felicidade e animação tomava todo seu corpo fazendo o garoto ficar totalmente encantado com a visão.-Topur fica logo após o vale, mas vamos demorar um pouco para chegar lá, porque não dorme um pouco majestade?- Disse o senhor que o fora buscar no templo, o qual Mon acreditava ser o mordomo de seu pai.
-Estou bem obrigada, me diga, como é Topur?
-É gelado.
-Me disseram que lá o inverno nunca acaba, é verdade? Lá tem neve como contam nos livros?
-Ah lá tem sim, montanhas e mais montanhas de neve, mas nem sempre faz frio lá, às vezes os deuses são bons conosco e nos deixam aproveitar de alguns dias quentes.- O velho disse olhando para cima como se aquilo fosse apenas um sonho distante.- O senhor gosta de neve?
-Eu não sei, eu nunca vi.
-Não se preocupe, logo você verá.
Mon passou o restante da viagem em silêncio, admirando a paisagem, até que pegou no sono.~
O garoto foi acordado de repente por um enorme baque, algo havia se chocado contra a carruagem. O velho que estava com ele havia desmaiado e não tinha sinal algum do cocheiro.
A paisagem que antes era viva e cheia de cores, agora havia se tornado macabra e totalmente branca, Mon desceu da carruagem e se deparou com uma floresta fria e solitária. Sem ter muito o que fazer, o garoto pensou em buscar ajuda, mas antes que pudesse se mexer sentiu um vulto o espreitando por entre as árvores. O pequeno tentou correr mas estava paralisado de medo, sentiu um arrepio subir por sua espinha e ouviu o grunhir de um animal logo atrás de si.
O feroz urso branco pulou em cima do garoto o arremessando longe com apenas um tapa. Mon pensou que esse fosse seu fim, tentava se arrastar pela neve enquanto o animal se aproximava, mas estava muito frio e sua visão começara a ficar embaçada pela dor.
O animal estava prestes a atacá-lo novamente quando um lobo selvagem quase do mesmo tamanho do urso parou em sua frente rosnando ferozmente e partiu para cima do mesmo.
O urso vendo que não tinha chance, fugiu, e o lobo foi chegando perto do garoto lentamente enquanto tomava uma forma humana. Mon deixou o frio ir aos poucos consumindo suas forças até que fechou os olhos e finalmente se entregou à dor e ao cansaço.~
-Ei garoto!! Ei!!! Acorda.-Um jovem rapaz balançava Mon pelos ombros afim de acordá-lo- Você tá bem? Quebrou alguma coisa?
-Eu…es…estou bem- Dizia ainda tentando recobrar sua consciência.
-Aquele urso fez um estrago e tanto, não sei nem como você ainda está vivo.
-Quem é você? A onde me trouxe?-Mon disse, percebendo que não estava mais no meio da floresta e sim em uma cabana de madeira com o velho mordomo ao seu lado. O rapaz ignorando suas perguntas lhe dá uma xícara com algum líquido que Mon supôs que fosse xá.
-Vocês podem ficar aqui hoje a noite mas amanhã terão que seguir caminho!
-Você ainda não me disse quem é.
-Quem eu sou não importa. Apenas beba e descanse.
-O…obrigado por nos ajudar.
O moreno apenas o olhou e logo após deitou em um dos sofás do cômodo e adormeceu. Mon estava muito assustado para dormir mas também estava com muita dor pra se manter de olhos abertos, então logo cedeu ao sono.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pássaro do Inverno
FantasyMon é um garoto doce e inocente que foi criado em um templo antigo longe de toda a civilização, mal sabe ele que sua vida está prestes a mudar drasticamente, quando por uma solicitação do próprio rei, ele é levado ao castelo, pois já está quase na h...