sépia

6 2 0
                                        

Parecia ser um dia comum na praia para Blueberry, mais um dia cinza, o que poderia se considerar irônia para a garota que possui tantas cores, talvez a podridão do preconceito consiga mesmo consumir tudo o que toca.

Mas tudo indicava que hoje seria um dia sépia, e não cinza, seria um pouco mais colorido para a garota, hoje teria a visita de uma velha senhora que vinha mensalmente ver com estava por lá.

A amiga da família dos pais da Blueberry
não podia vir sempre, morava na cidade vizinha e suas condições não era as melhores, o pouco que podia fazia pela criança.

- Já está um pouco tarde, será que não virá?
A garota falava sozinha, por hábito.

Dessa vez fora da praia, estava sentada na porta de casa olhando para a estrada, mais solitário que aquilo, só quando ela está na areia.

Acabou por adormecer sentada recostada na porta, despertou ao ouvir um cantarolar ao longe, uma música já conhecida por ela, Dona Nona havia chegado.

- Olá pequena, como está?
Ela não respondeu com palavras, mas com um abraço apertado e saudoso. A senhora sentiu sua camisa um pouco molhada, e manteve silêncio, sabia como aquela menina estava aguentando a barra, se sentia culpada por não poder fazer mais por ela.

- Vejo que cresceu desde a última vez que vim, está ainda mais linda.

- Senti sua falta Nona.

- Oh eu sei, está uma loucura passar na divisa da cidade, está acontecendo muitos protesto, agradeça por aqui estar calmo.
Disse Dona Nona tirando os chinelos para entrar na casa.

Depois de fiscalizar, reabastecer e organizar o que Blueberry não conseguia se sentou com a menina na varanda para tomar um chá.
Aquele era um dia Sépia para Blueberry, um dia que a tirava por um tempo da areia e das queimaduras do sol e do sofrer pelo seus pais.

Conto de Blueberry Onde histórias criam vida. Descubra agora