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Todos estavam reunidos na casa do moreno, as suspeitas aumentavam a cada passo que davam naquela casa, as escadarias eram de madeira e rangiam, o quarto era vazio e o vento que evacuava do móvel era frio, Arisu olhava tudo com os olhos arregalados e com as mãos abraçando seus ombros.
Aguni e Niragi empurram o gurda roupas para trás, e por sorte, a mãe da casa não estava.
Uma abertura na parede, o ar que hemanava ficou mais frio e até Chishiya e Usagi fecharam totalmente os casacos. Uma porta branca de ferro não os dava visão para o que havia dentro, e apenas um local com senha. Todos se entreolharam.
Havia algo do outro lado, e somente Niragi saberia, já que o quarto é dele.
-e-eu não sei a senha.- gagueja Suguru quando o olham com olhares desconfiados.
-como não? É uma porta no SEU quarto.- Karube esbravejou.
-eu nunca vi isso.- aponta para o local.
-como não? Você sentiu o vento na primeira noite aqui. Como nunca viu isso?
-eu não sei.- começou a se afastar e ir em direção onde deixou sua arma escondida, ele estava com medo de que o atacassem.
O moreno realmente mudou muito, sua pose de durão se desfez no momento em que acordou no mundo real, ele tinha medo de muitas pessoas, coisa que nunca aconteceria em borderland.
-se o Niragi tivesse feito algo realmente vocês não acham que ele manteria isso em segredo?- Chishiya falou sem encarar ninguém, e fitando o local onde ficava o móvel de madeira.
-eu acho que não podemos ler quem nos colocou naquele jogo.- Last Boss se pronuncia.
-já eu acho que seria burrice depois de tanta coisa que aconteceu, agora que poderia ter acabado ele entregaria o jogo? Acho idiotice.- Arisu finalmente falou sentado na cama, tendo o olhar de todo mundo enquanto também escarava onde antes ficava o armário.
-e o que sugere que seja?- Chapeleiro se opôs.
-devemos tentar entrar antes, certo?- o loiro fala após um tempo observando.
-e como vamos saber a senha?
-algum dos dealers deve estar vivo, e se tem alguem que poderia ser útil seria tal.
-Momoka e Asahi.- Arisu conclui.
-onde elas poderiam estar?- Usagi pergunta.
-não tem como quebrar a porta?- pergunta Karube dando de ombros.
-provavelmente deve ter algum tipo de segurança contra invasões- responde Arisu caminhando para fora do local.
Sairam do local, deixando apenas Niragi e Chishiya no quarto, quando o loiro alegou que queria falar com Suguru.
-porque ainda está aqui?- pergunta o moreno sentando no chão.
Suguru estava com o sangue fervendo, não mentiria se perguntassem, mas também estava com medo de que achassem que era ele o mestre do jogo.
Niragi podia realmente ser um programador de jogos, um ótimo, e por incrível que pareca, muito inteligente, mas não tinha feito aquilo, se o fizesse daria suas risadas nasais escondidas e vamos combinar que Suguru não tinha toda essa falsidade, embora aparenta ter.
-você fez isso?- Chishiya pergunta olhando para o chão, queria chorar, não sabia o porque, mas estava louco para ir embora e nunca mais olhar na cara do moreno que tanto lhe trazia sentimentos estranhos.
Niragi, por sua vez, estava devastado, ele devia ter previsto que o loiro diria algo assim, mas aquilo lhe doeu na alma.
-Chishiya.- parou de frente para o mesmo que sentava na cama e continuava fitando o chão, mesmo que sua mente não estivesse mais naquele quarto, ela estava além, além daqueles dois, além das palavras ditas e das ações impensadas ou impróprias. Era apenas sentimentos, tanto que ronda seu coração de perdra perfurado pelo ex miliciano, quanto sua mente perturbada de tantas merdas que lhe fizeram, mas que agora apenas pensava em abraçar o garoto de joelhos a sua frente.- eu nunca faria isso.- falou em um sispiro, segurando as mãos pálidas do menor e pela primeira vez, o loiro se sentiu acolido, amado.
-eu quero uma prova.- fala com a voz falha e os olhos se enchendo de água.
O loiro sentia tristeza, um sentimento que experimentou a muitos anos, o que o transformou em um ser quase sem os mesmos, mas Niragi, de alguma forma, trouxe um Chishiya diferente para o mundo real, o mundo onde ele queria esse loiro sentimental.
-Niragi.- Shuntarô sussurra baixo, mas o suficiente para chegar aos ouvidos do moreno.
Em um momento de fraqueza e de desentendimento pelo que sentia, Chishiya se deixou ir pelo sentimento, pela primeira vez, e se jogar nos braços da pessoa que prometeu lhe proteger em um acordo bobo, e assim Suguru se assustou, mas não o suficiente para recuar, e logo os dois esqueceram a pequena briga que tiveram a poucos segundos.
Lágrimas quentes escorriam pela pele pálida, as mãos apertavam a blusa negra de Niragi e ele não conseguia sair daquela posição.
-desculpa duvidar de você.- o moreno sorri ao mísero pedido do menor, que sequer se mecheu ou abriu os olhos.
-tudo bem.- sussurra e o abraça mais forte, trazendo Shuntarô para se colo e afagando seus longos cabelos loiros.
Chishiya fungava e Niragi sorria, não pela diversão do loiro que sempre pareceu durão estar chorando no seu colo, mas sim pela felicidade de ter finamente ganhado o coração que tanto aprendeu a querer para cuidar e amar também.
-eu te amo.- um sussurro inaudível da parte do de cabelos cumpridos não passou inaudível para o moreno.
-eu muito mais.- fala quebrando levemente o abraço para dar um beijo calmo e doce na boca do menor, que arfou e secou as lágrimas ao término do mesmo.
O tempo parecia ter parado, a grande questão do momento foi deixada de lado pelos dois, e eles apenas de entreolhavam sorrindo ternamente.
Era estranho olhar para aquele garoto de moletom branco e pensar que ele tinha realmente um coração, assim como o moreno, mas havia um em cada peito, que apenas batia para o outro, e assim que conseguiram quebrar as barreiras que fizeram para si mesmos, que finalmente encontraram a felicidade no olhar do outro.
Agora aquele acordo não passava de uma ponte para o destino final.
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