Cafona

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(Para dar sentido a história a S/n vai ficar com o cabelo curto depois de alguns caps)

Cruella, um nome conhecido, famoso, digamos que, talvez esse nome tenha uma história, a famosa dos cento e um dálmatas, ou então da mulher com uma mente diferente e uma mão impecável para moda, vamos aos fatos, seja lá qual das duas você conheça, são todas a mais pura mentira, como eu sei disso? Bom, digamos que eu sou uma peça importante da história, da verdadeira história.

Por onde podemos começar? Que tal do início? Certo, então vamos aos poucos, o início da história foi verdade, Joel e Paul a acolheram, roubando e roubando, mas digamos que não foi sempre assim, sentada na pequena muretinha, uma maçã vermelha crocante em minha mão, a mulher de cabelos vermelhos fortes saía de dentro do hotel com uma bolsa em mãos, o pequeno beco só continha nós duas, e uma única saída. Ela me olhou por um determinado tempo preucupada sobre o fato de que eu talvez pudesse entregá-la, mas assim que vi por cima do muro o moço da loja de frutas correndo eu saltei do muro com facilidade logo me colocando a correr, tendo ela e os seguranças atrás de mim.

Virei para a rua pulando pelos carros, o sorriso estampando o meu rosto com a adrenalina, me abaixei passando por baixo da cerca e me virei jogando a outra maçã para ela que pegou com facilidade, pisquei em sua direção e segui o meu caminho a vendo entrar em uma construção abandonada, é, dessa parte vocês não sabiam não é? Devem pensar, mas foram tantos roubos, o que esse mudaria na história? Mais coisa do que se pode imaginar, tenho que adimitir que fiquei bem irritada quando ela me tirou da história, mas feliz ao saber o motivo, digamos que ela não goste de deixar seu ponto fraco exposto para todos, mas eu cansei dessa brincadeira toda, e tá na hora de contar a minha versão da história.

Aos dez anos de idade eu perdi a minha mãe e meu pai para uma doença, assim tendo no final uma única opção, orfanato, mas para mim aquela era a última opção, até a prisão estava acima, porém em primeiro lugar estava a mais louca fuga, obviamente não fugi quando eles morrerem, não mesmo.

Três semanas se passaram, escondida ninguém sabia de nada, até a médica avisar e a dona de um orfanato vir atrás de mim, no meio do caminho, dentro daquele belo carro eu ganhei diversos cacos de vidro pelo braço, um ralado grande na costela, água no pulmão e um tornozelo torcido, nunca tentem pular de um carro a alta velocidade, principalmente um na beira de um precipicio, foi idiota? Foi, mas aquele lugar de fora já me dava arrepios, imagina por dentro.

Adimito que as vezes me pego pensando em como seria se eu tivesse ficado lá, mas não dura muito quando eu me lembro de como vivi aqui fora, uma inocente garotinha de dez anos, vagando pelas ruas frias e geladas de Londres, acolhida por uma mulher, a mesma de início tentou me levar para um orfanato, porém depois de eu sumir por dias jogou essa opção fora, me criando como a filha que ela tinha perdido no nascimento.

A bela mulher tinha por volta de seus trinta anos, havia sido uma das maiores dançarinas de Londres até quebrar seu pé em um apresentação, clichê não é? Mais clichê ainda eu ter aprendido e seguido o seu sonho, mas desistido quando a jovem mulher faleceu após um ataque cardíaco, digamos que ela não tinha a melhor saúde do mundo.

Eu vivi em sua casa, trabalhei, da minha forma, roubando, mas ainda sim trabalhei, tentei de tudo, garçonete, barista, cozinheira, até mesmo cantora, mas nada funcionava, eu poderia tentar a dança, é isso que se passou por sua cabeça, porém era diferente, minha dança não foi feita para ser vista aos olhos de simples pessoas, das quais não sentiam a intensidade de meus movimentos, não, nasceu para ser vista pelo mesmo brilho maravilhado que era armazenado nos olhos de minha mãe, era daquilo que eu necessitava.

Vivi nessa de rouba para comer minha vida toda dali em diante, completando meus vinte e dois ainda nesse negócio, mas o que posso dizer, encontrei no roubo o que eu tinha perdido na dança, minha nova casa.

Preto no Branco (Cruella x You)Onde histórias criam vida. Descubra agora