Capítulo 12

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Arruma-mos todas as nossas coisas e da-mos um jeito na cabana para que os pais do Dylan não encontrem nada como garrafa de álcool e drogas. Toda a excitação do inicio da tarde já tinha passado e o único vestígio que restava era uns olhos extremamente vermelhos. Eram quase nove horas quando cheguei a casa e por incrível que pareça o meu pai já tinha chegado, estava sentado no sofá com o computador e umas folhas.

-Boa noite docinho.- ele diz desviando o olhar do computador.

-Boa noite senhor comandante. - tropeço e uma risada abafada sai da minha garganta.

-Onde estives-te? - pergunta focando a sua atenção nos meus olhos avermelhados.

-Cabana do Dylan. - digo e este parece perceber tudo.

-Espero bem que não tenhas abusado. - o meu pai sempre foi muito liberal devido ao facto de ter sido um rebelde quando era adolescente.

-Nunca.- lanço-lhe o meu melhor sorriso.

-Ainda tens a faca que te dei quando fizeste 15 anos?- o tom de voz dele muda e o meu rosto fica sério com tal pergunta.

-sim, está no quarto porque? - chego mais perto dele e este volta a olhar para a papelada que tem em cima do sofá.

-Quero que voltes a andar com ela. - o meu corpo arrefece e sinto más noticias chegarem.

-Porque?

-Passadena está perigosa, podes precisar de te proteger. - confusão passa pelo meu olhar, Passadena nunca foi o tipo de cidade pacifica mas daí a ter que andar com uma faca para me proteger era um grande passo.

-Sabes que sou horrível com as facas, para me proteger só com uma arma. - eu tive treinamento de facas mas nunca fui boa, muito pelo contrário era horrível.

-Não vais andar com uma arma, tens 16 anos. - este não percebeu que o que eu tinha dito era uma brincadeira, eu nunca consideraria andar com uma arma.

-Estava a brincar pai, descontrai.

-A partir de amanha não sais de casa sem a faca entendido? - a faca que ele me tinha dado era branca e tinha rebordos em mármore com um pequeno leão cravejado em ouro.

-Entendido, vou para a cama, boa noite. - subo as escadas.

-Boa noite docinho.- ouço ele dizer quando chego ao topo das escadas mas logo sigo em frente para o meu quarto, estou tão cansada que vou adormecer em menos de um minuto.

Sexta feira e ultimo dia de aulas da semana. O dia de ontem fui extremamente aborrecido, estávamos todos com ressaca então concentração era nula, todos menos Hero que para alem de continuar a olhar para mim sem me dizer uma palavra estava perfeito como sempre. No treino de futebol ele parecia ser o único capaz de treinar mesmo depois do dia que passamos na cabana, ele era de ferro. Estávamos todos muito exaustos então depois dos nossos treinos fomos logo para casa. Hoje o dia ia ser diferente, a manha era ocupada por aulas mas á tarde íamos ter a lavagem de carros para angariação de fundos da escola. Todos os anos o último ano ficava encarregue disso e este ano era a nossa vez. Fui almoçar a casa e troquei de roupa. Tive alguma dificuldade em escolher o biquini mas acabei por optar pelo preto simples não era nem muito revelador nem muito conservador no entanto era o que ressaltava melhor o meu corpo. Vesti os meus calções de ganga com rasgões e uma camisola de fecho branca, era muito prática já que bastava abrir o fecho que estava mesmo no meio e tirar. Quando cheguei á West já estava toda a gente pronta para a lavagem mas o meu olhar ficou preso num Hero sem camisa e de calções. As cicatrizes dele pareciam cada vez mais salientes e parecia até mesmo que havia novas marcas. Definitivamente eram novas, ele tinha um corte enorme na parte de trás da costela assim como uma tatuagem que eu nunca tinha reparado antes. Mesmo no cimo das costas tinha a imagem de um lobo com um olhar raivoso a sair do meio de chamas. Sou tirada do transe com a chegada de Alexander ao pé de mim que também já estava sem camisola.

The Wolfs of HellOnde histórias criam vida. Descubra agora