The Prince

Quinze

"Bando de merdas, parasitas... E sabem por quê? Porque não tem coragem de estarem onde querem estar, precisam de gente como eu... Precisam de fodidos como eu para apontar e dizer "Aquele é o cara mau" e então isso faz de vocês bons? Não são bons, só sabem se esconder e mentir... Eu? Eu não tenho esse tipo de problema. Eu falo a verdade, até quando eu minto, então dêem boa noite ao cara mau, é a ultima vez que vocês vão ver um tão de perto, acreditem. Vamos! Abram caminho para o cara mau, olha o cara mau passando, olha eu saindo. "
TONY MONTANA (SCARFACE)

Nicolai

Tudo parece ttersido suspenso no ar, o tempo parece ter corrido e eu não o senti. Foi no automático como levei Amélia que não tinha sequer soltado um som desde os nossos primeiros momentos como noivos, como futuros governantes de uma nação inteira para o meu quarto, a colocando sentada em minha cama sentindo sua pele reduzida ao frio, seus olhos focados no chão.

Eu paro a poucos centímetros longe dela, em sua frente. Me preparo para a pancada que leverei logo a seguir, pois sei que ela virá, sei que Amélia deve estar desesperada por dentro pois eu a conheço, esse noivado, essa união que engatinhava sendo agora empurrada para um precipício de deveres, coroas e sorrisos vazios. Amélia é a pessoa mais forte que eu já vi em minha vida, mas a coroa ela leva tudo, leva a vida, leva os momentos, ela leva a felicidade. E agora, está levando o meu amor embora mesmo depois de ter me levado tudo, e quase ter levado minha vida num passado não tão distante.

- Eu vou tomar um banho. - É tudo o que sai de minha boca, é tudo o que um covarde consegue dizer para fugir.

No banheiro arranco minhas roupas, ligo o registro e entro debaixo da água quente que parece derreter meus ombros que caem com o peso do mundo que eu carregava. Tento desviar meu foco para a água que escorre pelo meu corpo quente pelo Sol e pela raiva, pelo tormento, pela tristeza, e acima de tudo pelo desespero que toma meu corpo com a possibilidade da perda de Amélia, tento achar o príncipe dentro de mim mas este saiu correndo, ele saberia disfarçar a perda sorriria amanhã quando descer do avião Real no aeroporto cumprimentando os repórteres, mas o Nicolai de verdade, sabe bem que se Amélia se for a vida se tornará mais uma vez cinza.

Quando minhas pernas e as lágrimas começam a ceder eu sinto a presença dela. Amélia com o corpo grudado no meu, sua cabeça de encontro ao meio das minhas costas, suas mãos existantes passeando pelas minhas costelas repousando no meu peito, sobre o meu coração. Abraçados ficamos em silêncio dos pensamentos que perturbam agora um futuro ainda mais incerto.

Eu posso ouvir seus suspiros mas não tenho coragem de me virar para ela, de olhar em seus olhos atormentados e saber que eu sou o motivo desse incômodo. Eu espalmo as mãos na parede implorando a uma divindade da qual cansei de implorar pelo mínimo de sanidade.

- Me diga o que fazer para te tirar desse tormento, me diga o preço e eu o pagarei. - Ouço Amélia sussurrar contra a minha pele.

As mãos dela começam a se mover pela minha pele, exitante elas descem pelo vale da minha barriga e eu não posso conter meu corpo tão necessitado dela, minha cabeça pende para trás e eu abro a boca em um gemido silencioso. Não há palavras para a necessidade, para o amor e pela enxurrada de sentimentos que cai sobre mim pela primeira vez.

Suas mãos chegam a minha virilha e eu estou pronto para ela mas meus pensamentos voltam com tudo, meu pai sentado ao trono olhando para mim e um mundo reduzido ao pó toma minha mente e isso é demais para mim, a dor é demais. Pego as mãos de Amélia antes dela alcançar seu objetivo e me viro para ela.