Dois

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Nicolai

Já se passa das cinco horas da manhã e para nenhuma surpresa, eu acordei de um sono perturbado por um sonho erótico com Amélia e para ficar ainda mais adolescente, eu havia gozado por conta do sono. Eu tive que trocar roupa de cama, tomar um banho que estava um inferno de gelado e agora estou aqui, deitado e encarando o maldito teto.

Um completo fodido. É isso que eu sou. Pois eu estou sorrindo para o teto ao relembrar o sonho onde Amélia e eu estava transando na sua pequena cama no seu apartamento do campus, o jeito que nossos corpos deslizavam em perfeita sintonia, o jeito que ela fincava as unhas nas minhas costas quando entrelaçou as pernas mais apertado no meu quadril e seus gemidos e gritos nada discretos chamando meu nome ou implorando por mais de mim e quando chegamos ao ápice no sonho, eu desmoronei sobre ela, em seu peito que subia e descia frenético enquanto Amélia dizia que me ama sem parar e então acordei suando, havia gozado na vida real para minha infelicidade.

No banho, cogitei ir para o apartamento de Amélia afim de realizar esse belo sonho, mas tenho certeza que não iria rolar, afinal, ela ainda estava magoada e não ia nem sequer abrir a porta para mim. Ótimo, sem sexo, sem Amélia, sem sono, qual castigo a vida me daria agora ?

Depois de um tempo eu devido ir malhar, quem sabe assim eu me distraio do tesão que estou sentindo. Nesses três meses eu tentei esquecer Amélia e seu corpo, liguei para umas amigas antigas minhas, eu tentei, de todos os jeitos ter uma transa que me fizesse esquecer tudo, mas no final, nem gozar eu conseguia mais, meu prazer saiu com Amélia porta a fora naquele dia em que ela deu adeus. As transas eram legais, até que dava para dar uma boa aproveitada nas mulheres rebolando em cima de mim, mas no final, elas gozavam e eu ? Eu não, acabava pingando de suor e pensando em Amélia, igual um maldito adolescente que fica pensando na professora gostosa enquanto transa com uma namorada de colegial.

Eu decido treinar um pouco de chutes e socos no saco de pancadas. Coloco um calção preto, sem camisa ou tênis, só calção e ataduras pretas cobrindo os punhos. Ao entrar na academia, encontro alguns dos seguranças treinando seus golpes ou malhando ainda mais os corpos. Ethan está aqui, treinando também e quando eu entro, todos fazem uma reverência para mim.

- Bom dia. - Meu tom já denúncia o meu humor nada estável e alegre.

Caminho até o saco de pancadas vago no canto da minha academia. Axl que estava pulando corda me ajuda a colocar luvas de boxe, ele está pingando suor, ele é daqueles seguranças cheios de tatuagem cobrindo o tórax e braços, não me impressiona que ele e Mary tenham tido um pequeno caso. Ele segura o saco de pancadas para mim, começo dando alguns socos, eu me empolgo rápido e já começo os pontapés.

- Voltou a treinar, pequeno príncipe. - Escuto Dom caçoar atrás de mim, ótimo, esse bastardo está aqui.

- Fique feliz por ser o saco que está sendo chutado agora e não essa sua cara. - Me viro para Dom que está rindo, ele acabou de chegar de seu turno de vigia de Amélia.

- Ainda não fez a sua tatuagem ? Todo KGB tem a sua, onde está a sua ? - Axl sai e Dom segura o saco de pancadas para mim enquanto volto a chutar.

- Não tenho e não importa, faz muito tempo que não sirvo a KGB, desde aquela maldita missão. - Soco mais forte o saco fazendo Dom vacilar.

- Uma vez KGB, sempre KGB. - Ele fala.

- Isso não vale para mim. - Digo, seco.

- Esqueceu como se faz então ? - Ele pergunta e eu paro de socar o saco de pancadas que balança. - Cara, ninguém esquece aquela merda, ninguém esquece aquele maldito treinamento.

- Amélia. - A expressão dele muda, não consigo decifrar.

- Uma boa e uma má notícia. - Axl me ajuda a tirar as luvas e eu vou até a geladeira de água e isotônico no canto da academia.

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