Doze

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Se eu dissesse que poderíamos nos banhar em todas as luzes
Você se levantaria, viria e me encontraria no céu?
Você confiaria em mim enquanto estivesse pulando das alturas?
Você cairia em nome do amor?

Quando há loucura, quando há veneno em sua cabeça
Quando a tristeza deixa você quebrado em sua cama
Vou te abraçar nas profundezas do seu desespero
E tudo isso em nome do amor

IN THE NAME OF LOVE - MARTIN GARRIX FEAT. BEBE REXHA

O quarto de Nicolai esta frio e escuro. Os móveis não passam de borrões cobertos de sombras, tudo está no seu devido lugar. O som da porta se fechando me faz pular, e sinto a presença de Nicolai ao meu lado mesmo eu não olhando em sua direção, seu cheiro inundando o meu ser.

- Aceitaria ficar no escuro ou prefere que eu acenda as luzes ? - Nicolai pergunta.

Ele emana uma aura totalmente diferente, não há malícia, não é luxúria em sua voz, mas há tristeza e disso eu entendo bem, é quase palpável.

- Como você se sente mais confortável ? - Eu pergunto de volta. - Ficarei na forma que você se sentir mais confortável em falar.

Nicolai se vira rapidamente para trás e as luzes se acendem revelando seu quarto. A Boston coberta pela noite brilha como estrelas com as luzes dos carros e das janelas fos prédios. Sinto a mão de Nicolai na minha, sou encaminhada até a cama onde me sento no meio sendo seguida por Nicolai que faz o mesmo ficando sentado de pernas cruzadas na minha frente, poucos centímetros longe de mim.

- Nicolai ? - Eu o chamo pois ele não olha em meus olhos e sim para as palma de suas mãos como se visse algo, como se o mundo estivesse ali, na plama de suas mãos. - Está pronto para falar agora ? O que você está sentindo ?

E então ele levanta o olhar para mim. Sombras cobrem o azul de suas íris mas não apagam o brilho que toma seus olhos inteiros, novamente não é nada lascivo, mas lágrimas, seus olhos estão cheios de lágrimas. É como conhecer uma das versões de Nicolai, mas este me parece ser o pior deles porque ele está transparecendo tudo o que luta para esconder, aquele Nicolai forte, o príncipe perfeito correu para longe ou sequer existe.

- Se eu não conseguir falar agora, você ainda estaria disposta a me ouvir depois ? - Ele sussurra para mim.

Meu coração se fragmenta em milhares de pedaços em vê-lo nesse Estado.

- É claro que sim, eu disse que estou disposta a ouvir, vou cumprir minha promessa. - Respondo.

- Quero pedir algumas coisas para quando eu começar a me confessar. - Ele fala.

- O que seria ? - Pergunto.

- Meu psicólogo me aconselhou que quando eu estivesse pronto para contar sobre mim que eu o fizesse da minha forma. Quando eu estiver falando, quero que fiquemos sentados no chão, de costas um para o outro, e por favor não me abrace, não fale nada, poderia fazer isso por mim ? - Ele pergunta ou praticamente implora.

- Mais alguma coisa ? - Pergunto engolindo a seco.

- Prometa segurar na minha mão enquanto eu falo, segure firme e não solte até que eu tenha terminado, mas não me abrace, se você fizer desabarei antes de contar tudo a você. - Ele murmura, quase não o escuto.

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