Capitulo 5

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- Kato -

Quando cheguei no trabalho, havia um buquê de flores na minha mesa. Fiquei me perguntando de quem poderia ser. As flores eram lindas. Reconheci que era um buquê de açafrão, já que a cor é bem distinta. Percebi que tinha um cartão, provavelmente indicando de quem seria aquele presente. Quando li, entrei em pânico, pois tinha percebido que Kambe, o responsável pelas flores, não tirava os olhos de mim, e por reflexo, joguei as flores no lixo.

Mais tarde, Kambe se aproximou de mim e disse:

- Kato. Seu cabelo é lindo.

E começou a mexer no meu cabelo.

Ele me olhava fixamente nos olhos e me senti envergonhado, então não disse nada, apenas tirei sua mão do meu cabelo e corri na direção dos outros para evitar que tal coisa acontecesse de novo.

Novamente, Kambe fez algo desse tipo.

Quando estava voltando pro escritório do banheiro, vi que tinha um coração em cima da minha mesa. Devido ao fatos anteriores, imaginei que Kambe poderia estar por trás disso e já me preparei mentalmente para o que poderia ter nesse coração.

Porém, qualquer preparação foi inútil. Ele basicamente escreveu uma carta de amor. Senti meu coração bater mais rápido e meu rosto esquentar. Sabia que ele estava me olhando, mas não queria que ele percebesse o quando essa carta me afetou. Assim, contra a minha vontade, joguei o coração no lixo, junto com as flores. Planejo pegá-lo de volta antes de sair.

Na hora do almoço foi quando pensei que teria paz, mas descobri que estava muito enganado.

Kambe veio com uma vasilha, contendo o almoço. Quando chegou perto de mim, se sentou ao meu lado e disse que ele mesmo tinha cozinhado para mim. Abri e vi que tinha um omelete, uma comida bem simples, junto com arroz e verduras. Apesar da simplicidade, fiquei surpreso por ele mesmo ter cozinhado. Se eu fosse rico, essa seria minha última preocupação. Enfim provei a comida, e confesso que estava melhor do que eu esperava. As vezes eu acho que esse cara é perfeito. Tem alguma coisa que ele não saiba fazer?

Me concentrei tanto nos meus pensamentos que acabei esquecendo de agradecê-lo pela comida.

- Quebra de tempo -

Finalmente terminei meu trabalho e estava prestes a ir embora quando Kambe veio falar comigo mais uma vez. Fiquei imaginando o que seria agora. Ele me entregou uma caixa e quando abri, vi que era o relógio que eu tanto queria. Fiquei tentado a aceitá-lo, mas não pude. Kambe precisa entender que eu não ligo pro dinheiro dele, e se ele realmente gosta de mim deveria saber.

De repente, me assustei com esse pensamento. Eu estava tão ocupado tentando lidar com as esquisitices do Kambe que acabei esquecendo de como ele disse que gostava de mim.

Senti meu rosto esquentar, então me apressei em devolver a caixa para ele e dizer:

- Eu não quero.

E então saí correndo.

Infelizmente ele veio atrás de mim e me puxou. Ah, eu provavelmente estou parecendo um pimentão.

Eu me soltei e voltei a correr.

- Aaaaah, merda. O que deu nele hoje? Ficou me provocando daquele jeito! Aquele Kambe idiota! Sério!

Quando vi, estava falando sozinho, agachado no meio da rua.

- Mas por quê?... Por que as ações dele me afetam tanto? Aquele buquê idiota e depois aquele elogio idiota e aquele bilhete idiota e aquele almoço idiota e aquele presente idiota! Idiota! Idiota!

Respirei fundo para me acalmar.

- Ah, sério... não queria que ele tivesse visto meu rosto.

- Kambe -

Obviamente, assim que Kato chegou no trabalho, eu o arrastei para aquele quartinho onde sempre conversamos quando queremos privacidade. Me apressei em dizer:

- Kato, o que foi aquilo ontem? Por que seu rosto estava vermelho daquele jeito? Por acaso, você...

- Tá, tá, vê se se afasta um pouco. Fala sério. Você é um idiota, sabia? - Ele suspira. - Eu que pergunto, o que foi aquilo ontem? Você ficou fazendo todas aquelas coisas!

- Me... me desculpe.

- Se for pra pedir desculpa, então não faça! Eu vou indo.

- Espera!

No desespero, acabei prendendo ele contra a parede e nossos rostos ficaram a milímetros de distância.

- Ha... ru...

Segundos depois, já estávamos nos beijando. Seus lábios eram macios, mais do que eu imaginava. Ele me abraçou, sem separar do beijo, exceto, apenas quando precisamos de ar.

Comecei a subir minha mão pelas costas dele por debaixo da blusa e senti ele estremecer, mas então ele me empurrou e disse:

- Ei, pensei que você não iria me atacar.

- Bom, você consentiu, então achei que não tinha problema.

- Eu não consenti nada! - Ele disse, corando.

- Bom, você não me impediu de te beijar e, também, não pareceu odiar.

- I-Isso foi... Por que... Não é da sua conta!

E então ele saiu correndo do quartinho.

Me deixe amá-loOnde histórias criam vida. Descubra agora