Extra 1

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Já faz alguns dias desde que aquilo aconteceu. Só que desde então, nunca nem nos beijamos. Quer dizer, ele não disse nada sobre estarmos namorando, mas ele disse que gostava de mim!

Ah, Deus, o que está acontecendo?

- Kambe, você está bem? - Kato interrompe meus pensamentos.

- Sim... tudo bem.

Ele fez uma cara estranha.

- ...certo.

Depois de uma pausa, ele acrescentou:

- Kambe, quer sair hoje?

- Claro! Pra onde quer ir?

- Que tal o cinema? Tem um filme em cartaz que eu quero assistir. Podemos comer depois.

- Parece ótimo! Você vai conseguir sair mais cedo do trabalho hoje?

- Sim, só falta preencher alguns papéis.

- Certo. Me chama quando terminar, ok?

- Ok.

Quando era umas 19h, Kato finalmente veio me chamar e saímos do trabalho em direção ao cinema.

- Que filme você disse mesmo que queria assistir?

- É um que está em cartaz. - Ele respondeu. - Se chama "one more time". Esqueci de perguntar, mas você gosta de filmes de drama?

- Não tenho certeza, acho que não assisti muitos pra ter uma opinião.

- Quer escolher outro, então?

- Não precisa. Eu assisto o que você quiser. - Disse sorrindo e olhando em seu rosto, que virou na outra direção.

Com o rosto virado, ele fala:

- C-certo.

- No cinema -

O filme já estava acabando. Era sobre um cara que não valorizava a namorada, mas quando ela morreu ele percebeu o quanto a amava. Por algum motivo, o mesmo dia ficava se repetindo, várias e várias vezes. O dia em que ela morreu. E ele tentava evitar todas as vezes, sem sucesso. Ele sempre via ela morrer.

Eu gostei da história, o que será que Kato achou?

- Kat-

Quando olhei pra ele, vi que ele estava chorando.

- Você tá bem?

Ele mexeu a cabeça afirmativamente.

Não sabia o que fazer para que ele parasse de chorar, então apenas coloquei meu braço em volta de seu ombro para confortá-lo, e ele apoiou sua cabeça em meu peito.

- Olha, o filme acabou. Temos que sair. 

- Tudo bem. Desculpe por chorar desse jeito.

Dei risada e respondi:

- Não precisa se desculpar. Você fica incrivelmente fofo quando chora.

Vi seu rosto corar. Estava ainda mais vermelho do que quando estava chorando.

Fofo!

Passei a mão em seu rosto para secar suas lágrimas, mas ele a segurou e olhou nos meus olhos.

Não sei se era isso que ele queria, mas senti muita vontade de beijá-lo depois do que pareceu uma eternidade sem fazê-lo. E foi o que eu fiz.

Nos beijamos ali mesmo, na sala de cinema. O bom é que estava praticamente vazia agora, já que o filme acabou já faz um tempo.

- Agora é sério. Nós precisamos ir. - Eu sussurrei, perto de sua boca, recuperando o fôlego.

- Kato -

Depois disso, fomos comer em um restaurante de fast food. Já tínhamos acabado de comer, eu estava só terminando meu refrigerante, quanto Kambe disse:

- Nós estamos namorando?

Quase engasguei de susto.

- Por que pergunta? - Eu respondi.

- Você sabe, é que não falamos disso ainda.

- Não achei que precisasse de todas as palavras. Pra mim estamos namorando desde que nos pegamos no trabalho e eu disse que gostava de você.

Kambe corou com a lembrança, o que me deixou um pouco envergonhado também.

- Certo... - Ele respondeu, embaraçado. - Mas então, por que não fizemos mais nada depois disso? Já faz quase uma semana.

- Nós dois estávamos ocupados no trabalho. Se puder, quero evitar fazer esse tipo de coisa lá.

- Tudo bem. - Ele sorriu. - Tenho que fazer o possível para que o meu namorado continue gostando de mim, então vou fazer o que ele quer.

- Idiota. - Eu disse rindo.

E então me lembrei de uma coisa.

- Kambe, por que você estava chateado mais cedo? Aconteceu alguma coisa?

Ele corou e não entendi o motivo.

- Ah, não era nada. Não se preocupe.

- Já que você quer que seu namorado continue gostando de você, vou te dar uma dica: não esconda coisas dele.

Ele pensou um pouco e disse:

- Eu só estava pensando no quanto queria te beijar.

- O qu- Tenho certeza que corei muito nessa hora. - Por que você estava pensando uma coisa dessas?!

- Eu vejo a pessoa que eu gosto todo dia, mas não posso tocá-la. É torturante.

- É idiotice!

- Você não se sentiu assim, Kato?

- B-bem... um pouco, talvez. - Admiti envergonhado.

- Bom. - Foi o que ele disse antes de roubar um selinho de mim.

Me deixe amá-loOnde histórias criam vida. Descubra agora