Se dissesse que era (ou sou) um grande fã da sua banda eu estaria mentindo, mas seria bem mais fácil de explicar a palpitação no meu peito no momento em que os nossos olhares se encontraram naquele show de longos anos atrás.E hoje, ver aqueles olhos tão bonitos brilharem mais uma vez, ainda que numa entrevista para um canal qualquer de televisão, me fazia lembrar de muitas pequenas coisas para uma única noite.
11 de Abril, 2009
Passar horas na fila para um show que você não conhece mais de duas ou três músicas parecia ridículo, mas é o tipo de coisas que eu faria por meus amigos. E sim, baby, conseguimos ficar na grade dessa vez. A noite estava pronta para começar e começar bem.
45 minutos depois
Manter o seu olhar era quente, sentia penetrar todo o meu corpo aos poucos. Sei que a sua música era como gritos para alguns, mas sua voz chegava no meu ouvido como sussurros roucos e, por mais que eu tentasse, falhava ao não conseguir assimilar nenhuma das palavras. Sentia a minha pele formigar e os meus pelos se eriçarem enquanto ele as recitava, sem quebrar o nosso intenso contato visual.
Quando ele finalmente o fez, findando aquela curta troca de olhares, não só a nossa breve ligação se quebrou, mas era como se eu tivesse acabado de sair de um estado de transe e isso havia despertado algo novo em mim. A multidão de fãs era uma das coisas que deixei de prestar atenção quando os olhos de cor avelã decretou os meus à liberdade, era um pouco sufocante ficar ali com tanta gente, quando tudo que eu queria era estar com ele.
Eu queria mais da sua atenção, precisava sentir mais do calor que os seus olhos emanavam sem o menor esforço e isso não era nada como o desejo de um fã. Era um desejo forte; totalmente bruto e sexual, como os seus olhos me mostraram também ser para ele.
Com o final show aparentemente próximo, tentei voltar para perto dos meus amigos e para a minha surpresa uma mão grande e forte tocou o meu ombro antes que pudesse me distanciar da grade.
O homem não era apenas alto, era estupidamente grande em todos os sentidos e em tudo que me foi possível conferir, e só depois de bastante corre-corre e poucas palavras trocadas, descobrindo ser o segurança pessoal.
Não lembro das suas exatas palavras, mas isso não foi de grande importância já que o que veio depois disso tomou totalmente a minha mente. E até hoje, as memórias mantiveram-se intactas, e me lembro de cada uma das suas palavras.
"Gostei dos seus sapatos" Ele me disse, sorrindo do jeito que fazia o meu coração bater mais forte enquanto apontava para o meu All Star de cano alto preto surrado.
"Obrigado, eu gostei da sua voz" Falhei ao tentar soar como ele fazia, tão naturalmente "Posso ir com você?"
Não precisei terminar a minha pergunta para o seu sorriso se tornar malicioso; os seus dentes prenderam o seu lábio inferior e o seu corpo distanciou-se cada vez mais do meu, mas sua mão chamou pela minha mão e o toque era tão quente quanto o fogo estampado nos seus olhos.
Ele era um tanto mais baixo do que percebi ser pelo palco e a sua pele mostrava mais tatuagens agora com as roupas mais casuais, enquanto eu tropeçava nos degraus da escada onde ele me guiava rumo ao camarim. Aquele cara baixinho não tinha só a minha mão em mãos, ele me tinha por completo ali, e eu não fiz questão de dizer o contrário.
O seu charme era irresistível enquanto subíamos as escadas de mãos unidas e, ele de costas mantendo o contato visual, a minha mente funcionava exclusivamente para admirá-lo, ajudando nos leves tropeços e a confusão que os meus pés se tornaram.
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lover I don't have to love
FanfictionGerard é convidado à ir em um show da banda Leathermouth, o que não espera é se apaixonar a primeira vista pelo vocalista e ser recíproco. Inspirado na música da banda Bright Eyes