Eu fiquei paralisada, eu não sabia se deveria chorar ou sorrir. Mas, minha curiosidade me apressou a abrir aquela mala, ansiosa para saber mais sobre a minha mãe. Eu amava saber tudo sobre ela. Uma vez quando eu era mais nova, subi ao sótão e passei o dia todo lá olhando tudo que era da mamãe, lendo, remexendo, mas quando meu pai chegou, eu estava desmaiada no chão. Ele me levou correndo ao hospital e a médica falou que toda aquela poeira me deu uma crise alérgica muito forte. Desde então, meu pai deixa uma dose de adrenalina numa maleta de primeiros socorros embaixo da cama dele e mais uma no porta malas do carro dele. Desde que a mamãe morreu tem sido eu e ele por muito tempo. Então eu não ligo que ele também me obrigue a carregar uma na mochila, além de uma cartela de anti-histamínicos.
Me levanto e vou até a minha mochila, pego a minha garrafa e tomo um comprimido, não sei quanta poeira pode levantar quando eu revirar aquela mala. Por via das dúvidas vou deixar a adrenalina na minha mesinha de cabeceira, amo minha mãe, mas não quero encontrar ela tão cedo.
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o meu terceiro ano
RomanceMinha vida sempre foi um saco, até chegar o terceiro ano eu decidi que bastava de toda aquela chatice, precisava de animação. E qual hora é melhor pra isso do que o terceiro ano.