𝑇𝐸𝑅𝐶𝐸𝐼𝑅𝑂

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        Apanhei minha câmera e abri a porta da frente, o dia amanheceu e eu estava cheia de esperanças; aquela barreira idiota foi apenas parte de um delírio estúpido, eu voltaria para minha casa, receberia as broncas necessárias de meu pai e jura...

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        Apanhei minha câmera e abri a porta da frente, o dia amanheceu e eu estava cheia de esperanças; aquela barreira idiota foi apenas parte de um delírio estúpido, eu voltaria para minha casa, receberia as broncas necessárias de meu pai e juraria de pés juntos sempre acatar seus sábios conselhos.

Aprendi minha lição, sr. Antenor.

Corri, tomada por uma segurança inspiradora, e ignorei o grito distante de alerta que veio provavelmente de Kael. Era algo parecido com: "Não faça isso, senhorita!". Senti-me completamente estúpida quando meu traseiro teve um reencontro desagradável com o chão.

Minha câmera escapou das minhas mãos e atravessou a barreira com facilidade. Levantei-me depressa e tentei passar por aquela parede invisível que dava choques irritantes, deferi novos chutes e alguns socos, mas quando estava prestes a bater pela última vez, Kael segurou meus braços e me puxou de encontro a seu corpo. Minhas costas se chocaram com o peito firme e os braços musculosos circularam minha cintura com cautela.

— Não adianta! — falou, por cima da minha cabeça. — Quebrar seus ossos tentando atravessar essa coisa, só vai piorar nossa situação.

Ele tinha razão! Céus! Quando me veria livre deste pesadelo consumidor?

— Minha câmera, Kael... Ela...

— Sinto muito. — murmurou compassivo. — Vamos entrar, preparei um chá! Vai ajudá-la a organizar a mente, assim pensaremos em alguma outra forma de te tirar daqui!

Kael me soltou, senti minhas pernas vacilarem e recebi com imediatez uma mão estendida, oferecendo-me apoio. Com qualquer outro homem, eu simplesmente torceria seus dedos e chutaria suas canelas até vê-lo se contorcer de dor, no entanto, com Kael era diferente.

Tinha qualquer coisa no seu olhar, nas suas palavras, na maneira em que se referia a mim. Não encontrei más intenções em nenhuma das suas atitudes, pelo contrário, senti que ele estava disposto a me ajudar sem pedir algo em troca.

Uma mesa simples no café da manhã com chá e bolachas de água e sal, mas já era o suficiente para que meu estômago desse sinal de existência e escândalo. Senti as bochechas esquentarem, Kael não disse nada, a verdade é que não comi nada desde quando coloquei meus pés na mansão, foi até surpreendente que ainda tenha arranjado forças para correr.

— Vai me contar a história de como veio parar aqui?

Servi mais uma xícara de chá e segurei a porcelana em mãos. Kael empurrou a bandeja com bolachas em minha direção — o que havia sobrado delas — e assentiu devagar.

— Creio que não vamos encontrar um lugar mais apropriado para termos esta conversa, a senhorita não pareceu gostar muito do andar de cima. — observou.

— Exatamente! — assumi. — E não tente mudar de assunto, está tentando me distrair. Acha que não percebi?

Ouço o som do seu riso discreto e acabo por sorrir também.

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