𝑃𝑅𝐼𝑀𝐸𝐼𝑅𝑂

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____Tenha uma boa leitura!⭐⭐⭐____

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Tenha uma boa leitura!
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        O sino da igreja ressoou em suas onze badaladas, e os trabalhadores da Olaria desciam a grande escada de pedras, todos com seus uniformes marrons e as botinas pretas indiscretas. Ergui meus calcanhares em busca dos cabelos grisalhos de meu pai, demorei a encontrá-lo, mas assim que avistei o sorriso aberto por debaixo da barba espessa e esbranquiçada, acenei depressa para que fosse notada entre as crianças e adolescentes que deixavam o colégio São José. Uma balburdia se considerada à minha época no colegial, lembro-me de que as filas deveriam ser mantidas até que cada uma precisasse seguir o caminho para casa, ao que parece, as freiras estavam mais bondosas e menos severas do que antes.

— Ayla! Ayla!! — esgoelou a senhora Furlan enquanto apressava os passos pesados em minha direção.

Analisei brevemente seu rosto rechonchudo e me esgueirei para o meio das árvores da praça. Sabia exatamente o que aquela mulher incansável desejava, tratava-se de uma enfadonha insistência em me juntar ao seu filho mais velho. Com a festa de aniversário do Richard, tudo o que os Furlan queriam era casá-lo o mais breve possível, não admitiam que um homem de trinta e um anos ainda não tenha produzido um neto sequer.

Apoiei-me em um dos troncos largos, mas permaneci atenta à movimentação da rua, se aquela senhora não desistisse em breve, meu pai ficaria sem o almoço — e Deus sabe o quanto ele precisava dessa refeição. Inspirei aquele ar puro por alguns instantes, sentindo o perfume das flores e do mato que pinicava meus tornozelos.

Acho que desta vez precisarei enfrentá-la!

Nem pense em sair daí, Ayla!

Reconheci a voz rouca e preocupada atrás de mim e senti um alívio tremendo, capaz de reorganizar as batidas do meu coração.

— Ufa!! — soltei depressa enquanto apoiava uma das mãos no joelho. — O senhor não sabe o quanto agradeço por me apoiar neste momento.

Virei-me a tempo de capturar o seu riso afetuoso. Seu Antenor, um velho homem e insuperável pai, aquele que sempre cuidou de mim desde quando nasci, desde quando minha mãe havia dado à luz e perdido a vida. Com tanto amor, ele é tudo o que sempre precisei, o que sempre tive e o que sempre bastou.

— Trouxe o seu almoço! — avisei, estendendo a vasilha de alumínio coberta por uma toalha vermelha. — O assado de frango ainda está uma delícia!!

— Obrigado, filha!

— Sabe... — Enfiei o dedo entre os fios negros do meu cabelo. — Estava pensando em fotografar construções antigas para o meu blog.

Um vinco se formou no meio da sua testa.

— O site na internet, pai. — expliquei com cautela.

— Com construções antigas você quer dizer a mansão da rua sete?

Certeiro!

— Si...

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