Ao chegarem à lanchonete, matt guiou Lucy até uma das mesas próximas ali. Sentou-se ao lado da garota e afastou seu braço dos ombros de Lucy para esticá-los sobre a mesa.
- Você está bem, Lu? - Perguntou calmamente enquanto olhava fixamente para ela. -
- Só confusa com tudo que está acontecendo... - Fechou seus olhos por um breve momento e os abriu encontrando seu olhar com os de Matt. -
- Tente esquecer isso, e aquele cara... Não fará nada com você. - Sabia que estava mentindo e temia isto, mas era melhor do que torturar Lucy com a verdade. -
Lucy permaneceu calada por um momento, enquanto observou de relance matt chamar um garçom para os atender.
- Dois cafés expressos por favor... - Disse enquanto esfregou uma mão à outra, voltando a olhar para Lucy. Parecia estar se incomodando com algo. -
Lucy acabou por se lembrar da carta que Nathan a mandara mais cedo. Apalpou rapidamente seus bolsos e a pegou, a desdobrando com cuidado enquanto Matt a observava um pouco curioso.
- Matt... Olha. - Entregou a carta amassada para Matt, enquanto observou calmamente o rapaz ler a carta e viu que o mesmo acabara arqueando perfeitamente suas sobrancelhas. -
- Que palhaçada, né? Tudo isto não passa de um mero jogo. O que ele está querendo com você afinal de contas? - Disse secamente, enquanto observou algo sob a bochecha de Lucy, o qual acabou notando agora. - Lucy... Quem diabos arranhou você? - Perguntou enquanto apontou para o pequeno corte sobre a bochecha de Lucy. -
- Eis a questão que não quer se calar. Fiz isto em meu... Pesadelo. - Hesitou ao terminar de falar, Matt certamente confirmou que Lucy era uma completa louca agora. -
Matt abriu a boca para dizer algo mas logo interrompeu-se por conta do café o qual chegara ali. Pegou de seu bolso algumas notas e entregou ao garçom, agradecendo e pegando sua xícara de café e tomando um pouco do líquido.
- Eu sempre gostei do café deste lugar... É realmente muito bom, acalma os nervos quando você está a ponto de querer esmurrar alguém.
- Que engraçado, Matt, você minutos atrás me disse para esquecer sobre o assunto daquele cara e agora está querendo matá-lo... Eu não deveria ter lhe mostrado a carta nem ter contado nada disto. - suspirou enquanto pegou sua xícara e levou até seus lábios, ingerindo um pouco da bebida, arqueando as sobrancelhas com o ótimo gosto do café. -
- Eu sou seu melhor amigo desde quando éramos crianças... Você tem todo o direito de me contar com o que acontece com você, não é? É meu dever proteger você e cuidar de você... É o que venho fazendo a anos. - Respondeu em um tom de surpresa com o que lucy dissera. -
- Sim, eu sei disso... - Olhou para o garoto novamente e viu que o semblante em sua face estava rígido e sério. - E eu o amo por isto. - Deu um leve sorriso e tomou o resto de seu café, levantando-se e antes de ir embora, virou-se para Matt - Eu ficarei bem, não se preocupe. Qualquer coisa, ligo para você, eu prometo, certo? Agora eu preciso ir, obrigado pelo café. - Agradeceu e virou-se novamente, caminhando a passos calmos para fora da cafeteria.
O ar estava gélido e a escuridão daquela noite cobria todo o céu. Não havia nenhuma estrela e a lua escondia-se por trás de algumas nuvens enegrecidas.
Lucy cruzou seus braços na tentativa de tentar manter-se aquecida, sentia calafrios por todo o corpo e aquela noite estava extremamente fria.
Olhou para os lados e viu que não havia ninguém; claramente ninguém estaria ali aquele horário, mas Lucy sentia que alguém a seguia. Sentiu sua cabeça latejar e só o que queria agora era descansar.
Aproximou-se ao pequeno riacho próximo aos dormitórios e examinou a água; ela refletia o céu e sua imagem, mas ela podia ver algo a mais ali...
Agachou-se próximo a borda para tocar a água... Estava fresca e ao toque da água, sentia-se pacífica.
Poderia passar a noite inteira ali, mas teria um longo dia e teria de descansar. Suspirou frustada com aquela ideia e se levantou, quando sentiu alguém agarrar-lhe por trás.
Assustou-se com aquilo e tentou berrar, mas a pessoa tapou-lhe a boca firmemente. Lucy tentara se debater o máximo que podia para escapar da pessoa, quando escutou que a mesma estava... Rindo.
Finalmente, conseguiu se soltar e se virou bruscamente para trás, quando revirou os olhos ao reconhecer a pessoa. Era victoria, novamente.
- Você tinha de ver sua cara. - Continuou rindo enquanto tirava uma com a cara de Lucy. -
- Droga, victoria... - Respondeu em um tom ríspido à garota enquanto respirou fundo, recuperando o fôlego do susto que tomara. - O que você quer e o que está fazendo aqui? - Cruzou seus braços, encarando a garota. -
- Vi você com seu amiguinho na lanchonete e achei que um susto te traria à realidade... Mas achei algo interessante... - Dizia enquanto retirou de seu bolso um pedaço de papel amassado e uma câmera, era a carta que Lucy recebera e sua câmera. -
- Onde conseguiu esta carta? E como você entrou em meu quarto? - Cerrou seus punhos, enquanto se aproximava de victoria, a raiva subindo a sua cabeça. -
- Ei ei, acalme-se hippie. Não foi minha culpa se a sua carta saiu voando por ai e você deveria trancar seu quarto antes de sair, não acha? - Seu tom era irônico enquanto mexia na câmera de Lucy. -
- Você vai destruir minha câmera! - Berrou Lucy, segurando-se para não atacar victoria. Se ela não tivesse parado ao riacho nada disso teria acontecido... Uma ideia de repente subiu-lhe a cabeça. Poderia desfazer aquilo e tentar mudar seu rumo. Já fizera uma vez, que mal faria se fizesse novamente? -
Fechou seus olhos e sentiu sua cabeça adoecer cada vez mais, como se a qualquer momento fosse explodir. O tempo estava voltando novamente, victoria havia sumido e várias pessoas em um flash passavam por ali, tudo muito rápido, até que tudo parou e Lucy viu-se ao mesmo local, só que victoria não estava mais ali.
Caiu ajoelhada e sentiu um líquido grosso escorrer de seu nariz... Era sangue. Passou as costas de sua mão sobre o mesmo cuidadosamente para verificar o que seria e assustou-se quando viu sangue ali. Abusar demais de seu poder foi um erro e tentaria não cometer aquilo novamente.
Levantou-se e olhou ao seu redor, voltaria imediatamente para seu quarto e impediria de victoria entrar em seu quarto e roubar sua câmera; a carta ainda estava em seu bolso.
Correu para dentro dos dormitórios em direção ao seu quarto, quando chegou, viu que a porta estava fechada ainda. Soltou um breve suspiro aliviada e adentrou ao seu quarto, agora trancando a porta atrás de si.
Deixara tudo como antes. Sua cabeça estava explodindo e teria de tentar relaxar.
Caminhou lentamente até sua cama e retirou a carta de dentro de seu bolso e a deixou acima da cabeceira de sua cama, enquanto deitou-se e se encolheu, fechando seus olhos e tentando esquecer daquele dia maluco; soube de alguma forma que era quase impossível.
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A estranha vida de Lucy
General FictionDesde os últimos tempos, pessoas com dons especiais se destacaram, com uma capacidade de realizar truques e algumas dizem, praticar a telecinese e outras o que parecia absurdo, modificar o tempo, mas ninguém acreditava que aquilo era realmente possí...