Capítulo Um - Chrysalis

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Acordou em um sobressalto e viu que estava agora em um outro local; em uma sala de aula. Lembrou-se de respirar. Expirou. Inspirou. Fez o mesmo processo três vezes. Viu que seu professor Jeremy não parava de falar e que todos estavam focados a ele.

Sentiu sua bochecha adoecer e tocou com o polegar e o médio ali. Congelou ao sentir um pequeno e raso corte... Fizera isto no pesadelo. Mas era apenas um pesadelo... Como aquilo teria acontecido? Será mesmo que fora do pesadelo e não machucou-se de outra forma?

- Lucy! Lucy! Agora que capturou o interesse e claramente quer participar da conversa, pode fazer o favor de nos dizer o nome do processo que deu à luz o primeiro auto-retrato?

Pegou Lucy de surpresa. Esquecera totalmente de ter tirado a fotografia e ter entregue à Jeremy. Queria ser uma das melhores fotógrafas do século XXI, mas deste jeito, não sabia se chegaria aos pés de uma.

- Ahn... Eu sabia mas eu esqueci. - Envergonhou-se de sua resposta enquanto abaixava o olhar, decepcionada consigo mesma. -

- É claro que se esqueceu Lucy. Portanto, trate de se esforçar se quiser ser uma boa fotógrafa. - Respondeu com amargura à Lucy. - Agora, alguém poderia me responder a isto?

Uma garota de cabelos louros feito em um coque alto, mascando um chiclete e o qual lançou um sorriso sarcástico à Lucy, acabou por responder.

- Louis Daguerre foi um pintor francês que criou "daguerreótipos" um processo que deu aos retratos um estilo reflexivo, como um espelho. - Sorriu orgulhosa com o que dissera e fuzilou Lucy com o olhar. As duas se odiavam e principalmente Lucy odiava ela, victoria. -

- Muito bem, victoria. Como podem ver ainda à alguns de vocês que se dedicam ainda e se esforçam, mas outros... - Mal acabara de falar quando o sino soou. - Dispensados!

Todos se levantaram e dirigiram-se para fora da sala de aula, mas Lucy permaneceu sentada ali, guardando seus materiais. Pegou sua câmera e a admirou por um momento, como se fosse um mero diamante até que a guardou na bolsa.

"Certo Lucy, é apenas seu primeiro dia na faculdade então tente não estragar tudo. E isto só foi um pesadelo, nada demais." - Soltou um suspiro um tanto cansada enquanto caminhou para fora da sala de aula. -

"Talvez eu deva lavar meu rosto, se não vão pensar que sou uma perdedora." - Concluiu finalmente com a ideia enquanto caminhava em direção ao banheiro e intercalava seu olhar com algumas pessoas presentes ali, umas diferentes das outras, raças e cores diferentes. -

Finalmente ao chegar ao banheiro, entrou a passos vagarosos e adentrou ao local, dando uma boa olhada no mesmo para ver se encontrava alguém ali. Perfeito. Se aproximou da pia e ligou a torneira, dando uma boa olhada para si mesma no espelho, com um ar de reprovação enquanto se abaixou e lavou seu rosto, sentindo o corte em sua bochecha arder mais uma vez, a causando agonia.

- Eu espero que aquilo não foi real... Não entendo porquê tenho este corte... - Perguntava-se enquanto examinava o corte mais uma vez. -

Suspirou e tentou esquecer esta ideia, se preocuparia com a nova faculdade agora, se dedicaria em seus estudos para alcançar seu sonho. Caminhou até um canto escuro do banheiro para pegar alguns lenços para enxugar seu rosto, quando se deparou com uma linda borboleta parada acima da borda de um balde, suas asas um azul magnífico, um azul vivo com manchas minúsculas brancas.

Encantada, aproximou-se da borboleta e se abaixou a sua frente, retirando sua câmera da bolsa mais uma vez e apontou para a borboleta, tirando uma boa foto.

A pequena levantou vôo com um estrondo invadindo o banheiro, fazendo Lucy assustar-se e se esconder ali mesmo, encolhida ao canto escuro do banheiro, escutando um rapaz fungar e andar de um lado para o outro, parecia nervoso e preocupado com algo.

- Acalme-se nathan... Acalme-se cara... Está tudo bem... Você é o cara... Você é o melhor e ninguém irá descobrir...

Houve um segundo estrondo invadir o banheiro.

- O que você está fazendo aqui, Nathan?! E como assim "ninguém irá descobrir"? O que você está escondendo? - Era a voz de uma garota, soava firme e aguda e Lucy teve a impressão que reconhecia de algum lugar. -

- Isso não é da sua conta! E você não irá contar à ninguém... - Disse em um tom ameaçador diretamente à garota enquanto a prendeu contra a parede e a fuzilava com o olhar. -

- Nathan, me solte! E eu não vou me intrometer com seus negócios com droga, apenas quero parte de seu dinheiro que receber. - Encarou-o aos olhos enquanto tentava reagir contra o rapaz, o empurrando para longe de si. -

- Tire suas patas imundas de mim, sua cadela! - Rosnou e em um rápido movimento, sacou uma arma de dentro de seu casaco e apontou para o peito da mesma, diretamente ao coração. - Suma da minha vida e não se intrometa em meus negócios, eu não te devo absolutamente NADA!

A garota acabou por cometer o pior erro de sua vida ao tentar reagir contra o rapaz.

Houve um disparo. Dois.

O corpo de Nathan parecia ter sido paralisado, sua mão tremia e sua expressão era de puro horror.

A arma caía lentamente de sua mão, enquanto Lucy saiu de seu esconderijo e avançou contra Nathan, com sua mão estendida pronta para agarrar algo.

Tudo parou. Tudo à sua volta ficara turvo, como sua visão. Sua cabeça rodopiava. Seu cérebro parecia que ia explodir, causando uma dor de cabeça infernal.

Tudo parecia estar... Rebobinando? Lucy parecia estar controlando tudo aquilo, voltando ao tempo, tudo em um flash. Apagou.

Estava novamente na sala de aula.

A estranha vida de LucyOnde histórias criam vida. Descubra agora