ela é tão linda.

866 84 103
                                    

Eram cinco e meia da tarde de sábado e Noah estava sentado na cama rodeado de pastas e papéis, lendo alguns casos e tentando descobrir como solucionar aquilo. Sina veio e se sentou na penteadeira enquanto escovava os cabelos. Noah olhava para o reflexo dela vagando em seus pensamentos.

"Porque eu não voltei pra ela?" 

Ela desviou os olhos e sorriu para ele pelo espelho. Noah desviou os olhos rapidamente voltando a ler os papéis.

"Para com isso Noah! Foco, FOCO!"

- O que está fazendo? - perguntou ela soltando a escova e pegando o batom.

- Só lendo...uns casos pra ver se consigo dar uma adiantada neles - disse Noah.

Sina baixou os olhos e susurrou um "Ah" tristonho - O que foi? - perguntou Noah notando que ela parecia pra baixo.

- Só que você nunca trabalha em casa - disse Sina - Nossa casa é um refúgio para fugir dessa rotina do trabalho. Noah é final de semana. O que está acontecendo com você? Você está tão...diferente.

Ela suspirou.

Noah baixou a cabeça e suspirou. Se sentia culpado por não saber nada daquela vida. Não saber que até mesmo suas tentativas de acertar acabavam magoando alguém. Sua frustração só crescia a cada dia. 

"Será possível que nada que faço está certo?!"

Sina focou no seu reflexo. Noah sentia a intensidade do olhar dela. Estava preocupada. Por um segundo ele se colocou no lugar dela. Como seria se seu parceiro começasse a agir com indiferença com você e com seus três filhos? A frustração dela em pensar que talvez ele não estivesse mais tão preocupado com a família.

Noah suspirou e fechou as pastas empilhando sobre a mesa de cabeceira e se levantou indo até Sina que estava de cabeça baixa, olhando para o batom que tinha em mãos.

Noah se abaixou perto dela e girou a cadeira para que ela olhasse em seus olhos. Ele segurou suas mãos e olhou em seus olhos verdes penetrantes. Se surpreendeu com o arrepio que lhe percorreu o corpo naquele simples gesto.

- Me desculpe Sina - ele disse. Ela seguia lhe olhando com o olhar triste - Eu sei que tenho sido meio... distante, nesses últimos dias. Mas espero que entenda que tem sido duro pra mim - "Estar em uma vida estranha?" - No trabalho.

Sina deu um leve sorriso e levou a mão ao rosto dele. Noah fechou os olhos e estremeceu como se uma corrente elétrica passasse pelo seu corpo. Se surpreendeu com a vontade incrível que sentiu de abraçá-la.

- Eu entendo que deve estar estressado - disse ela acariciando o rosto dele. Noah abriu os olhos e encarou seu olhar terno. Se admirou com a grande semelhança com sua mãe que viu nela. Um olhar carinhoso e materno, compreensivo. Lhe trouxe a memória nítida a imagem de Wendy - Mas sabe que estou aqui sempre que precisar conversar, Noah. Sou sua esposa, e jurei estar com você na saúde e na doença, alegria e na tristeza...

- Na riqueza e na pobreza - ele susurrou em uníssono juntamente com ela. Sina abriu um largo sorriso e Noah se esticou na direção dela lhe dando um beijo nos lábios. Ela correspondeu e Noah se sentiu no céu, como em todas as vezes que havia a beijado quando estava ali.

Quando se afastaram Noah sorriu enquanto seus narizes se tocavam.

- Até que a morte nos separe - susurrou ela.

- MAMÃE!!- a voz de Líz vinda do corredor fez com que eles se afastassem rapidamente. Noah se colocou de pé num salto e Sina girou a cadeira na direção da porta esperando ela aparecer. 

Líz surgiu no quarto arrastando uma boneca no chão.

- Sophie disse que já está pronta, e Henry já está no carro - disse Líz para Sina. Em seguida se voltou para Noah - Como nós vamos ao mercado papai?

another chance [noah&sina]Onde histórias criam vida. Descubra agora