another chance [noah&sina]

há cinco meses.

Faziam exatos cinco meses que Noah estava preso àquela realidade alternativa. Aquele seu novo mundo fora além do que ele imaginava e a cada dia se sentia mais familiarizado com tudo. O sentimento de satisfação vinha a cada vez que ele olhava sua família reunida em um jantar ou qualquer outro momento. Sua família, porque agora mais que nunca ele tinha a plena certeza de que jamais deveria ter deixado Orange, jamais deveria ter abandonado Sina, porque sua vida de luxo simplesmente não se comparava a tudo que ele tinha com ela.

- Noah. - ela chamou o arrancando do transe. Ele olhou em volta da pequena mesa no centro da sala.

- Ahn? - perguntou.

- Sua vez, papai - disse Liz sorridente chamando a atenção dele para o tabuleiro e os dados. Ele respirou fundo e pegou os mesmo chacoalhando na palma da mão.

- Vocês vão ver como se ganha dinheiro agora - ele disse em tom desafiador. Sophie riu.

- Você só tem vinte e cinco dólares papai - Henry disse.

- A questão é que posso arrancar toda a grana de vocês com meus vinte e cinco dólares - ele disse finalmente lançando os dados - Preciso apenas de um seis.

Os dados correram na mesa caindo sobre o tabuleiro. Quando pararam ele abriu a boca decepcionado enquanto todos na sala gargalhavam.

- Três?! Qual é! - ele choramingou.

- Paga pra mamãe - disse Liz - Você perdeu papai!

Sina piscou para ele com a mão estendida. Ele bufou passando o dinheiro para ela, cruzou os braços se jogando para trás.

- Vocês trapacearam! Tem um complô contra mim aí - ele apontava Sina e Sophie.

- Não podemos manipular os dados papai - disse Sophie erguendo os braços - Se conforme com a derrota, velhote.

- Velhote? - ele disse incrédulo. Se levantou e veio caminhando sorrateiramente até ela com um falso olhar de ameaça. Sophie ria. Então Noah se inclinou iniciando uma sequência de cócegas na filha mais velha - Quem é o velhote? Vai repete!

- Para! Para! - ela gargalhava e se encolhia enquanto os demais riam da situação - Tá você venceu, chega!

Ele se afastou sorrindo.

- Agora todos pra cama - disse Sina sorrindo e juntando os pratos - Amanhã todos tem aula.

- Ah - os três filhos do casal gemeram em desaprovação.

- Obedeçam sua mãe - Noah disse juntando o jogo - E talvez amanhã poderemos ir ao fliperama novo no shopping.

Em menos de segundos os três subiram as escadarias rapidamente para seus quartos. Sina riu indo até a cozinha, foi seguida pelo marido sorridente. Ela colocou os pratos sobre a pia e se preparava para lavá-los, quando sentiu os braços dele envolverem sua cintura a puxando para mais perto. Ele começou a beijar seu pescoço.

- Deixa isso pra amanhã - sussurrou ele em seu ouvido.

- Não posso, sabe como detesto deixar louça na pia - ela respondeu.

- Por favor - ele implorou.

Ela riu e se deu por vencida.

- Tudo bem - ela se virou e ele sorriu afastando uma mecha de cabelo do rosto dela.

"Você é tão perfeita"

- Eu te amo, sabia? - ele sussurrou como se fosse um segredo - Mas sabe do que eu tenho medo?

- Uhum? - ela olhava nos olhos dele.

- De acordar e isso ter sido um sonho. - ele disse - Por favor, me diga que isso não vai acontecer.