castelo de cartas.

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O sol começava a se pôr no horizonte, tingindo o céu de laranja e púrpura enquanto Noah caminhava apressado pelas ruas de Orange. As palavras de Alyssa e May ecoavam em sua cabeça, cada uma delas carregada de ameaças veladas e promessas de trazer à tona um passado que ele lutava para manter enterrado. Ele sabia que, para proteger sua família, teria que enfrentar o que quer que eles estivessem planejando.

Chegando em casa, Noah tentou manter a compostura. Sina estava na cozinha, preparando o jantar, enquanto as crianças brincavam no quintal. Ele a observou por um momento, sentindo um aperto no coração. Sina sempre fora seu alicerce, sua fonte de força. Contar-lhe a verdade poderia destruí-la.

— Olá, querido! Como foi o dia? — perguntou Sina, com um sorriso acolhedor.

— Foi... intenso. — respondeu Noah, forçando um sorriso. — Mas não precisa se preocupar.

Sina franziu a testa, mas assentiu.

— Claro. Hoje vou colocar as crianças para dormir mais cedo.

Noah subiu as escadas e foi até seu escritório. Precisava pensar em um plano. Ele revirou gavetas, abriu arquivos antigos, tentando encontrar algo que pudesse usar contra Alyssa e May, alguma forma de proteger sua família. Mas tudo parecia inútil. Eles sabiam demais.

O tempo passou rápido, e logo Sina entrou no escritório, fechando a porta atrás de si. Ela se sentou na cadeira oposta a Noah, com um olhar preocupado.

— O que está acontecendo, Noah? Você está diferente hoje.

Ele respirou fundo, tentando encontrar uma saída que não envolvesse contar toda a verdade.

— Encontrei algumas pessoas do meu passado hoje. Elas têm informações que podem nos prejudicar se forem reveladas.

Sina franziu a testa, visivelmente preocupada.

— Que tipo de informações, Noah?

Noah desviou o olhar, pensando rapidamente.

— Coisas que eu preferia que você não soubesse. Não quero te preocupar, mas é algo que pode trazer problemas.

Sina ficou em silêncio por um momento, absorvendo a informação.

— E o que você pretende fazer?

— Amanhã vou encontrá-los. Tentar descobrir o que realmente querem e negociar uma solução.

Sina assentiu, embora a preocupação ainda estivesse estampada em seu rosto.

— Tenha cuidado, Noah. Só quero que você volte para casa em segurança.

Logo depois, Noah e Sina se juntaram às crianças na mesa de jantar. Liz, a mais nova, estava animada, balançando os pés na cadeira enquanto Henry, o do meio, mexia na comida com um ar pensativo. Sophie, a mais velha, estava ajudando a mãe a servir o jantar, demonstrando a responsabilidade típica de sua idade.

— Papai! Você viu como o céu estava bonito hoje? — perguntou Liz, com os olhos brilhando.

— Vi sim, Liz. Estava maravilhoso. — respondeu Noah, forçando um sorriso.

— O que você fez hoje, papai? — perguntou Henry, sem tirar os olhos do prato.

Noah hesitou por um momento, tentando formular uma resposta.

— Encontrei alguns amigos antigos. Foi um dia cheio.

Sophie, sempre observadora, olhou para o pai com curiosidade.

— Amigos antigos? Você não fala muito sobre o seu passado, papai.

Noah se remexeu na cadeira, desconfortável com a pergunta.

another chance [noah&sina]Onde histórias criam vida. Descubra agora