Cap. 01 - O Seminário

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Meu nome é Peter Antrauth, tenho 14 anos de idade e sou um cão de espécie pastor alemão. Acho que sou... um dos fracos (mesmo eu sendo um carnívoro) pois aconteceu muita desgraça na minha vida que... não estou afim de fixar isso em meus pensamentos agora.

Infelizmente eu não tenho muitos amigos, já li muitos livros sobre amizade e praticamente os carnívoros precisam fingir caras e bocas para conquistar uma atenção de um herbívoro, eu discordo de uma falsidade como essa, pois prefiro ser sincero do que ser falso para alguém que finge prestar atenção para o que eu falo. (Pena que a maioria não liga para o que eu digo) ... "o que eu falo a respeito? " Bem, com tanta deslealdade que sofri na sociedade, acabei me tornando aqueles palestrantes que lutam pelos seus direitos (o que muita gente ignorante pensa a respeito de nós). Sim, chegava na mesa de um colega, pedia um minuto de atenção e o que me dizia? " Putz, tô apertado, depois escuto, pode pá? " Ou até mesmo: "Cara, não percebe que tô conversando aqui, parça?! " Pois é, para um nerd pedir um minuto de atenção prum mandrake é pedir pra ser ignorado, né?

Entretanto, o motivo de eu querer conversar com essa galera é sobre o meu projeto de vida e... hoje eu apresentarei um seminário que incrivelmente me trará o direito de falar sobre isso.

É hoje que eu abrirei o meu coração para todos eles, por estranho que seja. Não me importo muito com isso, já aconteceu muita merda na minha vida para dar merda agora.

Ali está ele, Peter. Sentado, quieto, enquanto seus colegas estavam com suas equipes, conversando e desconcentrados na apresentação, com as carteiras coladas uma com as outras. Peter tinha que investir em seu professor para deixá-lo fazer o trabalho sozinho, por conta de sua timidez. Essa era a sua "bipolaridade comunicativa", gostava de falar por conta própria e não obrigatoriamente por motivos de trabalho (era o que ele pensava, já que, em seu orgulho, poderia fazer tudo sem coletividade.) Sendo assim, ele era o único a ficar sem uma carteira junta a dele, sem ninguém ao seu lado.

Assim o cãozinho espera a sua vez de apresentar, respirando fundo e pensando positivamente:

"Ok... você pronto. Apenas use seus sentimentos e... sua sabedoria... pra esse trabalho. Você consegue, Peter! Não desista da justiça de todos os animais! Não... desista. "

Ele está bem focado na sua hora de falar, era algo que ele guardara por 4 anos depois que "a desgraça" ocorrera na vida desse cachorrinho.

Entretanto, com a espera, o 6° grupo termina a sua apresentação. Eles saem da frente da turma, dando mais ansiedade para Peter ao ver a frente vazia. Nisso, o professor anuncia o próximo "grupo" a apresentar:

— O próximo grupo... er... individual? ... A apresentar será o grupo sete, com o integrante: Peter Antrauth.

— Obrigado, professor Kimp. — disse alegremente e ansioso enquanto se dirigia à frente de todos na sala.

— Pode iniciar. — confirmou Kimp, virando sua cadeira para vê-lo melhor.

No momento em que Peter vai iniciar, ele lembra de tal tragédia, fazendo com que seu sorriso cheio de presas sumisse lentamente. Ele viaja em suas horríveis lembranças melancolicamente, até que Kimp chama atenção dele e ele se desperta, com vergonha.

D-desculpe-me, professor. — Assim ele respira fundo para se concentrar. — Bom dia a todos! Sou Peter Antrauth e nesse trabalho de história, com o tema "ideologia", apresentarei a minha também, com o codinome: Miscigenação.

"Droga, esqueci a cartolina, mas tudo bem, vou usar o giz do professor mesmo. "

O cãozinho estava tão vidrado na apresentação que esqueceu seus tópicos já escritos detalhadamente em suas cartolinas. Ele improvisa, escrevendo na lousa o título em extenso: MISCIGENAÇÃO. Peter continua:

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⏰ Última atualização: Jun 18, 2021 ⏰

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