O sol torturava a pele sem qualquer proteção, queimava e desagradava o jovem que antes era vaidoso. Jungkook não se importou quando as madames ignoraram por completo sua falta de cuidado e o mandou recolher mais frutas da estufa.
Precisava do dinheiro.
Apesar das negações de Yoongi, quanto a dificuldade com o bar, Jungkook sabia que suas compras não pagas, deixava o local mais falido. E aquilo o entristecia tanto, que feria a alma.
- O coitadinho faz tudo por um prato de comida e algumas moedas - o seu seletor falava com o senhor ao lado. O velho parecia ser bem cuidado e educado, carregava uma maleta sem qualquer arranhão e um óculos próprios para miopia.
- Quantos anos o jovem tem? E qual a sua experiência em outras áreas que não colheita? - Perguntou com a voz baixa e tranquila, embora seus olhos parecessem irritadiços.
- Completou maioridade faz anos, mas não sei a idade exata. Ele faz tudo, como dito antes.
O senhor andou ao lado do seletor por um tempo, antes de pegar um dos pêssegos que escorregou da cesta de Jungkook - que logo ficou constrangido com a situação, aquilo arruinaria algumas coisas para ele.
- Boa tarde, garotinho - ofereceu um sorriso amigável, antes de retomar a postura indiferente. - Tenho um serviço para você, se agradar o meu patrão, claro.
- Eu não faço esses serviços, me desculpe - acanhado, e muito desconfortável tentou se afastar.
- Creio que exista algum engano, meu jovem - riu um pouco, mas se sentia de coração partido. - Aqui está o número e endereço, se você quiser ganhar mais do que pagam a ti, venha até nós.
Ainda desconfiado, aceitou o papel e sorriu com educação, antes de voltar aos afazeres sob os olhos nada contentes de seu seletor. A tarde seguiu com seu trabalho tranquilo e as conversas desagradáveis dos familiares do contratante.
⏳
No fundo da casa, Jimin pescava com a filha naquele pequeno lago, com todo cuidado ele colocava a isca no anzol e jogava na água, evitando que a pequena machucasse os dedos pequeninos.
A reunião foi melhor que esperava, não durou horas como sempre, então estava aproveitando o restante da tarde. O mordomo estava fora, fazendo as compras do mês, o que deixava o Park grato, já que aproveitaria sua filha ao invés de fazer as compras.
Estaria mentindo se dissesse estar tranquilo por perder outra cuidadora, parecia que ninguém suportava viver na casa por muito tempo, como se fosse assombrada ou coisa do tipo.
- Acho que consegui. - A menina puxou a vara, a linha girou até bater no braço do Park. Envergonhada e muito divertida, ela se desculpou.
- Você me venceu! - Sorriu com a conquista da pequena. - Agora, o que acha de comermos sorvete antes do vovô Choi voltar?
A menina sorriu com cumplicidade, amava que seu pai a fazia feliz e não ia contra suas travessuras na maior parte do tempo. Embora ficasse assustador quando era mal-educada e não respeitava a professora da escolinha. Ela gostava da atenção do pai, e às vezes fazia coisas ruins só para tê-lo por perto mais tempo.
- Boa noite, senhor. O cardápio de hoje é ensopado de peixe com leguminosas, suco de pêssegos e para sobremesa, pães recheados de feijão-vermelho.
- Muito obrigado, aproveite a refeição conosco, senhor Choi.
Após o jantar que seguiu em silêncio, pois a pequena estava com sono demais para tagarelar sobre o dia divertido que tivera com seu pai, os homens se reuniram na biblioteca.
Todos os documentos estavam organizados, os mais urgentes em pastas vermelhas e os que podiam esperar nas pretas. Choi, o ajudava às vezes com as menos urgentes, mas somente quando não estava cansado ou queria ler um livro.
- Encontrei um jovem hoje, ele parecia ser boa pessoa, senhor - o homem tirou o livro de poesia do bolso e ajeitou seus óculos. - Sei que não confia facilmente em homens para cuidar de Mille, mas eu estarei de olho quando o senhor não estiver.
- O que ele e sua família faz? - Jimin seguiu assinando alguns papéis, não estava totalmente interessado em um garoto para zelar de sua filha.
- Ele trabalha onde o aceitam e não escutei nada sobre os pais dele. Não acredita que uma pessoa sem compromisso, e que precisa de dinheiro, não seria mais fácil de aceitar o trabalho?
- Sem compromisso? - deu de ombros. Não queria ninguém assim.
- Não nesse sentido senhor, ele não tem um emprego fixo. É o que ele precisa, talvez. Entreguei um cartão a ele, e esperarei a ligação, ou não terá outra forma senão contratar um colega de trabalho seu.
- Espero que ele ligue então.
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RELICS | • jikook
FanfictionJungkook um jovem prodígio vive em um pequeno bar, onde se esconde dos homens nomeados como "baepsae." Seu passado aos poucos esquecido retorna ao encontrar um jovem que se dedica muito ao trabalho e a filha.