Em rosa (pt 3).

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A manhã estava em seu fim dando início a tarde ensolarada enquanto os pássaros voltavam a voar por ali a procura de construir seus ninhos onde haveria alimento o suficiente para longos meses. Wooyoung estava sentado á frente de sua tela com o pincel entre seus lábios, talvez tenham se passado mais de vinte minutos desde que começará a refletir que cor deveria pintar as rosas desenhadas ali. Nos últimos dias sua casa se tornou uma bagunça de roupas jogadas e embalagens de comida pela cozinha e garrafas de refrigerante que haviam terminado em menos de uma semana e para piorar todo o seu material novo de pintura já estava se esgotando e seu cavalete estava quase caindo graças a noite passada onde levantou durante a noite e se esqueceu que este estava no meio da sala e enfim, tropeçou e caiu em cima estragando até mesmo uma de suas pinturas.

Não sabia exatamente por onde andava sua cabeça mas havia voltado a estaca zero, apenas desastre lhe rondava.

- Ah! Por que não rosa? Então se eu misturar vermelho com branco... – um sorriso apareceu em seus lábios - Não...precisa de mais vermelho e uma gota de branco! Perfeito! – exclamou quase se derrubando do banco onde se sentava.

Continuou na frente daquela tela até preencher todos os detalhes das rosas em vermelho, verde, azul e rosa. Em finalmente satisfeito com sua pintura apenas assinou com "JWH"  uma assinatura que notou em todas as suas pinturas antigas desde aquelas que nem se lembrava de ter feito. Com um suspiro aliviado largou toda aquelas tintas num canto da sala junto a tela em seu cavalete. Andava em passos preguiçosos em direção ao banheiro onde encarou seu reflexo no pequeno espelho e se de fato não estivesse acostumado com sua cara de derrotado teria levado um baita susto.

Suas olheiras estavam mais profundas que o normal e seus olhos vermelhos pela falta de sono o denunciava mais como uma súplica para que pegasse no sono nem que fosse por alguns minutos.

Um suspiro desapontado escapou pelos seus lábios, talvez fosse melhor apenas tampar tudo com uma base, pensou. Era uma manhã de segunda feira e por mais que houvesse recebido uma folga como todos de seu trabalho gostaria de ajudar na mão de obra quer dizer, gostaria de fazer as pinturas da parede mas acima de tudo teria que recusar a oferta que haviam lhe oferecido. Por mais que considerava o Senhor Kwon jamais havia se visto dirigindo uma instituição afinal, se considerava alguém muito irresponsável e com muito dever pendente. 

Lavou o rosto rapidamente antes de passar uma base que não era sua por sinal - talvez de San - e passou rapidamente antes de pegar sua bolsa e duas sacolas que latas de tinta e pincéis. Havia providenciado tudo como forma de agradecimento a todos de seu trabalho, a muito se sentia ingrato com a gentileza de terceiros. Em seu caminho passou numa cafeteria onde costumava frequentar diariamente, passando pela porta de vidro pôde-se ouvir o sininho tocando em aviso de cliente recém chegado. Seus olhos percorreram por cada centímetro do lugar percebendo uma mudança consideravelmente grande. Antes as paredes costumavam ser marrom amendoado e agora havia um rosa bebê tornando a atmosfera mais leve do que nunca. 

Ao alto das paredes haviam plantas de inúmeras espécies - que desconhecia - penduradas ali como parte da decoração. O balcão continha diversos doces diferentes que nunca havia experimentais e adoraria se houvesse tempo o suficiente. Caminhou até uma moça de uniforme vermelho que lhe entregou uma tabela dos cafés ali.

- Um café matte para viagem por favor.

- Certo, aqui está senhor. Tenha um bom dia. - sorriu alegremente lhe entregando o troco e o café juntos Wooyoung apenas deu um aceno antes de se retirar do local.

Caminhou rapidamente até um ponto de ônibus onde o esperou por certa de quinze minutos enquanto tomava seu café, se sentia revigorando novamente. Café lhe era uma bebida necessária no dia a dia mas nem sempre havia disposição de fazer ou sair para comprar afinal, era preguiçoso até para levantar de sua cama. Após pegar o ônibus o caminho fora completamente tranquilo mas algo o incomodava profundamente, o fato de não ter mais recebido ligações de San e nem saber o que o outro estava fazendo mas caso ele o estivesse evitando não teria direito de reclamar. Todas as vezes em que conversava com Choi sempre o tratava com indiferença ou desligava na sua cara.

Entre vermelho e preto.Onde histórias criam vida. Descubra agora