CAPÍTULO XVI

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Jennie e Jisoo acabam dormindo. Elas lutaram contra isso por horas, tentando pensar em um plano para me salvar, mas acabaram sucumbindo. Fico deitada em uma pilha de calças e olho para o teto estrelado e esverdeado. Não é tão fácil assim, Sr. Lennon. Mesmo se você tentar.

As horas passam devagar. Já passou faz tempo da meia-noite, mas está claro como se fosse meio-dia lá fora. Os refletores jogam sua luz branca contra a casa, espremendo seus raios pelas sombras da janela. Meus ouvidos ficam ligados nos sons à minha volta. A respiração das garotas. Seus pequenos movimentos enquanto dormem. E então, por volta de quatro da manhã, um telefone toca.

Jennie acorda e se apoia em um cotovelo. O telefone continua a tocar em algum outro cômodo da casa. Ela joga as cobertas de lado e fica em pé. Jennie sai do quarto e eu a sigo pela escuridão da casa em direção ao telefone tocando. Entramos em um lugar que parece ser um escritório. Há uma mesa grande coberta de papéis e plantas de coisas, e, nas paredes, vários telefones estão ali parafusados, de marcas e modelos diferentes, cada um de uma época, todos de volta ao velho sistema de discagem.

- Eles refizeram todo o sistema de telefonia — Jennie explica. – É mais como um interfone agora. Temos linhas diretas com todas as áreas importantes.

Cada telefone tem um adesivo com um nome colado abaixo dele. O telefone que tocava, coberto por uma camada de poeira, tinha a etiqueta:

LINHA EXTERIOR

Jennie olha para o telefone, depois para mim.

- Isso é assustador. Esta linha é para os telefones das áreas abandonadas lá fora. Desde que conseguimos nossos rádios de comunicação, ninguém mais usa esses telefones.

O telefone toca alto e insistentemente. Jennie pega o telefone devagar e o leva ao ouvido.

- Alô? — Ela espera. - Quê? Não estou enten... — A testa dela se enruga indicando concentração. Então seus olhos se arregalam. - Oh — E ficam semicerrados. - É você. Sim, é a Jennie. O que você... — Ela faz uma pausa. - Tudo bem. Sim, ela está aqui do lado.

Ela segura o telefone em minha direção.

- É pra você.

Olho para o telefone na mão dela.

- Como assim? — Pergunto incrédula.

- É aquela sua amiga do aeroporto.

Pego o telefone e o coloco perto da boca.

Jennie faz que não com a cabeça e o vira para mim. Então falo em uma voz surpresa:

- Rosé?

Logo a voz dela preenche meu ouvido.

- Olá... namoradinha.

- O que... onde você está?  — Pergunto.

- Estou na... cidade. Não sabia... se o telefone iria... funcionar. Mas tinha... que tentar. Você está... bem?

- Sim, mas... presa. Trancaram... o Estádio.

- Merda. — Ela responde.

- O que... está acontecendo? Aí fora?

Há um silêncio durante um momento.

- Lisa — ela começa - Mortos... continuam vindo. Mais. Do aeroporto. Outros lugares. Muitos... de nós agora.

Fico em silêncio e o telefone se afasta da minha orelha. Jennie me olha com expectativa.

- Alô? — Rosé chama.

- Desculpe. Estou aqui.

- Bom, nós estamos... aqui. E agora? O que... fazemos? — Ela pergunta.

Minha Namorada é uma ZumbiOnde histórias criam vida. Descubra agora