Epílogo

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Boa leitura ✨✨✨
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Fechei os olhos e imaginei o que ia dizer quando subisse no palco para o discurso diante do colégio inteiro. Meu foco principal era animar os formandos para a colação de grau e, principalmente, para a festa sem álcool que eu tinha organizado nos últimos dois meses.

O que começou como mais um tópico para o meu currículo acabou se transformando em algo que eu esperava com entusiasmo. Especialmente depois de Jeongyeon ter me avisado que sua banda tocaria na festa.

O barulho era alto no ginásio, onde todo o corpo estudantil estava reunido. De onde eu estava, atrás da cortina pesada, o som fazia pressão.

Respirei fundo três vezes, meu discurso perfeito, minha confiança em alta.

Hyunjin estava ao meu lado, pronto para subir ao palco comigo, embora raramente falasse para o grupo. Quando ouvimos meu nome e o dele pelo sistema de som, saímos de trás da cortina. Senti uma leve mudança na reação da plateia à minha presença.

Normalmente eu era recebida por aplausos estrondosos e assobios. Hoje, além disso, havia também um murmúrio mais baixo. Não de todo mundo, mas de algumas pessoas. Era a primeira vez que eu percebia que a influência das minhas atitudes ia além do meu círculo de amigas.

Peguei o microfone e pigarreei.

— Oi, todo mundo! Sejam bem-vindos ao último discurso do ano! Quem está pronto para o verão? — Ao meu lado, Hyunjin levantou a mão e deu um grito.

Houve um estrondo coletivo na plateia, mas a reação também foi seguida pelo murmúrio de fundo. Aquilo me incomodou. O discurso que eu havia ensaiado segundos antes me fugiu da memória. Meus olhos varreram o ginásio e encontraram Dahyun. O rosto dela era o porto seguro que eu sempre procurava na multidão nas poucas vezes em que perdia a pose. Mas hoje não havia segurança naquele rosto, e olhar para ela só serviu para expulsar o resto do discurso da minha cabeça.

— Desculpem. — Ouvi minha voz ecoar pelo ginásio. Hyunjin deixou escapar uma exclamação de surpresa. Eu não queria me desculpar em voz alta, mas era necessário, ou não conseguiria continuar. — Eu cometi um erro. Não vou tratar o assunto de forma vaga: vou assumir o que fiz. Eu menti. Passei o último mês mentindo para as minhas amigas. E não precisava ter mentido. Menti principalmente porque não acreditei que elas ainda seriam minhas amigas se eu contasse a verdade. E também porque estava pensando só em mim. Não considerei nada além dos meus problemas. O que tem de errado comigo?

Era uma pergunta retórica, mas alguém na plateia gritou:

— Nada! Você continua gostosa.

O comentário provocou uma explosão de gargalhadas.

Revirei os olhos.

— É, obrigada. Isso não ajudou muito. O que estou dizendo é que pisei na bola feio. Dahyun, Tzuyu e Yuna, peço desculpas. Na verdade, peço desculpas a qualquer pessoa que tenha ouvido essa história e se decepcionado comigo. Estou tentando melhorar. Eu quero ser uma pessoa melhor.

Durante o discurso eu olhava em volta, analisava o ambiente, mandava uma mensagem, mas agora olhei novamente para Dahyun. Mordi a parte interna da boca quando vi que a frieza persistia em seu rosto.

— Desculpa. — Entreguei o microfone a Hyunjin. — Salva o discurso. Anima o pessoal para a festa sem álcool.

— Não posso. Não sei o que dizer. — Seu rosto era a imagem do pânico.

— Seja engraçado, só isso. Você sempre é.

O pânico desapareceu.

— Eu sou, não sou?

Girlfriend • michaengOnde histórias criam vida. Descubra agora