Beyond Dreams

Twelve

-Homens gostam de mulheres fáceis. - Dá de ombros de novo e eu a olho incrédula.

-E o que a faz pensar que eu sou uma mulher fácil? - Questiono.

-Todas as estrangeiras são, principalmente as brasileiras. - Diz de uma forma tão natural que faz meu estômago revirar. - E você, além de ser brasileira, ainda é mãe solteira. - Cada palavra que sai da boca dela é como uma facada.

-Como é que é? - Pergunto descrente.

-Ai, amiga. Besteira. - Ela sorri pra mim como se não tivesse dito nada demais. - Tô voltando pra sede, beijo.

Ela sai sem me dar a chance de respondê-la. Pra ser sincera, nem sei o que responderia. O pior de tudo, é saber que isso é algo ''normal'' por aqui. As pessoas realmente acham que todas as estrangeiras são fáceis. Me questiono o que a faz pensar que não ligo de ser tratada dessa forma. Ji-Hye parecia uma garota legal, talvez lá no fundo seja. Mas depois do que me disse, perdeu muitos pontos comigo.

Continuo parada por alguns minutos, dando um tempo para que Ji-Hye chegue na sede, arrume algo pra fazer e saia de lá, não quero encontra-la. Minha ideia funcionou já que, quando entro na sede, não a encontro.

-Anna, Lee Seonsaengnim gostaria de falar com você. - Ha Joon informa assim que abro a geladeira em busca de H2O. Pego minha garrafa dando um gole rápido.

-Certo, estou indo. - Digo fechando a geladeira.

Estou nervosa. Não há motivo pra isso, mas estou. Esse é um problema muito comum entre as pessoas emocionadas. Talvez esse nervosismo não seja sem motivo, Lee Seonsaengnim só chama alguém pra sala dele quando o assunto é importante. Sendo assim, sei que ele quer falar algo importante comigo. Minha mão trêmula encontra a madeira da porta em batidas frenéticas. Aguardo a autorização de Lee Seonsaengnim e, então, entro.

-Olá, Anna. Como está? - Ele pergunta colocando os papéis que estava lendo em cima da mesa e retirando os óculos.

-Estou bem, Seonsaengnim. - Faço uma reverência e aguardo para saber o que ele tem a dizer.

-Sente-se. - Aponta para a cadeira a sua frente e eu me sento. - Como foi a trilha com o Sr. Kim? - Sua pergunta me surpreende, ele nunca me perguntou algo do tipo.

-Foi bastante agradável. Ele é bem inteligente, Seongsaengnim.

-Sim, é. Ele tem um QI acima da média.

-Já era de se esperar. - Comento com uma falsa expressão de surpresa. Como se não soubesse que Kim Namjoon tem o QI alto.

-Você sabe que ele faz parte do Bangtan Sonyeondan, não sabe?

-Sim, Seonsaengnim.

-Eles são o tesouro da Coreia. - Comenta.

-Eu estou ciente disso.

-No final de semana ele estará aqui novamente. Dessa vez, com os outros integrantes do Bangtan Sonyeondan... - O que ele tem contra abreviar e falar BTS? - ...eles vão gravar um episódio do programa deles.

-Entendo. - Falo, apesar de não saber aonde ele quer chegar me falando isso.

-Eles vão precisar de um guia e eu quero que seja você. - Paraliso. Ele quer mesmo me colocar frente a frente com todos os integrantes do BTS? Já não passei vergonha demais com o Namjoon? Apesar de ele não saber da vergonha que passei.

-Tem certeza? - Pergunto receosa. - Acha que dou conta?

-Perfeitamente.

-Okay, Seonsaengnim. Estarei aqui no fim de semana, então. - É óbvio que, apesar do nervosismo, eu não recusaria. Seria louca se recusasse.