Beyond Dreams

Eleven

Como assim eu estou diante de Kim Namjoon? Como assim estou a centímetros de distância de um dos meus ídolos? E como assim eu estou totalmente descabelada? Eu poderia correr, poderia voltar agora para a sede do parque e pedir a Ji-Hye fazer a trilha com ele em meu lugar. Eu diria que não estou me sentindo bem e que preciso voltar pra casa. Mas antes que eu decida fazer qualquer coisa, ele se vira para mim. Provavelmente sentiu a minha presença ou o meu olhar queimando suas costas.

-Bom dia, Sr. Kim. - Digo após soltar um pigarro. Ele é incrivelmente alto. - Me chamo Anna e vou acompanhá-lo na sua trilha hoje.

-Bom dia, Anna. - Caramba, por que meu nome soa diferente saindo da boca desse homem? - Posso chamá-la de Anna? - Ele sorri mostrando suas covinhas e já sinto minhas pernas fraquejarem. - Espero que não se importe.

-Pode me chamar como quiser, Sr. Kim. - Até de amor, se preferir. - Ahn... o senhor pode esperar um pouco? - Pergunto lembrando que não peguei a garrafa de água que é dada aos trilheiros de brinde.

-Claro. - Ele sorri novamente e eu me retiro rapidamente voltando à sede para pegar a garrafa que esqueci. Aproveito para pegar um boné e colocar na cabeça na tentativa de esconder meus fios rebeldes, apesar de Namjoon já ter visto. Eu deveria pedir desculpas a ele por estar ao seu lado tão desarrumada, ele deve estar se sentindo ofendido.

-Voltei. - Digo com uma falsa animação quando me aproximo dele. A verdade é que eu estou muito nervosa para lidar com o fato de que estou ao lado dele. Ou talvez eu esteja tão nervosa exclusivamente por estar ao lado dele. De qualquer maneira, eu sei o que está prestes a acontecer e espero conseguir controlar minha boca. - Sr. Kim, aqui está um brinde que é dado a todos os trilheiros que vem visitar o Parque Ecológico do Seul Forest. - Digo lhe entregando a garrafa.

-Pra mim? - Ele parece surpreso. - Obrigado. - Ele sorri e lá estão as covinhas de novo. Elas são tão convidativas.

-Por nada, Sr. Kim. Vamos? - Sorrio apontando para dentro do parque e começo a andar.

-Sim, vamos. Mas... - Começa a falar chamando minha atenção. - Você não precisa me chamar de Sr. Kim. Pode me chamar de Namjoon. 

-Agradeço, Sr. Kim. Mas não posso, faz parte das regras do parque. - Informo.

-Entendo, não tem problema. Sr. Kim, então. - Diz amigável, sorrio em agradecimento e começamos a andar.

-Antes de começarmos, eu gostaria de pedir desculpas pelo meu atraso. - Falo quando passamos pelo portão de entrada do parque e ele volta sua atenção para mim. - Eu, normalmente, não me atraso. Costumo ser bem pontual, mas o meu despertador não tocou. Ele costuma fazer isso comigo as vezes, eu até brinco dizendo que ele me odeia porque realmente parece que ele me odeia as vezes. Eu sou um pouco paranóica e chequei 3 vezes se tinha ativado o despertador e todas as três vezes constava que estava ativado, mas pelo visto não estava. Percebeu a quantidade de vezes que repeti a palavras ''vezes''? De qualquer forma, me atrasar não é o tipo de coisa que acontece com frequência, mas o despertador gosta de brincar comigo de vez em quando. Quando não é o despertador, é o meu relógio biológico que fica me acordando cedo quando posso dormir até tarde. Você acredita que, lá no Brasil, ele até ficava no horário de verão? Sério, inacreditável. Essas coisas realmente só acontecem comigo. - Seu rosto está com uma expressão divertida e então me dou conta de que estou falando descontroladamente. - Desculpe, Sr. Kim. Eu falo demais sempre que estou nervosa, é tipo uma doença. Só que, nesse caso, uma doença sem cura. Eu tenho plena noção do quão inconveniente isso pode ser então, o senhor pode me parar quando quiser.

-Por que está nervosa? - Merda, fui pega.

-Hum? - Tento ganhar tempo para pensar em uma boa resposta. Não quero dizer que estou nervosa por estar com ele, Kim Fucking Namjoon. Eu sei que deve ser óbvio pra ele que eu sei muito bem quem ele é, a Coréia toda o conhece, mas eu não quero dar uma de tiete maluca. Ele não precisa disso no seu momento de lazer.