Capítulo 3

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Heather Brooke

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Heather Brooke


  — Pronto, está entregue. — Eles me fitam do banco da frente do carro.
  — Você vai ficar bem querida. Seu respirador está na mochila. — Ela me olha e sorri. — Qualquer coisa nos ligue, já falei com o diretor.
  — Tá bem. Amo vocês. — Forço um sorriso, logo saindo do banco de trás do carro, indo em direção a entrada do colégio.

  Comecei tudo novamente, eu não me sentia mais eu mesma, já que não via a escola a um ano.

Quando soube que eu tinha câncer, eu só conseguia ver o desespero deles, simplesmente apavorados buscando uma solução, tentando aproveitar o momento que me restava.
Eu só conseguia ver o desespero deles ...
Eu não queria pensar nisso .

  Desvio os meus pensamentos olhando em volta, enxugando as minhas lágrimas com a manga do moletom que eu uso.

  É difícil você tentar andar com a cabeça erguida, colocar um sorriso no rosto e fingir que eu não se importa, porque por mais que eu tente fazer tudo pra melhorar quanto mais eu tento mais eu estrago tudo, como que eu faço isso se tudo que eu sinto são sentimentos ruins, se eu só ando me perguntando como é que a pessoa chega a um estado que sente pena de si mesma. 

Porque eu não conseguia ser normal?

Olho pra trás onde o carro estava parado, não tem mais nada lá.

Eu não ia ficar aqui, eu sei que estava errada em ir embora, eu nem sequer conhecia ninguém ou lugar. Mas eu não vou ficar, olho ao redor e avisto uma lanchonete a poucos metros de distância, atravesso a rua indo em direção a tal lanchonete que toca um sininho assim que eu empurro a porta.
Observo o lugar, logo indo em direção ao balcão e sentando no banco que ali estava.

— Olá, vai querer alguma coisa? — Uma garota negra vem em minha direção.

—  É...

— Você deve ser nova aqui né? — Ela levanta sua mão na minha direção.
—  Sim. – A encaro, seus cabelos cacheados e seus olhos azuis.
— Prazer eu me chamo Ashley. Mas pode me chamar de Ali.—  Ela diz meiga, me dando um sorriso acolhedor logo em seguida.
—  Prazer, Heather. — Digo em poucas palavras.

— Desculpe, mas você não pode ficar aqui sem pedir nada, são ordens do meu chefe, não minha. — Ela  diz quando percebe que eu não vou falar mais nada.  — Se quiser posso pedir um suco pra você.

—  Obrigada. – Ela se vira indo no que supus ser a cozinha, eu olho em volta do local muito acolhedor, reparo nas paredes que são pintadas de branco, e muito iluminado, desço do banco indo em direção a uma mesa no canto.

—  Parece que você gostou do lugar. – Ashley volta novamente agora com uma bandeja.

—  É bem bonito.

—  Você devia ver o Loke, é um bar no lado norte daqui, mesmo essa cidade sendo minúscula tem várias coisas que se possa fazer. Por mais que pareça ser uma cidade pacata sem nada de interessante tem muitas coisas pra fazer aqui.  —  Ela apoia a bandeja na mesa, e me entrega meu suco. —  Trouxe um pedaço de torta de mirtilos por conta da casa, já que você é nova. Você deve achar que eu sou louca, é que tenho um probleminha de conversar demais. Quando eu era criança minha mãe ficava muito preocupada, porque eu não conversava, nem socializava na escola, aí eu passei por alguns especialistas e os professores me ajudavam, e sempre me estimulando, mas agora eu acho que minha mãe se arrependeu, porque quando eu começo a conversar eu não paro mais. — Ela fala movimentando os braços conforme fala, ouço uma tosse. —   Meu chefe tá me chamando, deve me dar outra bronca. —  Ela revira os olhos e sorri pra mim. —  Qualquer coisa me chama. —  Ela se distancia rapidamente sem dar chance de eu falar um obrigada.

Sinto meu celular vibrar e o pego, olhando o nome da minha irmã na tela .

Ligação on ---------

Ela deve está me odiando.

—  Oi. —  Falo.

—  Você pode avisar ao papai que eu vou chegar mais cedo? —  Sua voz soa meio estranha .

—  Aonde você está? — Pergunto com curiosidade.

—  Você pode falar ou não? — Ela pergunta ríspida,

—  Eu não estou com eles.

— Então quando tiver avisa. —  Ela desliga e suspiro.

Eu não julgo ela, ela estava certa.

Me levanto e deixo o dinheiro em cima da mesa .

Antes que ela possa dizer adeus .Onde histórias criam vida. Descubra agora