ι иєє∂ γου το нατє мє

When We Get old

                        ᴊᴜɴɢᴋᴏᴏᴋ

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Oito anos depois as mesmas lembranças me atormentam, os gritos, o pedido de ajuda, ele clamando meu nome. A imagem dele olhando para mim quando ele foi levado praticamente arrastado, seu olhar me pedindo clemência no dia em que eu fiu visitar e a imagem que mais me doía foi ver o corpo dele naquele caixão.

Nesse dia tudo a minha volta caiu, foi um dia tragico, não imaginava que as coisas chegariam a esse ponto, não conseguia acreditar que estraguei tudo.  Eram imagens que sempre voltavam a minha mente, no aniversário dele, o dua em que eu recebi a notícia de que ele estava morto e quando vi o corpo.

- Acordava sempre assustado e ofegante, me negava a acreditar que ele estava morto, toda vez que chegava perto da data que ele morreu, me vinham essas lembranças para me marterizar, para me fazer lembrar dos erros que cometi e das escolhas que fiz.

Mas, na minha cabeça eu fiz isso pensando que iria livrar ele de sofrer mais, porque estando vivo ele iria viver seu pior pesadelo, só que o que eu não sabia é que eu tornei as coisas ainda pior, destrui ele aos poucos, já não era o mesmo Jimin, o que eu conheci Lounge Bar, o rapaz cabelo cor de fogo. Foi nas férias de verão, quando eu e meus pais nos mudamos para Busan.

Jimin foi o ser mais lindo que conheci, adorava filmar ele, porque a sua beleza nas cameras me deixava hipinotizado, não conseguia acreditar que existia algo tão belo assim. Jimin era como uma criatura ficticia, porque para mim ele não existia, era fruto de uma imaginação, onde nós os dois eramos os personagens principais.

Toda vez que chegava a data da morte dele eu ia para o quarto onde eu tinha tudo que se resumia a ele, desde de fotos nossas e as dele, as suas roupas, os presentes que ele me dava e as cartinhas de amor, os videos dele dançando para mim, nas apresentações da escola e quando ensaiava.

E eu me encontrava aqui no quarto onde eu guardava todas essas coisas e não permetia que ninguem entrasse, criei um altar para ele. Ali eu me sentia perto dele, fazia de conta que ele ainda estava vivo, que ele tinha me perdoado, que aquele quarto era o nosso lugar, onde iamos lembrar da nossa adolescência, quando prometemos nos amar, ser leal e sempre confiar no outro.

Mas, tudo não passava de uma ilusão que eu criei, para eu me sentir menos culpado de tudo que aconteceu, era pesada demais a culpa que vinha carregando ao longo desses oito anos.

Jimin era meu porto seguro, minha âncora, o refugio para os meus problemas, o meu analgesico. Jimin era tudo que me trazia paz e conforto. Cometi tantos erros com ele, que me fechei por inteiro e não conseguia sair da escuridão que criei para mim. Olhei para o relógio e vi que já se passavam das 0:00 e eu fiquei preso ali, o calendário mostrava que faltava mais dois dias.

Mais dois dias para fazer oito anos que eu perdi o Jimin, que eu o vi naquele caixão como se estivesse dormindo com o corpo bem fraquinho e o cabelo que antes era brilhante parecia apagado, não havia mais nada ali, a não ser um corpo. Eu tinha contribuído para que Jimin chegasse nesse estado.

Saí dali e fui para o meu quarto e tentei dormir nas poucas horas que restava, precisava concentrar-me em dois dias chega um enfermeiro para cuidar da minha avó que tinha sofrido um AVC.

O médico de família tinha dito que era necessário um enfermeiro para cuidar da minha mãe nessa fase, alguém que poderia ajudar com os remédios, ajudar na terapia e que a acompanhasse em vários momentos.

Deixei que o Namjoon tratasse da contração dele, já que ele era advogado e resolvia essas questões por mais que fosse algo fora dos assuntos da empresa. A recuperação da minha avó para a família era importante e procuram um dos melhores enfermeiros, ele viria dos Estados Unidos e as referência que tivemos sobre ele eram as melhores e eu esperava que ele ajudasse e muito a minha avozinhos nessa situação, algo que foi pedido pela minha mãe

Porque apesar dela ser minha mãe, por causa dela e do meu pai fiz escolhas erradas, tomei decisões ruins e falei coisas que até hoje me arrependo. Por causa deles não o tinha mais aqui e doía toda vez que eu lembrava disso, doía quando chegava a data e lembrava que eu o vi ali numa situação onde já não podia ajudar, já não podia fazer nada por ele, defender ele quando ele precisava e não fiz. Doía saber que preferi ouvir uma mulher que me levou a fazer apenas coisas ruins com alguém que realmente me amou e que já não estava mais aqui. Não havia sequer uma única vez que eu não me condeno por ter feito tudo que fiz por ter deixado me enganar.

A dor de perder alguém que se ama é um sentimento ruim, mas não é aquela perda que você pode tentar recuperar. Eu perdi o Jimin e por mais que eu me esforçasse eu não o teria de volta e essa sensação fazia a minha culpa aumentar, as falas de Taehyung me deixava no fundo de um poço e me deixava sufocado, porque realmente eu era tudo que ele dizia e era isso que me deixava ainda mais acabado porque eu não tinha como revidar ou atacá-lo de volta. Eu destruí alguém que era importante para ele e que se não fosse por minha causa eles continuariam juntos sendo amigos ou não. Por minha culpa o namoro do Taehyung e Yoongi terminou, porque Taehyung apenas se afundava nas piores sensações que uma pessoa que foi perdendo alguém que amava a cada etapa da sua vida e Yoongi já não sabia como ajudar e decidiu acabar com o relacionamento porque tudo aquilo magoava o Tae ainda mais. Yoongi não soube lidar com Taehyung, não soube como fazer para tirar ele do burraco que se enfiou e deixava barreiras para que ninguém pudesse entrar, porque ele queria estar ali e estava à espera de uma única pessoa que o faria sair dali e quebrava essas barreiras e Yoongi sentia que não era pessoa e que nunca seria, porque no meio de Taehyung e Yoongi havia um Jimin, que fazia tudo aquilo que Yoon sequer tentou fazer, porque em meio a tudo isso sabíamos que era Jimin por Taehyung e Taehyung por Jimin.

Quando cheguei no quarto e logo deitei na cama e fechei os olhos foi como se tudo tivesse esvaziado. Minha mente esvaziou-se e tudo voltava ao normal.