Eu me pergunto quando começou e eu só consigo culpar ela: a Disney!
Você deve estar se perguntando do que eu estou falando e é claro que eu estou falando da minha depressão. Eu comecei a desenvolver depressão com 15 anos depois que um menino que eu gostava, e era 2 anos mais velho do que eu, me fez de gato e sapato e fodeu com meu psicológico. Como formar de escapar eu me mudei para a casa do meu pai em outro estado.
Eu fiquei bem por um tempo, mas morar com meu pai logo se provou um intensificador para a minha doença que me espreita com olhos gulosos, eu tinha que ouvir dele: "você não vale o alimento que come", "eu vou matar sua mãe se ela arrumar um namorado", além de passar a maior parte do tempo bêbado.
Mas para onde eu iria? Eu não queria voltar a morar com minha mãe e ver "ele" todo dia na escola. Logo descobri que tinha um campus da melhor universidade do país em uma cidade próxima e isso se tornou minha motivação para continuar ali. Se eu passasse na faculdade eu não teria que morar com nenhum dos meus pais! Que ótimo, certo? Errado!
Quando fiz 17 eu passei na faculdade e fui fazer, apesar de ser pobre consegui o auxílio da faculdade e fui morar em uma república. As meninas que moravam comigo eram ótimas, os meus colegas era legais, mas as matérias e os professores eram horríveis, cruéis e impiedosos.
No primeiro semestre eu fui consideravelmente bem, mas era muito cansativo.
No segundo eu comecei a estudar um dia antes para a prova da matérias que eu não gostava. .
No terceiro eu comecei a estudar um dia antes para todas as matérias.
No quarto eu tremia e fechava meus ouvidos quando alguém falava algo sobre a faculdade. Crises de ansiedade já era algo palpável para mim.
No quinto eu entrei em negação, não abria minhas mensagens porque eu não queria ver se tinha um novo trabalho ou uma nova avaliação.
No sexto eu não conseguia ler o material da faculdade, eu simplesmente não conseguia compreender as palavras, meu cérebro se recusava a processar.
No sétimo eu não conseguia lembrar, perdi minhas memórias. Me sentia um telespectador da minha própria vida.
No oitavo e último eu era uma casca, uma sombra do que um dia eu fui. Um pedaço de manteiga que foi passada num pão grande demais. Eu queria descanso.
Mas ainda assim eu me graduei, entrei no famoso mercado de trabalho e sobrevivi até hoje com meus 28 anos. Sempre como uma casca. Quando visitava minha família fingia naturalidade por um tempo e depois voltava ao meu normal. O emprego não era ruim o que já fazia bastante para não me empurrar da beira do precipício.
Mas eu sentia que estava fazendo hora extra, eu morri a muito tempo e esqueceram de enterrar.
O que a Disney tem a ver com isso? Simples, ela fez muitos filmes que falavam sobre o príncipe e a pebleia e como eles viveram felizes para sempre e isso fez com que eu tivesse esperança de que ia conquistar o garanhão da cidade e ele ia "mudar" por mim. -Hahahahah solto um riso de escárnio no meio da rua e algumas pessoas olham para mim- Por causa disso eu tomei coragem de falar com aquele menino nos meus 15 anos, aplique o efeito borboleta e estamos aqui hoje. Ugh, eu odeio aquela empresa.
Eu estava agora esperando o sinal fechar ainda imersa em meus pensamentos, apenas no piloto automático. Quando o sinal fechou eu me pus a andar, mas sempre tem algum engraçadinho que acha que vai dar para ultrapassar né? Hoje é meu dia de azar ou sorte, porque eu estou prestes a morrer.
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Buscando Paz, Sossego & Sexo num mundo de cultivação
FantasyMeu nome é Lilia eu era uma garota normal no fim dos seus 20's com um emprego estável e com uma família morando distante, mas que sofria de uma terrível depressão. Um dia quando voltava do trabalho fui atropelada enquanto atravessava a rua. "É assim...