Capítulo 17

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FERNANDO

Até um ano atrás  minha família tinha uma boa vida ,vivamos  em uma boa casa, estudava em escola particular, vida de classe média.Mas tudo mudou quando meu pai perdeu o emprego onde ele ganhava bem, e o banco nos tirou a casa onde morávamos por falta  de pagamentos..

Fomos morar em uma comunidade, um pouco perigosa diga se de passagem , por que para morarmos aqui  tivemos que  pedir permissão ao "dono"do lugar.

O pior nisso tudo foi que meu  irmão piorou muito sua doença depois que viemos morar aqui ,por maias que eu me minha mãe limpe a casa  sempre sobra alguma coisa da alergia nele, e por falta de dinheiro para a injeção dele, ele acaba indo parar no hospital.

Ver meu irmão cada dia que passa mais  doente ,minha mãe  sempre cansada , e meu pai se culpando por não pode dar uma vida descente para nós, é como  ver minha família se desfazendo aos poucos sem pode fazer nada,meu pai faz alguns bicos desde que roubaram o carro  com o qual ele fazia  uber, e eu trabalho por qualquer trocado,até na vendendo balas no faról eu já trabalhei, o  que me deu um certo trauma e desisti.

Sou gay , e me assumi para minha família, meu pai no começo ficou bem chateado, mas aos poucos  foi aceitando o que aconteceu.

Hoje é sexta e amanhã faz uma semana que vi a família do garoto que atropelou meu pai.Eu estava feliz voltando para casa por que uma senhora  me deu um kilo de arroz e feijão.

Assim que entrei pela porta da nossa casa vi um casal  bem arrumado ,mas  meus olhos se prenderam no rapaz que estava com eles,deve ser alguns anos mais velho que eu , mais a cara de garoto mal dele prendeu minha atenção.

Quando cumprimentei ele senti uma sensação  boa,mas tive que disfarçar por que minha mãe estava de olho  em mim.Neste tempo em que vim morar aqui , não me faltou pretendentes,solteiros e até casados, o  que é normal já que de longe da para ver  que sou gay,mas  optei por  respeitar para ser respeitado.

Estava voltando de um  serviço  de limpar casas recém construídas para venda, e para variar estava chovendo muito,quando cheguei em casa, estava minha mãe no sofá com meu  irmão  desacordado no colo,nem esperei ela dizer nada  fui  na vizinha e pedi um uber, sei que  vamos ter  que  levar ele para o hospital.

Chegando no hospital levaram ele e minha mãe ficou comigo na recepção esperando.Logo uma  enfermeira nos liberou para ir até o quarto.Assim que entramos  o medico  veio falar com agente .

_Senhora,como disse a  ultima vez que atendi o Filipe, as crises tendem a ficar mais fortes com o tempo e pelo que você  me disse onde moram não é  um  lugar que ajuda, e  a falta da injeção de cortizol em casa faz com que ele tenha que vir para  o hospital   onde a distancia é de  quarenta minuto.

_Sempre que ele tem uma crise aguda de asma,ele recebe pouco oxigênio no cérebro, se a crise dele tivesse sido um pouco apenas mais forte  ele não teria chegado com vida aqui.

Deixei minha mãe com meu irmão no hospital,já que já tinha amanhecido,voltei para casa de ônibus,já que a chuva não estava dando trégua,quando cheguei  na metade da rua onde eu  morava   vi um monte de pessoas correndo,quando cheguei perto da minha casa vi meu pai ,sentado na porta da casa da vizinha.

_Pai o que aconteceu?

_Nossa casa filho o córrego encheu e a parte da cozinha e banheiro  foi embora.

_Como assim pai?

_A defesa civil proibiu de entrar para pegar qualquer coisa,só consegui pegar os documentos, os vizinhos pegaram nossas roupas foi só o que deu para salvar.O que eu vou dizer a sua mãe agora?Disse ele frustrado.

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