Capitulo 4 - Tentação

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Kate chegou em casa ofegante; seu coração estava disparado pela ansiedade que passara agora a pouco, também pelo fato dela sair correndo do escritório, e seguir correndo até sua casa, segurando sua bolsa em seu peito como se estivesse fugindo de um assassino em série.

Subiu rapidamente as escadas, sem ao menos dar boa tarde aos seus pais. Viu o celular ascendendo inúmeras vezes dentro de sua bolsa levemente aberta; era Rebecca.

" Ei garota, onde está? Já estamos no barzinho lhe aguardando."

- Oh, meus Deus! Quase me esqueci deles...

Ela precisava tomar um banho e arrumar-se para a balada; não podia deixá-los na mão.

Após um banho demorado e relaxante, Kate vestiu-se em sua melhor roupa e sapatos, um vestido levemente solto e tímido, contrastando com um salto pequeno. Se olhou mais uma vez no espelho; precisou ajeitar mais uma vez seu longo cabelo castanho e passar um batom; em seus belos olhos azuis, um pouco de máscara de cílios para ressaltar.

Assim ela seguiu ate o local combinado com os amigos, sempre sentindo a presença de alguém, como se a seguissem; era estranho e ao mesmo tempo reconfortante; era uma sensação de arrepio e cuidado ao mesmo tempo.

Chegando no Pub, Kate rapidamente encontrou Rebecca e Cristian, e mais alguns colegas do escritório que dançavam sob a música inebriante do lugar. Kate olhou ao redor e agradou-se do ambiente. Tinha uma batida legal e pessoas bonitas; ela precisava se divertir e quem sabe, parar de pensar em seu chefe.

Kate continuava com a sensação de que alguém a observava, mas não sabia o porque de tal sensação. Lembrava-se de se sentir protegida assim, quando era pequena, mas não com tanta intensidade.

- Ei, Kate! Tome, beba isso, está delicioso. - Rebecca gritou nos ouvidos da amiga.

Kate olhou para a bebida no copo e agradou-se; era hora de se deixar levar pela noite. Ela tomou o copo das mãos de Rebecca e bebeu num gole só; a bebida era doce e gostosa, e ela estava com sede, muita sede.

- Garota! Veio preparada hein? Uhuuu, gritou a amiga, levantando as mãos e dançando desvairadamente.

Enquanto todos riam e enchiam seus copos, Kate dançava como se nunca houvesse aproveitado tanto em sua vida; ela já havia bebido algumas doses de gym, e sua mente dava voltas; Kate saiu com o copo na mão, dançando pelo centro do palco, de olhos fechados, sem perceber que se afastava dos amigos; as luzes do Pub estavam mais brilhantes que antes e davam voltas em seu corpo; além de brilhantes, estavam um pouco embaçadas ao seus olhos, mas ela não se importou, continuou com sua dança penetrante, girando a cabeça como se estivesse numa espécie de transe.

Após alguns minutos, Kate abriu os olhos, e enquanto via as luzes embaçadas, também via um vulto passando por ela; esse vulto tinha um belo porte e camisa branca, com punhos dobrados e dois botões do colarinho abertos; era com certeza alguém despojado. O perfume que ela inalava era absurdamente encantador; ela sentia que alguns dedos passavam por trás dela, em sua cintura e a faziam girar, mas ela não encontrava ninguém. Talvez estivesse realmente embriagada.

Sentiu mais uma vez aquelas mãos quentes roçar seu rosto, como se acarinhasse sua bochecha, e ela pendia sob essa mão, mas ao olhar para o lado, também não enxergava ninguém. Decidiu continuar com sua doce e lenta manobra, chamada dança; quando percebeu novamente, dedos longos e quentes a agarravam pela nuca e outra mão pela cintura, trazendo-a para mais perto de alguém; alguém com peitorais fortes como rochas; ela sentiu novamente aquele perfume inebriante e o calor do hálito de alguém; esse hálito, esquentou o rosto dela, e ela sentiu a doçura de uns lábios macios roçando nos seus; a sensação era tão gostosa que um calor subiu pelo seu ventre e espasmos se formaram nos músculos de sua vagina; ela apertava-a, na mesma medida em que o beijo foi se intensificando e aquele braço ia apertando sua cintura, de encontro àquele corpo torneado. Ela sentiu sua língua, buscando prazer na boca dela, e suas pernas fraquejaram por um momento, nos braços daquele alguém.

O corpo era tão quente que parecia estar febril, mas era um febril gostoso, daquele que se tem vontade de aconchegar.

Kate sentiu um esbarrão atrás de si e de repente o beijo que sentia se esvaiu como uma fumaça escura.

- Ai! O que é isso?

- Kate, desculpe! Apenas te segurei pelo braço pois você parecia estar caindo.

- Cristian? - Kate tentou abrir os olhos naquela névoa branca de dentro da danceteria.

- Sim, sou eu! Venha...

Kate ainda sob o efeito mágico daquele beijo anterior, sorriu com malícia para o amigo e o agarrou pelo pescoço, beijando-o desprevenidamente. O rapaz assustou-se no primeiro momento mas depois gostou da iniciativa da garota, dando espaço para que o beijo ficasse mais confortável.

Kate não sabia ao certo o que estava fazendo, mas estava gostando. Não era o beijo que ela sentiu anteriormente, mas era bom.

Himerus estava agora, recostado na parede a uns metros de distância, com sua camisa branca, aberta dois botões no colarinho, com as mangas dobradas, e mãos nos bolsos, dando-lhe um ar despojado e sexy.

Disse alguma coisa ao pé do ouvido de um dos brutamontes que guardavam o local, que prontamente acenou com a cabeça e seguiu rumo aos dois.

- Com licença, meu jovem? - O vigia segurou o braço de Cristian.

- Ei, me solte!

- Peço que o senhor se retire do local.

- O quê? Mas porque?

- Apenas saia! Venha comigo! - O vigia segurou forte em seu braço e arrastou Cristian para fora do bar.

Kate, ainda sob o efeito de Himerus, permaneceu intacta, no mesmo local, remexendo os quadris e a cabeça, sentindo as batidas gostosas daquela música.

Himerus roçou o queixo com seus dedos longos, admirando a paisagem a sua frente; naquele momento ele não era visto por ninguém mais; apenas Kate podia sentir a sua presença marcante; o perfume natural de Himerus era tão fascinante que ela se sentia enfeitiçada, ou até mesmo dopada por ele.

Em sua última volta de libertação, assustou-se com a presença materializada de Himerus em sua frente no meio do palco.

- Gael? É...quero dizer, senhor d'Auvergne, o que faz aqui? - Kate cambaleava.

- Shh... - Himerus tocou seu lábio com o polegar, roçando-o para baixo com leveza. - Me chame de Gael, para você serei sempre Gael.

A voz de Himerus saiu num sussurro. Ele aproveitou que a pista estava cheia, e ninguém podia vê-lo em sua forma material, apenas Kate.

Himerus pegou a mão de dela e virou a palma para cima, tocando levemente e sedutoramente em seu pulso, onde ela trazia sua marca de nascimento; a marca de Himerus. Lentamente ele fazia círculos com o dedo indicador, provocando-lhe arrepios na espinha.

O olhar de Himerus ia da mão, aos olhos dela, de forma tão sexy que ela podia sentir suas pernas perdendo o equilíbrio.

O cabelo dele estava desgrenhado de uma forma extremamente atraente, e Kate já não conseguia mais segurar seus desejos contidos; ela ergueu-se na ponta dos pés e tentou alcançar seus lábios perfeitamente desenhados, mas não conseguiu; de repente, como mágica, Kate já não estava mais na pista de dança e se viu de frente para o espelho, no banheiro do Pub, sob uma luz violeta e uma névoa cheirosa.

Kate passava a mão em seus lábios e tentava decifrar o que havia acontecido até aquele momento. Era como se seus sonhos antigos, viessem todos à tona numa noite só. Ela estava com os olhos borrados e o cabelo despenteado, mas estava feliz; aquele homem de seus sonhos continuava presente em sua vida, dando-lhe prazer e conforto.

Restava saber o que Gael tinha a ver com tudo isso.

HimerusOnde histórias criam vida. Descubra agora