Capitulo 6 - Enigma

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- Pára tudo, garota! Secretária dele? Rebecca gritou nos ouvidos de Kate enquanto saboreavam um cappuccino na lanchonete do prédio.

- Foi o que ouviu Beca! Eu não tive escolha, quer dizer, na verdade eu tinha, eu poderia ter recusado mas não sei o que me deu... - Kate pôs as mãos na cabeça e recostou os cotovelos na mesa.

- Eu compreendo amiga...- Rebecca suspirou com a mão recostada na bochecha, pensando romanticamente, no senhor d'Auvergne.

Kate a olhou com curiosidade.

- Ei! Não é nada disso, eu só... - Kate não tinha mais palavras; apenas balançou a cabeça.

- E Ana? Foi muito estranha a saída dela, não foi? - Rebecca perguntou.

- E como! Eu nunca imaginei que Ana se demitiria. Ela gostava tanto do que fazia... - Kate estava um tanto desnorteada. - E o Cristian? Você conseguiu falar com ele?

- Liguei para o celular dele e não atendeu, muito estranho não acha? Talvez eu vá até o apartamento dele, ver se está tudo bem e...

De repente , ambas se voltaram para uma silhueta que passou por elas.

- Cristian? - As duas gritaram.

Cristian passou por elas, de uma forma estranha, sem olhá-las.

- Ei Cristian? - Novamente gritaram e nada adiantou.

Kate e Rebecca levantaram-se rapidamente e foram de encontro ao amigo, que permanecia com o olhar distante.

Himerus acompanhava tudo, de forma imaterial, recostado na porta da lanchonete. Era como se ele estivesse comandando Cristian.

Quando as duas amigas chegaram perto e tocaram o braço de Cristian, seu olhar distante voltou-se para elas, mas ele nada disse.

- Cristian? Oi? Terra chamando! - Rebecca estalou os dedos na frente de seu rosto.

- Oi meninas! - Sua voz era suave, mas sem sentimento.

- Cristian, onde se meteu? Você faltou dois dias de trabalho e...

- Eu estou bem, já conversei com o senhor d'Auvergne e está tudo bem. - Cristian interrompeu Kate, e seu olhar estava apagado.

As amigas se olharam com curiosidade.

Himerus sorria diabolicamente de longe. "Ele nunca mais irá se intrometer no meu caminho, minha Gaya. Nem ele, nem ninguém." Pensou, enquanto as olhava.

- Vem, Cristian sente aqui conosco, vamos tomar um café e conversar...

- Não! Eu...eu não posso! Quer dizer, tenho muito que fazer e...desculpe! - Cristian saiu correndo e não olhou nos olhos de Kate.

Ela percebeu que Cristian estava evitando-a.

- O que acontece com ele, Kate? - Rebecca pediu enquanto acompanhava os passos de Cristian para longe.

- Não faço ideia! - Kate também o observou.

- Bem, agora que ele está bem...vamos trabalhar! - Sorriu Rebecca.

- Me dá até arrepios pensar em ir para aquela sala com ele...

- Sorte sua amiga! - Rebecca gargalhou. - Eu faria qualquer coisa para estar naquela sala com ele... - Suspirou.

- Palhaça! Kate a cutucou.

Subiram até o andar de suas mesas e Cristian já estava em seu computador, com pilhas de manuscritos para analisar.

- Cristian? - Kate tocou em seu ombro.

Cristian não a olhou, nem respondeu, apenas continuou seu trabalho.

- Olha Cristian, em relação ao que aconteceu lá no bar aquela noite...

- Não sei do que está falando Kate. Agora se me der licença, preciso trabalhar! - O tom de Cristian era rude.

" O que tem esse garoto?" - Pensou enquanto retirava-se de perto dele.

Kate acenou para Rebecca e seguiu rumo a sua sala.

Ao entrar pela porta da sala de Gael, viu uma sombra escura ao lado da mesa, mais precisamente no canto, que cobria a cadeira dele, mas ela não o via. Um arrepio passou pela espinha, mas ao mesmo tempo a sensação gostosa que sempre sentia em seus sonhos. Era uma mistura de medo e prazer.

Seguiu até sua sala e pôs-se a trabalhar. Viu que haviam muitos e-mails para serem respondidos em nome do senhor d'Auvergne e ela prontamente assim o fez. Como ainda era inexperiente em alguns assuntos, alguns desses e-mails ela deixou para que com a ajuda do senhor d'Auvergne, pudesse resolver.

- Precisa de mim, senhorita Collins?

Kate sobressaltou-se com o aparecimento repentino do senhor d'Auvergne, colocando a mão no peito.

- Jesus Cristo! Que susto senhor d'Auvergne!

- Me chame de Gael, senhorita Collins! - Sua voz era sedutoramente arrastada.

Kate parou e olhou-o por um momento.

- Não cairá bem aos olhos dos outros senhor d'Auvergne! Prefiro continuar com as formalidades.

- Está bem, se você se sente melhor assim, que seja!

Enquanto Gael dizia essas palavras, foi chegando mais perto de Kate, com as mãos nos bolsos, parecendo muito despreocupado e continuou.

- Talvez você goste dessas formalidades, já que eleva mais meu ego... - Gael estava levemente debruçado sobre Kate, com as mãos de cada lado. Uma no encosto da cadeira, outra na mesa, quase abraçando-a.

Kate não conseguia se mover. Estava completamente enfeitiçada pelo cheiro que Himerus exalava de sua pele.

- O senhor acha?

- E também acho que você gosta que tenham poder sobre vocêeeee... - A última palavra saiu sussurrada no ouvido dela.

Kate fechou os olhos e sentiu os músculos de sua vagina contraírem-se. Himerus sabia que com um toque dele apenas, e ela desmontaria num orgasmo alucinante.

- Kaaaateeee... - Ele assoprou mais uma vez em seu ouvido.

Kate estava novamente em transe; Himerus chegou tão perto com o seu polegar, que roçou nos lábios dela. Ao fazer esse gesto, Kate gozou, levando sua cabeça para trás; os espasmos tomaram conta de seu corpo enquanto Himerus a pegou pela nuca e a trouxe de volta, de seu transe arrebatador.

As pernas de Kate estavam dormentes que pelo impacto do orgasmo que sentiu, e Himerus se deliciou com o que ela acabara de vivenciar. Ele podia sentir a intensidade do orgasmo dela, e se deleitava em saber que ele era o causador de tal prazer.

- Am...desculpe senhor d'Auvergne, onde estávamos mesmo?

- Estávamos conversando sobre as dúvidas que tens sobre suas novas atividades. - Ele sorriu, com os braços cruzados.

- Ah, sim é verdade! Então...aqui nesse e-mail, diz que está tudo certo para a reserva do hotel em Toronto.

- Sim, responda por favor que serão necessários duas passagens, e dois quartos consequentemente. - Falou virando-se em direção a porta.

- Está bem, e para quem devo reservar?

- Para você!

Kate levantou rapidamente o olhar e piscou algumas vezes.

- Eu?

- Exato. Não achou que eu iria viajar sem minha assistente pessoal, achou?

- Mas eu...é o segundo dia que estou aqui e...

- Sem mas! Prepare tudo e avise seus pais.

- Meus pais? Como o senhor sabe que moro com eles?

- Am...eu imagino que more com eles, apenas. Afinal você é tão jovem... - Desapareceu pela porta.

"Esse homem é realmente enigmático." - Pensou Kate com os braços cruzados, recostada na cadeira.

HimerusOnde histórias criam vida. Descubra agora