Capítulo Seis

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Dias se passaram, um clima estranho rondava a dupla de gênios, não conseguiam se comunicar muito bem um com o outro, nem mesmo conseguiam trocar farpas, ou insultos. Apenas a tensão preenchia o ambiente.
Ambos se sentiam eufóricos, inquietos; sentiam incapazes de manter contato visual. Embora suas intrigas, contato visual era algo que não faltava, ainda mais por disputarem para ver quem sustentava por mais tempo o olhar ameaçador.
Seus amigos lhes avisavam o motivo de tudo aquilo, estavam obviamente apaixonados um pelo outro, mas não admitiriam nem que fosse a única salvação para a humanidade.

- Amiga, tive a ideia perfeita pra resolver seu problema! - Irelia chegou espalhafatosamente, chamando a atenção dos que estavam ao redor, fazendo a tímida garota de cabelos em tons pastéis ruborizar com o repentino "destaque".

- Fale mais baixo! - Disse repreendendo a recém-chegada. - Mas me diga de qual problema você se refere, e qual a "solução" dele. - Completou com sua costumeira expressão de tédio.

- A sua paixonite pelo nerd, duh! A solução vem em duas palavras: correio anônimo.

- Correio anônimo? Sério? Tirou isso de qual filme de comédia romântica adolescente? - Lillia retrucou segurando o riso, era uma ideia com pouca provabilidade de funcionar.

- De nenhum, tá? Mas é a sua melhor solução. Você fala alguma coisa bonita pra ele, e se ele gostar, com certeza vai mandar algo de volta.

- Como se a carta é anônima? - Fez sua habitual expressão de tédio para a amiga, como quem diz "pensa um pouco, é uma ideia ridícula".

- Ele pede pra mandar a carta pra quem mandou pra ele. Simples assim! - Insistiu mais um vez no plano. - Olha, se você não dizer isso, eu faço no seu lugar!

- Você não ousaria!

- Pode apostar que sim.

- Tudo bem, eu faço. - Lillia se deu por vencida, deixando Irelia com um largo sorriso. Se fosse para passar vergonha, que fosse ciente do que estava escrito na carta. - Só me dê um tempinho pra isso.
A garota de cabelos róseos não sabia ao certo o que escreveria, nada vinha em sua mente. Mas era questão de ficar em sua escrivaninha, rodando na cadeira em quanto ouvia suas músicas favoritas, isso faria as palavras fluírem tranquilamente.


...

- Ainda bem que deu tempo!  - Lillia soltou um suspiro pesado, estava aliviada por ter entregue a carta para o "pombo-correio".

- Eu que o diga, você demorou quase dois dias pra fazer isso. Como pode? - Irelia questionou indignada, suas sobrancelhas estavam franzidas, expressando o sentimento

- Ah, eu comecei a escrever, aí não conseguia parar. E depois revisei umas dez vezes. - Explicou fazendo a amiga revirar os olhos. Seu perfeccionismo quando ficava ansiosa era algo estressante às vezes. - O importante é que conseguimos enviar!

- Realmente, se não tivesse conseguido eu iria te matar. Enfim vamos almoçar logo, estou morrendo de fome!

- Vamos, tem um restaurante novo aqui perto, abriu semana passada. O que acha de comer lá?

- Eu topo! - Sorriu, acompanhando a amiga até o estabelecimento citado. Durante o percurso discutiam sobre os trabalhos pendentes e a semana de provas que se aproximava, o semestre chegava ao fim, e o estresse começava a se fazer presente entre todos os alunos. - Mas e aí, como vão ficar as correções das atividades que o seu professor de álgebra?

- Ele nos deixará focar nos exames, sabe que somos bons, mas não máquinas e temos outras matérias além da dele. - Respondeu adentrando o restaurante, se sentando perto da janela, sendo seguida por Irelia.

- Ah, que professor bom, os meus não se importam com nada; quanto mais sobrecarregaram os alunos, melhor pra eles. Tudo pra não ficarem falando muito.

- Relaxa, logo logo acaba esse sofrimento! - As duas riram, e então fizeram seus pedidos. Elas comiam e conversavam alegremente, até Lillia fazer uma expressão de espanto ao olhar para o celular.
A tela bloqueada mostrava uma mensagem de Yeosang, então de duas uma: ou ele recebeu a carta e sabia que era ela quem enviara, ou queria esgotar a paciência dela.

- Amiga, vai lá. Se você não for, sei que vai ficar remoendo isso. - Irelia disse em tom firme, fazendo a de cabelos róseos soltar um suspiro.

- Tudo bem. Só me ajude a me arrumar um pouco antes, temos tempo até às 18:00.

- Certo, então vamos logo! - Saíram do restaurante após pagar a conta, seria uma tarde agitada, com roupas para escolher, uma maquiagem para fazer e cabelos para arrumar. Seria algo simples, se ambas não fossem perfeccionistas demais.

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⏰ Última atualização: Oct 16, 2021 ⏰

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