O amor que você semeia

Capítulo 1

Já fazem duas horas que sai da sala do diretor Dumbledore. Por uma hora inteira chorei sem forças para segurar a dor. Por uma hora lembrei de todas as boas lembranças com Lílian. A pequena Lily... Por uma hora lembrei dos seus olhos cheios de amor e carinho para comigo. Em meio a essa uma hora muitos pensamentos ruins tomaram conta de mim e a vontade de continuar vivo e cumprindo essas missões me faltou, mas também me lembrei do seu filho. Ele tem os seus olhos. Ele expressava tanta dor...
Eu preciso cuidar daquele menino. Quando precisou Lílian me chamou para lhe ajudar, para proteger. Não outra pessoa, foi eu quem ela chamou. Eu não pude lhe proteger, mas posso proteger o seu filho.

Eu lhe prometo, Lílian, que vou cuidar do seu filho custe o que custar. Ele vai viver, vai amar e aqueles olhos de dor vão se encher de felicidade e alegria. Assim como os seus. Eu prometo.

A outra uma hora usei para me recompor e me preparar para a discussão que vai ser. Vou lutar pelo menino.

Deixar ele com Petúnia... Que ideia mais ridícula.

Saio dos meus aposentos e volto para a sala de Dombledore, os corredores vazios e escuros pela noite. Já é quase madrugada. A essa hora todos da Ordem já estão aqui e sabem o que aconteceu. É melhor assim, não quero explicar tudo de novo e Dumbledore pode fazer isso por mim.

Assim que chego a torre do diretor a gárgulas gira mostrando a escada. Subo e mantenho a expressão neutra. Ao chegar em frente a sala bato na porta e logo ela se abre. Molly Weasley me olha e então abre espaço para que eu entre.

   — Severus, que bom que voltou — Dumbledore diz sorrindo, mas seu sorriso não chega aos olhos.

A sala está lotada e há várias cadeiras para todos. Ignoro a cadeira que se materializa na minha frente e vou para a janela ficando afastado de todos.

Todos estão com expressões abatidas e tristes, alguns tem os olhos vermelhos e outros como Sirius Black, Arthur Weasley e Remus Lupin ainda derramam algumas lágrimas. Eles eram os mais próximos do casal, é compreensível.

   — Agora que estão todos aqui vamos falar sobre o menino Harry — Dumbledore diz chamando a atenção de todos. — Eu comentei sobre a proteção de sangue agora a pouco e imagino que alguns de vocês já tenham entendido o que isso significa. Lílian tem uma irmã e a sua proteção de sangue também se estende até ela, se o menino ficar com ela estará protegido — Notando o meu olhar de alerta ele acrescenta de má vontade. — Severus se voluntário a ficar com o menino, disse que cuidaria dele, pois não acha adequado Petúnia, a irmã de Lílian, ficar com a criança.

   — O que? Isso é um absurdo! — O Black diz e me encara. Ergo uma sobrancelha pouco me importando com a sua opinião.

   — Absurdo é ter alguém como você em algo tão importante — Digo me referindo a Ordem.

   — Digo o mesmo de você, quem garante que não está fingindo ser um espião para saber todos os nossos planos? — Diz se levantando da sua cadeira ao lado de Lupin e próximo a mesa de Dombledore.

   — Talvez você também esteja nos espionando, aparentemente todos na sua família são Comensais da Morte — Vou direto ao ponto, pois sei que é um assunto sensível para ele. Quando ainda éramos estudantes de Hogwarts ele foi expulso de casa por ir contra a família. De toda forma isso não importa.

   — Como se atreve!

   — Chega! Rapazes se comportem, estamos discutindo um assunto sério e não temos tempo para implicâncias bobas — Dumbledore diz antes que as coisas possam piorar e nos repreende. — Sirius, sente-se, por favor. Não é com vocês que devemos nos preocupar, temos outro inimigo.