O Vestido Lilás [CONCLUÍDA]

Prólogo

Ela não entendia por que tudo isso havia acontecido, não conseguia evitar deixar as lágrimas rolarem. Estava deitada em sua cama, olhando para o teto a mais de duas horas pensando em tudo isso. A voz dele ainda estava em sua cabeça, gritando com a mesma furiosamente. "Eu apenas te usei, não seja idiota", a voz dizia. "Nunca consegui te amar, apenas te tolerava" continuava. Mahara havia amado a pessoa errada por anos, mas ela não era a culpada. Quando se ama, desejamos apenas o bem daquela pessoa. Seu agora ex namorado, nunca a amou, via Mahara apenas como uma diversão.

Mais cedo naquele mesmo dia, ela e o namorado estavam em um café. Fazia meses que ele estava estranho com Mahara, ela sentia isso. Queria apenas conversar e entender oque estava acontecendo.
" Fale de uma vez oque quer, não tenho o dia todo." O homem disse, estava ocupado demais checando seu aparelho celular. "Você parece distante, não parece querer minha presença por perto." Mahara diz, seu semblante estava triste. O homem a encara por alguns longos segundos, seu olhar era ríspido. Não era o mesmo olhar do começo, seu olhar de antes de tudo começar era doce. Ele olhava para Mahara de forma memorável, sua boca fazia apenas juras de amor para ela. No começo, aquele homem desferia promessas a Mahara, dizia que iria tratar a mesma como uma princesa. Ainda olhando para ela, ele começou seu discurso de ódio. Estava tão agressivo que Mahara não o reconhecia mais. Ela apenas ficou imóvel, sentindo aquelas palavras duras como se fossem lâminas afiadas cortando sua pele. Depois de longos minutos, ela já não aguentava mais. Estava segurando suas lágrimas de tristeza e ódio. Se levantando da cadeira onde estava sentada, pegou sua xícara de café e lançou a mesma no homem desprezível que estava sentado a sua frente. O mesmo parecia estar em choque, olhava para sua camisa social branca, agora marrom por conta do café que se derramou na mesma. "Tenha uma boa vida." Mahara disse, mesmo que oque queria realmente dizer era "Espero que morra da maneira mais dolorosa possível". Aquela mulher saiu do café em passos rápidos e firmes, procurando pelo seu carro. Mal conseguia dirigir naquela manhã, seus olhos marejados embaçava toda a cidade a sua frente.
Chegando em casa, foi direto para seu quarto. Se jogou na cama de qualquer jeito, voltando sua visão para o teto. Sua mente estava um turbilhão. Uma mistura de passado, presente e futuro perturbava Mahara. A mesma fechava os olhos várias vezes, tentando mudar de realidade. Sabia que a ferida que havia sido aberta não iria se curar tão fácil. Iria lhe tomar dias de vida, dias até normais que lhe eram preciosos. Aos poucos ela se acalmava, os soluços se suavizaram, estava respirando lentamente. Caindo no sono ali mesmo, ao acordar sabia que teria de consertar isso. Teria de começar uma nova vida, mesmo com seu coração em pedaços.