O Vestido Lilás [CONCLUÍDA]

Segundo Ato [parte 3]

Joe olha para ela, colocando suas mãos nas dela em seguida. Ela puxa Joe para mais perto, fazendo-o levantar do gramado. Abraçando-o, Mahara se preparava para começar a cantar.

So, it's probably nothing
But it's been on my mind some
time and I can't let it go

I know, there's gotta be something
That I could say in time, but
I can't find the words

Keep me on fire

A dose, a moment to live in
I'm hoping it stays a while in
the space you were in

I froze, and I reckon I missed it
When all of the rain came down
in the shape of everything

Keep me on fire
Keep me honest, keep me kind
Keep me as your finish line
Keep me on fire

- Você canta muito bem. - Joe diz enquanto continuava a dançar lentamente com Mahara.
- Não sei se é verdade ou se apenas está dizendo isso para não ser tão cruel comigo.
- Não estou sendo gentil, é apenas a verdade.
Mahara solta um riso, enquanto olhava nos olhos de Joe.
- Seu cabelo está muito maior do que a última vez que vi você, sua barba também. - Ela diz enquanto acaricia aqueles pelos compridos.
- Está?
- Sim. Não está ruim, acredito que combina com você.
- Obrigado, me esforcei muito fazendo absolutamente nada para deixá-los assim. - Joe sorri enquanto passa a mão por seus cabelos. Mahara sorri para ele, sabia que ele não estava bem fora daquele sonho mas não queria tocar nesse assunto.
- Este lugar é lindo, não acha? - Ela olha em toda a sua volta. - Poderia ficar aqui por horas e horas, não iria me cansar.
Aqueles dois continuaram abraçados enquanto dançavam, quase parados.
- Quer se deitar um pouco comigo? - Joe pergunta, sua voz está baixa e rouca. Mahara olha para ele, confirmando com a cabeça.
Ele se deita na grama verde, parecia mais macia e confortável do que quando estava sentado nela. Mahara lentamente deitou em seu peito, ajeitando com cuidado o vestido roxo que usava. Sua cabeça estava no lado esqueço do peito de Joe, ela queria ouvir as batidas do coração do mesmo. Jonatan estava observando as nuvens do céu atentamente, enquanto acariciava os cabelos de Mahara.
- Aquela nuvem tem formato de queijo. - Ele fala de repente, fazendo Mahara soltar uma risada.
- Onde?
- Alí. - Apontando o indicador na direção da nuvem, Mahara levou alguns segundos até encontrá-la. Quando percebeu a comparação sua expressão era de surpresa e diversão.
- Do lado do queijo tem um dragão. - Ela diz. - Eu gosto de dragões.
- Não é um dragão, é um wyvern.
- Um o que? - Ela franze a testa, nunca havia ouvido algo daquele tipo.
- Um wyvern. - Joe limpa a garganta para falar. - Um wyvern é como uma criatura com um corpo reptiliano, alado, uma cauda e duas patas. Um dragão é como uma criatura de corpo reptiliano, alado, uma cauda e quatro patas. - Ele diz de uma vez só.
- Meu cérebro é lento demais para memorizar tudo que disse de uma vez só. - Mahara diz enquanto sorri de um jeito estranho. - Mas posso fingir que entendi oque disse.
- Com o tempo você aprende, não precisa ter pressa alguma.
- Até lá vou continuar chamando de dragão.
- Isso é um crime.
- Não é um crime, só é mais prático.
- Bem colocado. - Joe fala procurando mais alguma nuvem com um formato peculiar.
- Uma pizza! - Mahara diz de repente, parecia estar empolgada demais. - Tem um gato... Comendo uma pizza! - soltando uma gargalhada ela tentava se controlar para não rir demais.
- Tem certeza que é um gato? Pensei ser um urso. - Joe tem suas sobrancelhas arqueadas, observando atentamente aquela nuvem. - Para ser mais específico, um panda.
- Eu gosto de pandas. Se for um panda não tem problema algum.
- E se for um panda vermelho?
- Amo pandas vermelhos também.
- E se for um urso polar?
- Também. - Mahara disse enquanto tentava fazer cócegas em Joe, porém o mesmo não se mexia nem por um centímetro.
- Não sente cócegas?
- Não. - Joe disse enquanto sorria. - Não vou contar onde sinto cócegas, pode ser uma arma mortalmente mortal.
- Sorte sua que tenho piedade por você. - Ela diz enquanto faz uma expressão de desprezo, logo abrindo um sorriso divertido. - Já pensou como seria conversar com a morte?
- Acredito que seria um tanto interessante.
- Oque você diria ou perguntaria para a morte? - Os olhos de Mahara brilhavam de curiosidade.
- Eu diria "Bom dia, como vai a vida?"
- Não acredito. - Ela começou a rir. - Não consegue levar nada a sério?
- Mas isto é seríssimo. - Joe fala enquanto ri. Ficando em silêncio ele observava as nuvens mais uma vez. - Acabei de ver uma vinte e dois Magnum. - Joe diz mudando totalmente o rumo do assunto, apontando novamente para o céu. - Bem ali.
- Caramba, que mudança radical. - Mahara fala em meio a um riso. Ela continua olhando para o céu até achar outra nuvem peculiar. - Um tanque de guerra!
- Calma lá, assim você está sendo desumilde. - Joe ri enquanto olha para Mahara. - Infelizmente não consigo achar algo mais forte que isso.
- Então eu ganhei?
- Sim, você ganhou. Mas só dessa vez.
- Qual o meu prêmio? - Mahara pergunta se levantando um pouco, podendo ver claramente o rosto de Joe. Ele sorri de lado enquanto seu olhar está preso naqueles olhos castanhos.
- Você quer um prêmio? - Ele pergunta enquanto enrolava um cachinho dos cabelos de Mahara em um de seus dedos.
- Quero. - Mahara diz chegando mais perto, tão perto que sentia a respiração de Joe. Ele olhava em seus olhos, logo descendo a visão para os lábios dela. Puxando Mahara para cima de si, Joe envolveu a cintura da mesma com seus braços. Ela olhava para Joe de uma forma tão intensa que fazia com que seu coração entrasse em descompasso. O rosto de Mahara começou a ficar translúcido, os raios de sol a atravessavam sem dificuldade. Jonatan ainda conseguia sentir Mahara ao toque de sua mão, logo se apressou a beijá-la com todo o sentimento que tinha por ela. Ele estava triste, sabia que em alguns segundos ela iria embora. Continuou o beijo até Mahara o encerrar, olhando nos olhos de Joe. A mesma estava com um sorriso triste no rosto, parecia querer chorar.
- Obrigada por me dar o infinito em tão pouco tempo... - Ela disse com a voz baixa, enquanto acariciava Joe.
- Por favor, não vai embora. - Ele tentava segurar Mahara entre seus braços, mas os mesmos a atravessam como se ela fosse um fantasma. Ela sorriu enquanto o vento a levava, pouco a pouco até se ausentar daquele lugar. Joe sentiu uma dor enorme ao ver Mahara sumir a sua frente, junto daquela clareira que estava. Não queria acordar, sabia que ela não estaria lá quando abrisse os olhos.