Ajuda

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Toda a sua raiva que borbulhava para fora de si se tornou confusão ignorando todas as pessoas irritadas à sua frente, não estava entendo exatamente o que estava acontecendo.  Era só o que faltava, estava delirando! E de todas as pessoas para alucinar por que alguém tão… Sem graça? 
 
Por Deus estava tão cansado que nem ao menos conseguia alucinar direito, ele precisava mesmo dormir e de um banho também. Ele fedia. Fez uma careta ao constatar isso, mas sua prioridade era outra no momento, como por exemplo xingar até a última geração das pessoas à sua porta e voltaria a fazer isso se sua "alucinação" não o interrompesse.  
 
-Bakugou!... Com licença?- O chamou e se espremeu entre as pessoas para chegar até o loiro. - … Nossa…- Disse quando chegou perto. E com isso a hipótese de aquilo ser uma alucinação se desfez, mas preferia a ideia de estar ficando louco do que ter que lidar com Todoroki agora, revirou os olhos com olheiras grandes. 
 
-O que aconteceu com você?- Decidiu ignorar aquele comentário. 
 
-Você claramente não tem as capacidades necessárias para cuidar de uma criança!- a mesma senhora de antes grita enfurecida. 
 
-E quem é você pra dizer pra que eu tenho ou deixo de ter capacidade?! Sua puta velha!! 
 
-Escuta aqui seu mole…- Foi cortada.
 
-Não! Não, escuta aqui você seu fóssil vivo…- Também foi cortado ao ser empurrado para dentro de casa e a porta se fechou cortando a discussão com um estrondo alto. -O que?! 
 
Ele se vira e vê Todoroki ao seu lado, já preparado para gritar com o rapaz, bom, isso se não fosse a cara estranha que ele fazia olhando estático para a garotinha que se contorcia nos seus braços.
 
-Ei, ei fica calma tá, vai ficar tudo bem. - Disse com a voz chorosa já começava a entrar em desespero, não sabia mais o que fazer, talvez a senhora estivesse certa, talvez deveria colocá-la para a adoção e assim alguém mais preparado que ele pudesse cuidar dela. 
 
Já Todoroki tinha travado no lugar, isso acontecia quando recebia uma informação muito forte, como por exemplo um Bakugou todo largado como se não visse a luz do sol à dias segurando um bebê que não parava de espernear, aquilo não fazia sentido, absolutamente nenhum. 
 
-Você… você… tem um filho? 
 
-O que?! Não, ela não é minha filha. Bom,... quer dizer, agora é.- Tudo na cabeça dele estava uma completa bagunça e parte dele não conseguia acreditar que agora era responsável por outro ser humano, não era atoa que estava falhando miseravelmente. - O que você tá fazendo aqui, meio a meio? 
 
-Eu vim te procurar, depois do acidente não te vi mais, fiquei preocupado.- eles trabalhavam na mesma agência de super heróis como dupla, era impossível ele não ter notado a sua ausência. 
 
-Tsc! Eu tô bem, não precisa se preocupar.
 
Todoroki não esperava que ele admitisse que não estava nada bem ou que precisasse de ajuda, afinal, se tratava de Bakugou, mas ele não precisava dizer a fragilidade que olhava para o bebê em seus braços que tentava desesperadamente ninar estampou isso. Então abruptamente mas com um certo cuidado tomou Yoki para o seus braços.  
 
-Você parece cansado, vá descansar. - O tom de voz foi calmo e tinha um certo carinho e empatia escondido nele. Bakugou iria retrucar, mas estava tão cansado que cedeu indo quase que imediatamente para o seu quarto se jogar na cama, confiava em Todoroki, não que fosse dizer isso em voz alta. 

 
*******

 
Acordou umas boas horas depois ainda bem sonolento, a primeira coisa que notou foi que o choro de Yoki e a casa mergulhada em um silêncio gostoso, mas finalmente descansado agora só precisava de um bom banho, odiava se sentir sujo, ao sair do quarto escuro foi direto para o banheiro, onde tomou um bom e demorado banho de banheira, lavou os cabelos loiros cuidadosamente, depois fez a barba que já começava a aparecer, se olhando no espelho viu que suas olheiras tinham diminuído e que agora tinha a aparência minimamente decente de um ser humano. 
 
Saindo do banheiro percebeu que seu apartamento (antes um caos) estava arrumado, levantou uma sobrancelha desconfiado O Todoroki, ele?... E falando nisso, onde ele tá?  Foi quando viu ele deitado no sofá ressonando baixinho com Yoki dormindo sob seu peito numa tranquilidade assustadora, ficou muito aliviado ao ver a cena ele não só tinha feito ela parar de chorar como também conseguiu que ela dormisse um pouco, sem perceber deu um sorriso curto e como forma de agradecimento resolveu fazer o almoço (mesmo que já tivesse passado da hora). 
 
O cheiro gostoso e suave faz com que desperte de seu sono, com cuidado se levanta e deixa o bebê deitado no sofá de forma segura e vai em direção ao cheiro maravilhoso, encontra Bakugou de costas para si mexendo algo no fogão se senta na bancada da cozinha. 
 
-Já acordou? - Diz ainda de costas.
 
-É… Desculpa, eu não devia ter dormido.- Passou a mão no rosto tentando espantar os resquícios do sono. 
 
-Você não fez nada de errado!- Ralhou. 
 
Apesar da resposta irritadiça pensava se devia agradecer por ele ter aparecido, mas no fim decidiu não dizer nada e só colocar o prato de comida a sua frente com a cara falsamente irritada. 
 
-Como você fez pra ela parar?- Falou como quer não quer nada. 
 
-Que? 
 
-Ela! Como você fez ela parar de chorar? 
 
-Ah, bom, nada demais ela tava com cólica, sabe os bebês não sabem falar então a maneira que eles se comunicam é pelo choro, se sentem fome, frio, calor ou dor é a única língua que sabem. - Voltou a se concentrar na comida, que aliás estava espetacular. 
 
-E como você sabe dessas coisas? 
 
-A Fuyumi quer ser mãe e ela vai em um curso preparatório, mas tem vergonha de ir sozinha já que é a única solteira de lá então quando não consegue arrastar o Natsuo pra lá ela me leva. 
 
-Existe curso preparatório pra isso? 
 
-Bom, eu acho que sim né.- Deu de ombros sem ligar muito. 
 
Será que eu deveria fazer? 
 
-Eu ainda não entendi ela é sua filha? - O loiro revirou os olhos. 
 
-Ela não é minha filha biológica. Eu adotei ela. 
 
-...Não sabia que queria ser pai. 
 
-E eu não quero! quer dizer não queria, mas é que... Ai! é complicado, isso não importa, ela tá aqui de qualquer jeito.-  Se atropelou na explicação e acabou dizendo nada com nada. 
 
-E aqui não tem nada pra bebês. 
 
-É! Eu sei. Não tive tempo pra isso ainda.- Todoroki começava a irritá-lo novamente. Encarou o loiro de cima a baixo analisando minuciosamente. 
 
-Quer ir agora? 
 
-Ir a onde? 
 
-Comprar as coisas que precisa, eu te ajudo 

 
Continua...
 

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