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Ela estava sentada em sua cama naquele quarto escuro, perdida no tempo, encarando suas mãos como se houvesse algo interessante para ser observado.

O cansaço dominava seu corpo, mas as lembranças daquele dia não a deixavam dormir. A pessoa amada em seus braços, sorrindo, sem vida. A última coisa proferida foi um "eu te amo, não morra" em meio aos soluços tais como aqueles que saiam acompanhados de lágrimas carregadas de arrependimento.

O sentimento de culpa estava a corroendo. "Não foi culpa sua", dizia sua consciência, mas um coração destruído não escuta a razão. Não enquanto ele está sangrando incessantemente e tudo dói.

E, mais uma vez, o sol começou a surgir por detrás das cortinas e ela sorriu, um sorriso fraco e cansado, um sorriso para si mesma, tentando se animar assim como o sol surgindo após uma madrugada confusa.

A Morte em Tons de PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora