III

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Era a lua no céu, ele na terra. Observava, com um olhar saudosista, o céu que ele jamais havia feito parte. O problema era esse.

Não havia nada de errado onde estava, mas não era o suficiente para si. Como que inevitavelmente, todos os dias de sua vida eram marcados por um vazio que nada poderia suprir. Nem mesmo a lua, não completamente, pois ele não estava lá.

Apesar do que aparentava, ele não era realmente triste, só não era mais feliz, há tanto tempo que não sabia quando que se tornou aquilo.

E a noite passou, o dia chegou mais uma vez. Ele estava cansado. Fisicamente, mentalmente. Preso em uma carcaça podre, apodrecido pela falta de coisas que ele não sabia o que era. Indigno de viver naquele mundo, mas ainda vivendo.

O sol surgiu no horizonte e ele resolveu voltar para o seu lugar: o céu.

A Morte em Tons de PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora