Naquele início de dia, ele mais uma vez se levantava no horário de sempre. Se arrumava e tomava café enquanto olhava as notícias em seu celular.

Era mais um dia comum onde ele iria para o trabalho no mesmo horário de sempre para fazer as mesmas coisas de sempre e ver as mesmas pessoas de sempre, enfrentando sempre as mesmas coisas.

Apesar de parecer monótono, ele não se importava. Estava acostumado e gostava daquilo.

Ligou seu carro, dirigindo na mesma estrada de sempre para o mesmo prédio de sempre. Para não enfrentar o silêncio estranho, ligou o rádio.

Mais um dia onde haviam as notícias ruins de sempre, em um ciclo infinito de mortes e tristeza. Ele passou a observar as pessoas da rua, com o locutor comentando sobre mais um crime hediondo no fundo, e imaginar até quando a existência delas prorrogaria, até quando ele próprio viveria.

E de repente ouviu-se um som alto de uma colisão de carros. Ele próprio se tornou a próxima notícia trágica.

A Morte em Tons de PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora